terça-feira, 29 de janeiro de 2019

8º Texto - Magazine Histórico do 7º Ano - EMEF Leandro Klein


Um castelo medieval
professor Pedro Henrique Ramos
Um dos assuntos que mais desperta a curiosidade das pessoas, sejam historiadoras ou não, é sobre os castelos, principalmente os medievais. No entanto, parte do encanto é fruto de desinformação, de ideias equivocadas. Castelos medievais jamais foram residências marcadas por ambientes agradáveis. Ao contrário! É sabido que muitas dessas construções eram ambientes bem insalubres, palcos de doenças das mais diversas ordens. E os porquês disso você entenderá agora.
A primeira coisa que devemos ter clareza é de que não havia um padrão de tamanho para os castelos. Havia desde os pequeninos, fortificações feitas de madeira, até grandes construções, que chegavam a abrigar cidades em seus interiores. Dentro dos castelos viviam diversas pessoas, de prestadores de serviços aos membros mais poderosos da sociedade medieval.
Utilizaremos para a nossa análise o castelo que aparece representado na coleção “Conhecer por Dentro”[1], no entanto fazendo referências a outras construções. 
Diante de uma sociedade profundamente militarizada, castelos cumpriam a função de serem áreas mais seguras (ou menos inseguras). Tomá-los não era tarefa fácil. Havia diversos mecanismos impedindo a entrada dos invasores.
Comecemos pelas pontes e grades levadiças!
Configuradas como as áreas mais vulneráveis de um castelo, para a segurança do mesmo era comum a presença de fossos cheios de água (havia também os fossos secos), criando uma barreira. “Para chegar ao portão era preciso atravessar uma ponte levadiça, que podia ser erguida em poucos segundos[2].    
Visando dar uma segurança ainda maior havia ainda uma grade levadiça, que poderia ser baixada sobre os inimigos, matando-os.
Os mecanismos de proteção de um castelo não se limitavam as pontes, grades... Havia fendas estreitas nos muros dos castelos, principalmente na área de passeio (áreas onde os soldados circulavam no topo das muralhas), de onde os soldados jogavam pedras, atiravam flechas, água quente, piche...

Tínhamos também a presença de canhões a partir do século XIV. No início, eram apenas tubos de metal presos a estruturas de madeira. E as ameias, estruturas protetoras no topo das muralhas, evitando que o que era lançado para dentro do castelo chegasse ao seu objetivo. Na imagem abaixo do portão, uma ameia.
Apesar dessa segurança, a vida no castelo não era nada agradável. O cheiro era repulsivo, os ambientes marcados por intensa fumaça, prejudicando ainda mais a luminosidade. Ambientes escuros, fétidos e insalubres.
A área da cozinha ficava nas partes térreas do castelo. E as chaminés só se tornaram comuns a partir do século XIV. Antes disso, a fumaça saia por um buraco. Resultado: uma névoa constante dentro dos cômodos do castelo.
Para piorar, não tínhamos a presença de muitas janelas, afinal, espaços assim indicariam
prováveis locais por onde os inimigos entrariam. E até o século XV era praticamente improvável achar janelas envidraçadas. A maioria era de madeira, impedindo a entrada de luz.
Vai piorar...
Sanitários? Não existiam. Apesar de ser uma invenção da segunda metade do século XVI[3], não pense que o castelo as possuía. Sendo assim, os moradores desses lugares resolviam o problema sentando-se em bancos de madeira com um furo no devido lugar e... Bem, você sabe!
Para onde iam fezes e urina? Oras, escorregavam por buracos para as paredes externas do castelo, caindo na água do fosso, ou criando uma asquerosa ornamentação nas muralhas.
Havia, no entanto, dejetos que iam para uma fossa, dentro do castelo. E daí, um servo, o limpador de fossas, cuidava de retirar os dejetos! Detalhe: era comum que essas fossas estivessem próximas ao local onde alimentos eram estocados. Bem, não preciso escrever quais as consequências disso. A mosca que pousa nas fezes também adora visitar o pedaço de pão.
Em inglês, essas medievais privadas eram chamadas de garderobes.

Água potável era artigo de luxo. E vinha de um poço subterrâneo. E era consumida somente pelos mais ricos e, mesmo assim, com pouca regularidade. A maioria das pessoas ingeria cerveja, uma cerveja forte. E isso incluía as crianças.
Consumir cerveja era algo comum. Primeiro porque as carnes eram salgadas para conservação. O problema é que a enorme quantidade de sal dava uma sede. E, além disso, a cerveja estragava rapidinho.
Poderíamos listar outra série de situações que fazia com que os castelos fossem áreas pouco agradáveis. Porém, para encerrar esse texto, conto mais uma.
Os presos ficavam normalmente trancafiados em porões subterrâneos, que receberam o nome de oubliettes. O que significa isso? Oubiiette vem do verbo oublier, um verbo francês que significa ESQUECER.
É isso mesmo! Os prisioneiros costumeiramente eram esquecidos, morrendo de sede, fome... Na imagem ao lado, o esquema de um oubliette.

Atenção! Não nos esqueçamos! A maioria dos castelos medievais era de madeira! O castelo representado abaixo é obra rara, e tais construções só existiram a partir da Baixa Idade Média.

Exercícios de Revisão   -  para entregar na data:____/______/____
Faça um pesquisa sobre os castelos medievais. Atenção, a pesquisa pode ser digitada. Porém, se for mera cópia de texto, o discente perderá uma rodada de figurinhas e dois pontos na média de ética.




[1] Conhecer por Dentro. São Paulo: Empresa Folha da Manhã S. A., 1995. 
[2] Conhecer por Dentro. São Paulo: Empresa Folha da Manhã S. A., 1995. p. 8
[3] Os sanitários! As privadas vieram séculos depois!

3 comentários:

  1. Olá Professor Pedro,Tudo bem? Queria tirar uma dúvida,Por exemplo, e se os reis e rainhas nn tivessem filhos? E eles morressem...qm seria o próximo a governar o lugar deles? Bjos Andreza 7°C

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  2. Dependeria de quantos filhos o rei e a rainha tivessem e de quantos morressem Caso morressem todos na ordem do mais velho até o caçula, o herdeiro dependeria da lei do reino em questão, mas em geral seria o parente mais próximo do rei (o mais comum seria irmão seguinte da família).

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