Um castelo medieval
professor
Pedro Henrique Ramos
Um
dos assuntos que mais desperta a curiosidade das pessoas, sejam historiadoras
ou não, é sobre os castelos, principalmente os medievais. No entanto, parte do
encanto é fruto de desinformação, de ideias equivocadas. Castelos medievais
jamais foram residências marcadas por ambientes agradáveis. Ao contrário! É
sabido que muitas dessas construções eram ambientes bem insalubres, palcos de
doenças das mais diversas ordens. E os porquês disso você entenderá agora.
A
primeira coisa que devemos ter clareza é de que não havia um padrão de tamanho
para os castelos. Havia desde os pequeninos, fortificações feitas de madeira,
até grandes construções, que chegavam a abrigar cidades em seus interiores.
Dentro dos castelos viviam diversas pessoas, de prestadores de serviços aos
membros mais poderosos da sociedade medieval.
Utilizaremos para a nossa análise o
castelo que aparece representado na coleção
“Conhecer por Dentro”[1],
no entanto fazendo referências a outras construções.
Diante
de uma sociedade profundamente militarizada, castelos cumpriam a função de
serem áreas mais seguras (ou menos inseguras). Tomá-los não era tarefa fácil.
Havia diversos mecanismos impedindo a entrada dos invasores.
Comecemos
pelas pontes e grades levadiças!
Configuradas
como as áreas mais vulneráveis de um castelo, para a segurança do mesmo era
comum a presença de fossos cheios de água (havia também os fossos secos),
criando uma barreira. “Para chegar ao portão
era preciso atravessar uma ponte levadiça, que podia ser erguida em poucos
segundos”[2].
Visando dar
uma segurança ainda maior havia ainda uma grade levadiça, que poderia ser
baixada sobre os inimigos, matando-os.
Os mecanismos de proteção de um castelo não se limitavam
as pontes, grades... Havia fendas estreitas nos muros dos castelos,
principalmente na área de passeio (áreas onde os soldados circulavam no topo
das muralhas), de onde os soldados jogavam pedras, atiravam flechas, água
quente, piche...
Tínhamos
também a presença de canhões a partir do século XIV. No início, eram apenas
tubos de metal presos a estruturas de madeira. E as ameias, estruturas
protetoras no topo das muralhas, evitando que o que era lançado para dentro do
castelo chegasse ao seu objetivo. Na imagem abaixo do portão, uma
ameia.
Apesar dessa
segurança, a vida no castelo não era nada agradável. O cheiro era repulsivo, os
ambientes marcados por intensa fumaça, prejudicando ainda mais a luminosidade.
Ambientes escuros, fétidos e insalubres.
A área da
cozinha ficava nas partes térreas do castelo. E as chaminés só se tornaram
comuns a partir do século XIV. Antes disso, a fumaça saia por um buraco.
Resultado: uma névoa constante dentro dos cômodos do castelo.
Para piorar,
não tínhamos a presença de muitas janelas, afinal, espaços assim indicariam
prováveis locais por onde os inimigos entrariam. E até o século XV era
praticamente improvável achar janelas envidraçadas. A maioria era de madeira,
impedindo a entrada de luz.
Vai piorar...
Sanitários?
Não existiam. Apesar de ser uma invenção da segunda metade do século XVI[3],
não pense que o castelo as possuía. Sendo assim, os moradores desses lugares
resolviam o problema sentando-se em bancos de madeira com um furo no devido
lugar e... Bem, você sabe!
Para onde iam
fezes e urina? Oras, escorregavam por buracos para as paredes externas do
castelo, caindo na água do fosso, ou criando uma asquerosa ornamentação nas muralhas.
Havia, no
entanto, dejetos que iam para uma fossa, dentro do castelo. E daí, um servo, o
limpador de fossas, cuidava de retirar os dejetos! Detalhe: era comum que essas
fossas estivessem próximas ao local onde alimentos eram estocados. Bem, não
preciso escrever quais as consequências disso. A mosca que pousa nas fezes
também adora visitar o pedaço de pão.
Em inglês,
essas medievais privadas eram chamadas de garderobes.
Água potável
era artigo de luxo. E vinha de um poço subterrâneo. E era consumida somente
pelos mais ricos e, mesmo assim, com pouca regularidade. A maioria das pessoas ingeria
cerveja, uma cerveja forte. E isso incluía as crianças.
Consumir
cerveja era algo comum. Primeiro porque as carnes eram salgadas para
conservação. O problema é que a enorme quantidade de sal dava uma sede. E, além
disso, a cerveja estragava rapidinho.
Poderíamos
listar outra série de situações que fazia com que os castelos fossem áreas
pouco agradáveis. Porém, para encerrar esse texto, conto mais uma.
Os presos
ficavam normalmente trancafiados em porões subterrâneos, que receberam o nome
de oubliettes. O que significa isso? Oubiiette vem do verbo oublier, um verbo francês que significa
ESQUECER.
É isso mesmo!
Os prisioneiros costumeiramente eram esquecidos, morrendo de sede, fome... Na
imagem ao lado, o esquema de um oubliette.
Atenção! Não
nos esqueçamos! A maioria dos castelos medievais era de madeira! O castelo
representado abaixo é obra rara, e tais construções só existiram a partir da
Baixa Idade Média.
Exercícios de Revisão -
para entregar na data:____/______/____
Faça um pesquisa sobre os
castelos medievais. Atenção,
a pesquisa pode ser digitada. Porém, se for mera cópia de texto, o discente
perderá uma rodada de figurinhas e dois pontos na média de ética.
Olá Professor Pedro,Tudo bem? Queria tirar uma dúvida,Por exemplo, e se os reis e rainhas nn tivessem filhos? E eles morressem...qm seria o próximo a governar o lugar deles? Bjos Andreza 7°C
ResponderExcluirlegal gostei
ResponderExcluirDependeria de quantos filhos o rei e a rainha tivessem e de quantos morressem Caso morressem todos na ordem do mais velho até o caçula, o herdeiro dependeria da lei do reino em questão, mas em geral seria o parente mais próximo do rei (o mais comum seria irmão seguinte da família).
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