quarta-feira, 29 de julho de 2015

Características, fases e vertentes do Renascimento - uma breve análise

Características, fases e vertentes do Renascimento - uma breve análise
Se você procurar em livros de História informações sobre o Renascimento irá descobrir que os estudiosos dividem esse movimento em fases (períodos) e correntes. O movimento foi tão amplo que não dá para encaixá-lo em um modelo único. Poderíamos dizer que o Renascimento foi diverso, amplo, e, por isso mesmo, algo bastante complexo.
  A princípio, existem duas correntes renascentistas:
  - O Renascimento Civil, ligado às cidades republicanas que eram dirigidas diretamente pela burguesia. Nesse "tipo" de Renascimento observamos que os temas do cotidiano eram visivelmente humanizados;
  - O Renascimento Cortesão, sendo a corrente que exerceu enorme domínio, se ligando aos príncipes, visivelmente empenhados em trazer elementos do Renascimento para dentro das cortes.
   Também há fases renascentistas. E é sobre essas fases que iremos falar agora.
1ª Fase: Trecento – corresponde à arte do século XIV, onde ocorre uma transição lenta e gradual da cultura medieval para a renascentista. Alguns historiadores definem essa fase como o pré-Renascimento. A obra que vemos ao lado[1], pertencente ao período, ainda não incorpora todos os elementos do Renascimento, mas já apresenta mudanças e inovações. Trata-se de uma das partes do quadro de um dos maiores pintores do Trecento: Giotto di Bondone (1266 – 1337). Se chama Ognissanti Madonna (Madonna entronizada). Foi pintada em 1310. Há um site interessante, com
todas as obras deste renascentista, além de informações sobre a vida do pinto. Está em inglês: http://www.giottodibondone.org/
2ª Fase: Quattrocento – corresponde à arte do século XV. Florença foi um dos campos principais desse período, ressaltando a importância do mecenato da família Médici. Nesse contexto é destacável a figura de Lorenzo de Médici, o “Magnífico”, que fundou a “Academia Platônica”, na qual pensadores ilustres buscavam conciliar o ideal cristão com o pensamento antigo. Um dos maiores nomes deste período foi Leonardo da Vinci (1452 - 1519). Abaixo uma imagem da cidade de Florença[2], um dos principais palcos do Renascimento no Quattrocento.
3ª Fase: Cinquecento – corresponde à arte do século XVI. Já é observável a crise do Renascimento. Mesmo assim Florença teve um grande destaque e muitos renascentistas chegaram ao esplendor. Em um texto futuro nos aprofundaremos a respeito dos motivos que levaram à essa crise, porém é importante frisar que o fim do monopólio das rotas comerciais pelas cidades italianas levou ao declínio do mecenato na península itálica. Um dos principais nomes do período foi o genial Michelangelo Buonarroti (1475 - 1564).

Também é possível afirmar que o Renascimento se estendeu por inúmeros campos, não se limitando somente às artes plásticas.
Como vimos, há uma fase de transição que irá inaugurar o Renascimento. Trata-se do Trecento. Daí para frente os renascentistas mergulharam nas inúmeras possibilidades de criar, inovar... E a imensidão do Renascimento se mostra a partir disso! Por mais que qualquer estudioso, historiador e pesquisador busque apontar todos os campos abordados pelos renascentistas, saiba que é praticamente impossível estabelecer um panorama rigorosamente completo. Mas dá para ter uma ideia da grandiosidade do movimento a partir do pequeno texto abaixo. Veja só.
Artes Plásticas
O movimento buscou acoplar o homem ao campo físico, através de imagens tridimensionais e o jogo de luzes. Nesse sentido é evidente apontar que existe uma enorme valorização do homem, da figura humana. No Trecento temos a construção dos traços renascentistas e a presença de um importante artista, Giotto, que representou os ideais precursores da arte renascentista. Já no Quattrocento temos o grande brilhantismo na produção de obras, bem como a presença de grandes gênios, entre eles Leonardo da Vinci, denominado o “gênio universal da Humanidade”. No Cinquecento tivemos o aparecimento de grandes pintores, protegidos por mecenas papas (ou seja, os artistas eram financiados pelos papas). e a importante figura de Michelangelo, como destacamos acima.
La Sibila Délfica (1509), de Michelangelo[3].

Literatura e Ciência (Humanismo)
Os humanistas eram, geralmente, alguns membros do clero, professores e burgueses. Desprezavam a cultura gótica medieval e primavam pelo individualismo, a vontade do poderio, o refinamento cultural e espiritual, buscando dominar os mais variados campos do conhecimento. No Trecento tivemos a presença de Dante Alighieri (1265 - 1321), com a obra “Divina Comédia”; já no Quattrocento foi fundamental o papel da “Academia Platônica”, como discorremos acima. E no Cinquecento tivemos obras que davam a base do Estado Moderno, essencialmente na formulação da razão de Estado. Assim, não nos é estranho o surgimento de uma obra que trabalhe diretamente com essas questões, como foi o caso da obra “O príncipe”, de Nicolau Maquiavel (1469 - 1527).
Nicolau Maquiavel, um dos maiores nomes da Renascença[4]


Renascimento Científico
Inquestionavelmente um dos campos mais fantásticos da Renascença, no Renascimento Científico tivemos a busca por explicações através da prática e do conhecimento empírico, não só baseado em livros. Tivemos o surgimento de experiências e observações, com um extraordinário conhecimento científico. O principal personagem foi Leonardo da Vinci, atuando em diversos campos. Mas também devem ser destacados vários outros nomes, entre os quais, Nicolau Copérnico (1473 - 1543) - e que logo, logo será abordado em um texto. A figura de Copérnico se destaca, principalmente, porque esse polonês demonstrou que a Terra não era o centro e sim o Sol, partindo inclusive dos estudos e observações feitos por Aristarco de Samos (310 - 230 a.C.)[5] .
Com o Renascimento Científico tivemos também um gigantesco progresso intelectual, indo muito além do campo das ciências, desbravando o funcionamento das coisas, projetando máquinas outrora impensáveis, estudando o corpo humano. Mas ainda muitos desses avanços foram freados pelos ditames religiosos do período. Abaixo, desenhos científicos do genial Leonardo da Vinci[6].
 







[1] Imagem extraída do sítio http://www.giottodibondone.org/ - 29/07/2015
[2] Imagem extraída do sítio  http://www.royalcaribbean.com.br/findacruise/ports/group/home.do?portCode=LSP - 29/07/2015
[3] Imagem extraída do sítio https://twitter.com/juananurkijo/status/600325057185980416 - 29/07/2015
[4] Imagem extraída do sítio https://luizmullerpt.wordpress.com/2013/02/17/os-500-anos-do-principe-de-maquiavel-por-antonio-lassance/ - 29/07/2015
[5] Para conhecer o trabalho de Aristarco de Samos, leia http://respirehistoria.blogspot.com.br/2015/03/uma-analise-historica-sobre-astronomia.html
[6] Imagem extraída do sítio https://dedsign.wordpress.com/textos/o-corpo-e-o-modelo/da-exploracao-anatomica-a-visao-morfologica/ - 29/07/2015