domingo, 30 de agosto de 2020

21º Texto - As Escolas Humanistas - 7ºs anos

21º Texto - As Escolas Humanistas

O texto que leremos, visando facilitar a compreensão acerca dos assuntos abordados, está dividido em três partes, cada qual com um título. Vamos começar?

Os humanistas e as escolas

Para definir quem eram os humanistas, faremos uso de um livro, chamado “O Renascimento”, do professor Nicolau Sevcenko. Vamos a um trecho do livro:

Os humanistas (...) voltavam-se para o aqui e o agora, para o mundo concreto dos seres humanos em luta entre si e com a natureza, a fim de terem um controle maior sobre o próprio destino. (...) A postura dos humanistas (...) valorizava o que de divino havia em cada homem, induzindo-o a expandir, a criar e a produzir, agindo sobre o mundo para transformá-lo de acordo com sua vontade e interesse[ii].

Legal, né? Agora podemos entender como essa visão foi fator determinante na formação do pensamento humanista, a partir do século XIV.

Mudar os conceitos da sociedade medieval levou um tempo realmente considerável e demonstrou que pioneiros, como Dante e Petrarca, foram fundamentais para que uma parte da população da Europa começasse a enxergar o mundo de uma forma diferente a partir do século XV.

O primeiro sinal foi o aparecimento de bibliotecas e de grandiosas coleções de livros. E o acesso ao conhecimento começava, mesmo que ainda direcionado para os grupos mais ricos, a se tornar uma realidade mais acessível. Apareceram as escolas laicas, principalmente na península Itálica, muitas vezes ligadas aos poderes municipais (entenda, burgueses) e sob o comando de notáveis humanistas, entre eles Vittorio da Feltre (1378 – 1446), professor na cidade de Mântua, e Guarino de Verona (1370 – 1460), professor em Verona.

 O que era ensinado?

Dificilmente pode ser precisado tudo o que era abordado dentro dessas escolas. Mas o trecho do livro do professor Sevcenko nos dá uma boa ideia. Houve uma fase, o século XV mais especificamente, que se tornou moda ler e reler os escritos da Grécia Antiga. E, obviamente, as questões que foram tratadas pelos filósofos gregos da Antiguidade voltaram a ser debatidas pelos humanistas em suas escolas: ética, política, cidadania, filologia[iii] etc.

Se questões religiosas eram debatidas? Obviamente que sim. Muitos dos humanistas foram fundamentais para o início dos movimentos que vieram a contestar o domínio da Igreja Católica e a propor reformas e mudanças religiosas.

O livro, fundamental!

Entre os séculos XII e XIII surgiram as primeiras experiências de impressão na Europa: desenhos em telas com blocos de madeira talhados em relevo. Era como se fosse um prensa, onde o que estava gravado na madeira “passava” para a tela. O uso dessa técnica para a escrita demorou um pouco mais. Primeiro porque o pergaminho, onde eram escritas as ideias, a frases dos pensadores era relativamente caro.

Com o desenvolvimento do papel de trapos no início do XV, os livros começaram a ser produzidos em maior escala. Um nome fundamental para a popularização do livro foi o alemão Johannes Gutenberg (1398 – 1468). Ele criou um processo que consistia em cunhar as letras em matrizes de cobre, com um punção[iv] de aço com letras gravadas em relevo, gerando uma espécie de molde de letras, que eram finalmente montadas em uma base de chumbo, tintadas e prensadas. Assim, Gutenberg produziu a primeira Bíblia, impressa em latim, produzindo cerca de 300 exemplares. O livro passava a ser um objeto mais acessível.

Exercícios de Revisão

1) Procure no dicionário o significado de humanismo e escreva o que encontrou.

2) Associe o Humanismo ao Renascimento




[ii] Sevcenko, Nicolau. O Renascimento. 2ª ed. São Paulo, Atual, 1985. p. 16

[iii] consiste no estudo científico de uma língua

[iv]  instrumento que serve para gravar

 

20º Texto - O Renascimento - 7ºs anos

 O Renascimento

Os processos que levaram à ocorrência do Renascimento já foram descritos, mas não custa lembrar quais foram seus principais motivos. Temos a crise do Sistema Feudal, com o surgimento de características pré-capitalistas (resultado, por sua vez, do renascimento comercial e do renascimento urbano), com a ascensão da classe burguesa, a centralização política e a formação dos Estados Nacionais. Nesse último caso apontamos a aliança do rei com a burguesia. Também já apontamos em nossas aulas o significado do termo Renascimento. Sabemos que se trata do renascer dos valores da cultura greco-romana, e que os renascentistas buscavam superar ideias e teorias majoritariamente místicas a partir de idéias e teorias mais racionais. Vamos, a partir desta edição, trabalhar quais são os elementos básicos do Renascimento e retomar onde o movimento se originou.

O Renascimento buscou se estruturar em elementos ligados ao plano físico e não exclusivamente a questões espirituais. Por isso a natureza e o racionalismo são fontes básicas de inspiração. O ato de criar, definido como Hedonismo, foi ressaltado e o individualismo passou a superar o princípio da coletividade. Tratou-se de um período de “luzes”, em que vigoraram as ideias antropocêntricas.

O movimento se iniciou nos principados e cidades italianas (sendo visível o predomínio burguês nessas regiões). Os principais fatores que poderíamos apontar estão associados às Cruzadas, já que com elas as cidades italianas se tornaram os centros comerciais mais importantes da Europa Ocidental. Com isso houve a ascensão da burguesia e o aparecimento dos MECENAS, homens que possuíam capital para sustentar e financiar os artistas renascentistas. Por isso o Renascimento nasceu como uma cultura marcadamente burguesa. É inegável que, com o tempo e as mudanças trazidas pelo Renascimento, houve uma sensível adesão de príncipes e eclesiásticos ao movimento. Mas vale a pena reafirmar que o movimento renascentista originou-se como uma arte que falava pelos interesses da burguesia.

Mais para frente, o Renascimento “atendeu” e absorveu interesses de outros grupos, como os novos príncipes, denominados condottiere. Por fim, a presença dos sábios bizantinos na península Itálica confirmou a importância dos principados e cidades italianas como divulgadores da cultura renascentista.

No desenho a seguir, feito por Leonardo da Vinci, perceba o destaque que o indivíduo ganha. A Renascença mostra os rostos e as pessoas da Idade Média. Dá nome a elas... Passa a ficar claro que o foco principal era a figura humana!

Além do mais

Na época do Renascimento, as cidades italianas não eram unidas, formando cada qual um reino e, muitas vezes, competindo entre si para ver quem possuía as mais belas construções, os mais renomados artistas, os melhores renascentistas. E isso fez com que surgissem verdadeiras obras de arte nas ruas, algumas que deixam a gente de boca aberta. Quer alguns exemplos?

A primeira é uma construção que foi em parte elaborada pelo renascentista Giotto di Bondone (1266 -1337) e que se encontra na cidade de Florença: o Campanile. Foi construída entre os séculos XIII e XIV, passando por algumas reformas nos séculos posteriores (imagem à esquerda).

Em Bolonha você pode observar outra maravilha feita pelo genial Giambologna (1529- 1608): a fonte de Netuno. Foi feita na segunda metade do século XVI. Vale lembrar que a obra de Giambologna faz menção a um dos deuses de origem grego-romana. Mais renascentista impossível!   

Exercícios de Revisão

1) Produza um breve resumo sobre o Renascimento.  



1º Texto-base para os nossos 3º ao 5º encontros virtuais - 7ºs anos

 Uma análise histórica sobre a Astronomia – a astronomia na Roma Antiga e na Idade Média[i]

Olá! Só poderemos ter a real compreensão do papel do Renascimento na humanidade analisarmos o que havia antes da Renascença. Por isso, nosso primeiro texto-base resgata um texto de uma série que escrevi faz alguns anos sobre o desenvolvimento da Astronomia no decorrer da História.

No texto selecionado iremos conhecer melhor como a Astronomia se desenvolveu entre os séculos II d.C. até o despertar da Renascença, sem no entanto entrar na análise do Renascimento, o que será feito nos textos vindouros.

Se existe um período histórico mal compreendido, esse período é a Idade Média. Vamos ter a oportunidade nesse texto de entender um pouco melhor o que ocorreu entre os séculos V d.C. – XV d.C.
 
A figura de Ptolomeu

Cláudio Ptolomeu (90 – 160 d.C.) foi um importante astrônomo, geógrafo e matemático. Nascido em Alexandria, no Egito, cidade formada a partir da invasão macedônica sobre as áreas ao redor do mar Mediterrâneo, Ptolomeu sintetizou muito bem a atmosfera do período. Alexandria exalava cultura, era um centro cultural e intelectual por excelência[ii]!  Além disso, Ptolomeu deixou muito claro a ideia de que no período em que realizou as suas pesquisas a diferença entre astronomia e astrologia era algo sutil, inexistente, para ser mais exato. Havia uma mescla constante entre ciência e misticismo, astronomia e astrologia.

Considerado um pensador grego, Ptolomeu, na verdade, viveu em terras que estavam sob o domínio romano, consequência de um processo expansionista iniciado no século III a.C. Roma controlava todas as regiões ao redor do mar Mediterrâneo, definindo-o inclusive como mare nostrum (nosso mar). Foi Ptolomeu o primeiro a formular o sistema planetário geocêntrico. Na primeira versão do seu modelo, admitia que quanto mais distantes estivessem os astros da Terra, mais tempo levariam para dar uma volta em torno dela. E visando sanar o problema que aparecia quando se constatava que alguns corpos celestes parecem ter a sua trajetória freada em determinados momentos, Ptolomeu propôs a teoria das semiórbitas, chamadas de epiciclos, retomando uma ideia trabalhada por Hiparco[iii]. Em resumo, epiciclos seriam pequenos círculos formados por um astro ao redor de um ponto imaginário, descrevendo, a partir desse novo ponto, outro círculo.

A ideia dos epiciclos.

De acordo com esse sistema, cada planeta se move num círculo pequeno (epiciclo), cujo centro se move ao redor da Terra, a qual é estacionária e está no centro do Universo. Como Mercúrio e Vênus são vistos sempre perto do Sol, Ptolomeu colocou o centro de seus epiciclos sobre uma linha entre a Terra e o Sol, com o centro dos epiciclos movendo-se ao redor da Terra, num ciclo condutor (deferente)[iv].

O Universo ptolomaico!  

Fato é que o triunfo ptolomaico, pelo menos para o período, esteve associado a ideia de que o pensador de Alexandria utilizou os princípios e dogmas daquele que era definido como o maior nome até então, Aristóteles. Partindo das observações aristotélicas, Ptolomeu desenvolveu um sistema geométrico-numérico, partindo também das observações feitas pelos mesopotâmicos, para descrever os movimentos celestes. E Ptolomeu só conseguiu ter acesso a tal gama de informações porque era em Alexandria que se reuniam obras e escritos vindos do Oriente e de outras partes do mundo conhecido até então.

Na construção de seu sistema, Ptolomeu deu continuidade aos primeiros modelos astronômicos propostos por filósofos gregos, dentre esses Tales de Mileto, Anaximandro e Aristarco. A maioria desses modelos tinha em comum o geocentrismo. Os gregos imaginavam a Terra imóvel no centro da esfera celeste (Universo). Geralmente esses modelos eram difíceis de ser compreendidos pelos leigos porque as explicações afirmavam que o funcionamento do universo era composto por esferas concêntricas (possuíam centro comum) e transparentes. O modelo de Aristarco[v] foi o único que fugia ao geocentrismo e propunha um funcionamento diferente do universo. Suas ideias caminham na direção do modelo heliocêntrico[vi].

O que Cláudio Ptolomeu fizera foi sistematizar em um único sistema todo o conhecimento astronômico que havia sido formulado até então. E, diante disso, obviamente retomou algumas ideias presentes no período. Entre elas estão a de que a Terra estaria imóvel no centro do universo e de que a mesma estaria envolvida por muitas esferas transparentes.

Como vimos, Ptolomeu também explicou que os movimentos dos astros se devia à esfera correspondente. E que tais esferas estariam organizadas, como já vimos, a partir da Terra no centro, seguindo a ordem: esfera da Lua, de Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno, vindo logo em seguida a esfera das estrelas fixas. “Nesse sistema todos os movimentos aparentes (vistos da Terra) eram explicados com base em círculos, esferas e movimentos uniformes sem necessidade de nenhuma comprovação prática[vii]

A ideia do círculo como a expressão máxima da perfeição (redundante isso!) encontrou campo por toda a História Antiga, bem como nos períodos vindouros. O desenho feito por Leonardo da Vinci (1452 - 1519), chamado Homem Vitruviano, é uma clara alusão às ideias do arquiteto romano, Vitruvius Pollio (século I d.C.), um dos homens da Antiguidade Clássica que mais buscou estruturar suas ideias a partir das relações de simetria e perfeição. Para Vitruvius o círculo guardava essas duas qualidades.

“Homem Vitruviano”, de Leonardo da Vinci.   

Sendo assim, concluímos que, partindo das observações de Ptolomeu, o funcionamento do universo poderia ser explicado a partir de dois princípios básicos. Seriam eles: a esfericidade dos céus e da Terra, o chamado geocentrismo, e o geostatismo, teoria que defendia a ideia de que a Terra permanecia imóvel. Ptolomeu também se utilizou da ideia de que os corpos celestes seriam formados por uma substância desconhecida, o chamado éter.

A grande obra de Ptolomeu foi o famoso “Almagesto”, que significa “a grande coleção”, ou grande síntese. Essa obra era composta por treze volumes, sendo conhecida no Ocidente a partir de uma versão em árabe.

Ptolomeu criou uma eficiente explicação para o movimento retrógrado dos planetas no modelo geocêntrico.

 A maior parte dos trabalhos ptolomaicos estava associada ao campo da geografia, inclusive com a confecção de mapas. Reconstruções de mapas com as observações de Ptolomeu.



A Astronomia na Idade Média

Criou-se e popularizou-se nos mais diversos meios de divulgação a ideia de que a Idade Média foi um período marcado pela ignorância, pela obscuridade, o abandono do uso da razão e outras coisas do tipo. Tanto que a Idade Média recebeu o sugestivo termo de “Era das Trevas”. Curioso é pensarmos que o Renascimento começou a se desenvolver justamente na Idade Média, estando ligado às indagações que o homem medieval fazia acerca das coisas do mundo. Portanto, a definição de Idade Média, se adotada de forma literal, cai em erros consideráveis.

É fato que o desenvolvimento científico durante o período medieval esteve nas mãos do que determinava as teorias religiosas. “Durante a Idade Média a Igreja Católica foi gradativamente construindo a autoridade intelectual fundamentada na teologia. Essa autoridade dominou quase toda a Europa durante séculos[viii]. Consequência disso foi o fato de que “a relação entre ciência e técnica praticamente inexistiu. Não havia aplicação prática para o saber científico[ix]. Daí, o cometer erros, a prática de se formular teorias que beiram o absurdo se torna mais fáceis de ocorrer.

Posto isso, antes de começarmos a analisarmos o desenvolvimento da Astronomia nesse período, façamos uma distinção. Iremos falar de Astronomia Medieval dividindo a mesma em dois momentos: antes (que será tratado nesse texto) e durante a Renascença, entendendo o Renascimento como um movimento profundamente e cronologicamente ligado à Idade Média. Vamos começar!

O Teocentrismo fundamentando a Astronomia.

A sociedade feudal tinha como uma das principais características a cultura teocêntrica, ou seja, “todo o poder político girava em torno da autoridade religiosa, da fé[x]. Assim, o clero possuía um enorme poder. Dentro dos feudos era muito comum a presença de pequenas capelas e os membros do clero tinham trânsito livre por essas regiões (nos feudos mais ricos existiam grandes construções religiosas). Só para se ter uma ideia, o historiador brasileiro Hilário Franco Júnior faz a análise de que a Igreja era quem mais possuía terras em uma sociedade que vivia a partir da atividade agrária.

Sendo assim, o principal nome científico no campo da Astronomia antes da Renascença foi um clérigo do século XII: Tomás de Aquino (1225 – 1274). O frade da Ordem dos Pregadores (dominicano) nasceu na península Itálica, em Roccasecca, tendo desenvolvido extenso trabalho nos campos da teologia e da filosofia, partindo das análises feitas por Aristóteles, se referindo inclusive ao grego como “o Filósofo”.

O grande legado de Tomás de Aquino foi a promoção de uma simbiose entre a ciência grega e a fé católica, confirmando o que a pouco afirmamos. Conciliou a razão natural com a teologia especulativa, ajudando a fazer permanecer as ideias geocêntricas e geostáticas pelos séculos seguintes.

Tomás de Aquino. A simbiose entre a concepção aristotélica do Universo e as afirmações encontradas em documentos sagrados (Antigo Testamento) foi definida como filosofia escolástica.

No entanto, além de Tomás de Aquino, há outras observações sobre a Astronomia no decorrer da Idade Média, todas elas diretamente influenciadas pelas ideias aristotélicas e ptolomaicas. As maiores contribuições para o desenvolvimento da ciência como Astronomia, no entanto, não vieram dos povos da Europa, nem daqueles que viveram nos séculos anteriores à Era Cristã. Vieram do Oriente. Árabes e chineses carregam conhecimento considerável sobre os fenômenos celestes. E, através dos contatos mais frequentes entre esses povos e os europeus a partir da Baixa Idade Média (XII – XV), a Europa começou a assistir um insistente movimento de se repensar a ciência a partir de outros vieses. É nesse contexto que vemos emergir Giordano Bruno, Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler.

Para você ter uma ideia de como as observações realizadas pelos povos orientais eram muito mais complexas do que as verificadas na Europa Medieval, leia essa narrativa: “Em 1504, os astrônomos chineses saudaram a aparição de uma nova estrela no Céu, tão brilhante que era visível à luz do dia. Ela desapareceu alguns meses depois. Sem saber, haviam observado uma explosão ocorrida milhares de anos antes. Essas estrelas que explodem são chamadas de supernovas[xi].  

Uma supernova.




[i] Pedro Henrique Maloso Ramos

[ii] Para uma melhor compreensão sobre a importância da cidade de Alexandria para o período, vide http://respirehistoria.blogspot.com.br/2015/01/arquimedes-de-siracusa-2-parte.html

[iii] Para conhecer quem foi Hiparco, leia http://respirehistoria.blogspot.com.br/2015/03/uma-analise-historica-sobre-astronomia.html

[iv] http://www.fis.unb.br/observatorio/notasdeaula/aula2.pdf

[v] Trabalhado por nós no texto http://respirehistoria.blogspot.com.br/2015/03/uma-analise-historica-sobre-astronomia.html

[vi] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 109. Adaptado.

 

[vii] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. pp. 109 -110.

[viii] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 108.

[ix] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 107.

[x] PAZZINATO, A L.; SENISE, M. H. V. - História Moderna e Contemporânea. 6a. Edição. - São Paulo: Editora Ática, 1997. p. 8.

[xi] A Criação do Mundo – mitos e lendas RAGACHE, Claude-Catherine. Marcel Laverdet (ilustrações); Tradução de Ana Maria Machado. São Paulo: Ática, 1994. p. 44.


sábado, 29 de agosto de 2020

Último texto-base para os nossos 3º ao 5º encontros virtuais - 6ºs anos

 O período Helenístico[i]

Chegamos ao final dessa sequência. E antes de iniciar nosso último texto, deixo aqui algumas dicas valiosas. Vamos a elas:

1º - caso não tenha lido os textos anteriores, faça isso antes de começar esse. Ninguém assisti a um filme a partir da última parte, não é? Seguem os links dos textos anteriores:

1º texto-base: https://respirehistoria.blogspot.com/2020/08/1-texto-base-para-nosso-3-encontro.html

2º texto-base: https://respirehistoria.blogspot.com/2020/08/2-texto-base-para-os-nossos-3-ao-5.html

3º texto-base: https://respirehistoria.blogspot.com/2020/08/3-texto-base-para-os-nossos-3-ao-5.html

2º - no nosso último encontro virtual do mês de setembro (29/9 - 10 horas) iremos realizar dez questões de revisão sobre o que lemos nos textos-base e discutimos nas aulas virtuais! Nessa aula, recapitularei muitas coisas conversadas. E, após a conclusão e correção das questões, farei o segundo sorteio de desenho, com ingresso também de histórias em quadrinho desenhadas por mim. Em breve posto o formulário para que você escolha os números e as demais regras do sorteio;

3º - Não se esqueça que esses assuntos são fundamentais em um sexto ano. Portanto, procure anotar as informações mais importantes, tirar dúvidas e participar dos encontros.

Agora, podemos começar nosso texto sobre o período Helenístico.

Porém, antes de começá-lo, vamos dar uma pequena revisada, beleza? Se quiser, pode em seu caderno anotar:


A civilização grega, como vimos, foi dividida em quatro períodos históricos. Seriam esses:

1º. Período: Homérico, onde tivemos a formação dos genos;

2º. Período: Arcaico, onde as cidades-estados foram formadas

3º. Período: Clássico, onde tivemos os conflitos entre gregos e persas (Guerras Médicas) e entre as cidades-estados (Atenas e Esparta)

4º. Período: Helenístico, que conheceremos melhor agora!

Você já deve saber que o período Helenístico foi o quarto período da Grécia Antiga, não é mesmo? Vamos  conhecer um pouco mais sobre este período.

Foi do século IV ao século II a.C., sendo conhecido pela decadência das polis e o domínio da Macedônia e, posteriormente, de Roma sobre os gregos. No período a influência macedônica sobre a Grécia Antiga foi enorme.

A Macedônia era uma região ao norte da Grécia Antiga e até o século IV a.C. esteve isolada comercialmente, baseando suas atividades na pecuária e na agricultura.

Porém foi com Filipe II, rei macedônico, que a situação mudou. Em 359 a.C. Filipe II iniciou a expansão macedônica em direção à Grécia, e após alguns conflitos o rei macedônico conquistou a região (incluindo as cidades-estado de Atenas, Esparta e Tebas). Com a conquista de toda a área grega, Filipe organizou as cidades-estado sob sua direção, através da Liga de Corinto, buscando com isso impedir o avanço persa sobre a região.

Filipe II foi assassinado em 336 a.C. e em seu lugar assumiu Alexandre, o Grande, seu filho (imagem ao lado). 

Alexandre praticou uma política de expansão, o que fez com que derrotasse os persas, partindo para a conquista de várias regiões (entre elas o Egito e a Fenícia). Formou, em pouco tempo, um gigantesco império e promoveu alianças com a nobreza persa, buscando adotar algumas técnicas e elementos culturais das civilizações com quais estabelecia contato ou dominava. Assim, conseguiu formar uma forte monarquia baseada no direito divino, estruturada na ideia de que o imperador havia sido escolhido por Deus, e que, portanto, era insubstituível.

Com a morte de Alexandre, em 323 a.C., o império macedônico passou por disputas internas (vários generais queriam assumir o controle) o que fez com que a Macedônia se enfraquecesse e caísse sob domínio romano.

Além do mais...

Vamos falar um pouco mais sobre a cultura helenística.

Nós conhecemos o período helenístico também (e muito) por sua cultura. Os contatos e relações da cultura grega com os diversos povos do Oriente produziram uma rica e produtiva união cultural que denominamos cultura helenística. O farol de Alexandria e a Vênus de Milo são exemplos das preciosidades construídas no período. A matemática também se desenvolveu muito durante o helenismo, com as contribuições de importantes historiadores, entre eles Arquimedes. Sem exageros, no período Helenístico o que mais brilhou foi a cultura da Grécia Antiga.

Ao lado, uma representação do farol de Alexandria, na foz do rio Nilo.

Dica: associado aos avanços promovidos pela cultura macedônica, muitos foram os pensadores de origem greco-romana que passaram a formular teorias fascinantes entre o período Clássico e parte da história da Roma Antiga. 

Um deles foi Aristarco de Samos[ii]. As teorias desse camarada foram realmente inovadoras.



[i] Pedro Henrique Maloso Ramos

[ii]  Se você quiser conhecer um pouco mais sobre esse pensador, acesse o seguinte endereço: http://respirehistoria.blogspot.com/2015/03/uma-analise-historica-sobre-astronomia.html

 

3º Texto-base para os nossos 3º ao 5º encontros virtuais - 6ºs anos

 O período Clássico[i]

Começa aqui o nosso terceiro e penúltimo texto-base para os encontros que estão ocorrendo nesse mês de setembro. Caso não tenha lido os dois primeiros, acesse:

1º texto-base: https://respirehistoria.blogspot.com/2020/08/1-texto-base-para-nosso-3-encontro.html

2º texto-base: https://respirehistoria.blogspot.com/2020/08/2-texto-base-para-os-nossos-3-ao-5.html

Vamos começar nosso texto com uma afirmação:

"na Grécia Antiga jamais tivemos a existência de um império"

Pensa em uma frase importante para entendermos o terceiro período! Pois bem, a frase acima tem esse papel!

E ela é fruto de uma observação importante!

Muitos dos povos que formaram a Grécia Antiga eram inimigos! Inimigos mesmo! Isso fez com que na Grécia Antiga jamais houvesse um império. E quando os gregos se uniam era para lutar contra um inimigo em comum. Depois, cada um ia para o seu lado, para o seu país, sua nação, seu Estado Nacional. Por isso, cidade-estado! Isso nos faz lembrar que se um espartano se declarasse grego certamente não gostaria de ouvir “grego como um ateniense”. E a recíproca é verdadeira.

O terceiro período vai confirmar tudo isso que você acabou de ler. Vamos começar!

Como sabemos, o período Clássico (VI - IV a.C.) foi o 3º período da Grécia Antiga. Nesse momento, a cultura grega se desenvolveu muito, havendo uma enorme importância da cidade-estado de Atenas. Tal período também ficou marcado pelas guerras entre gregos e persas, as chamadas "Guerras Médicas" e pelos conflitos entre as cidades-estados gregas. Atenas e Esparta tornaram-se grandes inimigas.

Para que possamos compreender melhor o terceiro período da Grécia Antiga é preciso aprender um pouco sobre o império Persa.

Os persas eram povos de origem indo-europeia, caracterizados por uma sociedade seminômade que, por volta de 2.000 a.C havia se estabelecido na região que hoje compõe o atual território do Irã. Chefiados, em 559 a.C., por Ciro, os persas combateram e venceram os medos, outro povo de origem indo-europeia, e iniciaram uma grande expansão. Formaram, assim, um enorme império, atingindo as regiões da Ásia Menor, do Egito, Fenícia, Mesopotâmia, além de algumas áreas da Grécia.

Perceba que os persas ocuparam áreas em três continentes: África, Ásia e Europa!

Com a subida de Dário ao poder (521 – 484 a.C.) os persas passaram a ressaltar ainda mais a política expansionista. Foi Dário I quem começou a realizar as guerras contra os gregos. Tais guerras tiveram início quando a cidade de Mileto (que se localizava na Ásia Menor) começou uma revolta contra o domínio persa e buscou apoio dos atenienses, que aceitaram ajudar.

Dário I, então rei persa, entendeu o fato como uma afronta dos atenienses e iniciou a primeira guerra médica. A guerra em questão foi vencida por Atenas na batalha de Maratona, realizada em 490 a.C., sob a liderança de Milcíades.

No entanto, em 480 a.C., agora com Xerxes, filho de Dário I, os persas voltaram a atacar os atenienses. No primeiro ataque de Xerxes, nova derrota persa; na segunda tentativa, os persas venceram e destruíram parte de Atenas. Os gregos, então com medo de Xerxes iniciar uma grande invasão persa (o que de fato ocorreu), se uniram, e sob a liderança de Esparta, derrotaram os persas antes que estes deixassem a Grécia.

O medo de um novo ataque persa fez com que Atenas organizasse uma confederação das cidades gregas, a chamada Confederação de Delos. Nessa Confederação estava determinado que as cidades-estados manteriam sua independência e autonomia, mas se comprometeriam a auxiliar umas as outras caso ocorresse um ataque a qualquer uma delas. Graças a essa Confederação, os persas foram expulsos da Ásia Menor. E é indiscutível que tal aliança ajudou muito a cidade de Atenas a se tornar a mais importante da Grécia Antiga.

O domínio ateniense ocorreu durante o século V a.C., durante o governo de Péricles, fase também conhecida pelo aumento considerável da escravidão. Péricles buscou reformas que ampliassem a democracia ateniense, permitindo que os cidadãos participassem mais da vida política e social de Atenas. O grande feito externo de Péricles foi ter conseguido um “tratado de paz” com os persas.

Assim, Atenas despontou de maneira impressionante! Tanto que conhecemos a cidade-estado de Atenas no século V a.C. pelo seu esplendor cultural e arquitetônico, o que deu a este século a denominação de “idade de ouro”.

No entanto, a hegemonia ateniense incomodava muito outras cidades-estados gregas, principalmente Esparta, que se opôs a Confederação de Delos, fundando a Liga do Peloponeso, tendo como único propósito impedir esse domínio ateniense. Reunindo algumas cidades, os espartanos iniciaram a Guerra do Peloponeso, entre 431 e 404 a.C., ou seja, mais de vinte anos de conflitos entre atenienses e espartanos.

Foram realizadas inúmeras batalhas até que em 404 a.C. os espartanos saíram vitoriosos, invadindo e destruindo a cidade de Atenas. A partir desse momento quem liderava a Grécia Antiga era Esparta, domínio que, no entanto, durou muito pouco.

Tebas, outra cidade-estado grega, entrou em conflito com os espartanos e os venceu, tomando assim o poder. Em 362 a.C. uma nova reviravolta: Atenas e Esparta, junto com outras cidades-estados, tomaram Tebas, conquistando o poder. Com tantas disputas os gregos se enfraqueceram, o que fez com a Grécia Antiga passasse a ser conquistada pelos macedônicos, a partir de 338 a.C., através do rei da Macedônia, Filipe II.

Além do mais

A cidade-estado de Esparta, fundada pelos dórios, também possuiu enorme destaque dentro da Grécia Antiga. Localizada na planície da Lacônia, basicamente estava organizada como as outras cidades-estados, mas também possuía algumas características bem específicas, sendo uma sociedade dividida nas seguintes classes:

- espartanos: formavam a aristocracia espartana, proprietária de terras e detentora dos direitos políticos. Eram os únicos cidadãos e dedicavam sua vida as atividades militares. Essa dedicação ocorria desde o início da vida do indivíduo. As crianças espartanas eram educadas para formar um exército forte e poderoso. E foi devido a esse exército que Esparta foi uma cidade-estado expansionista. Só havia um meio de se tornar espartano: nascer em uma família aristocrática;

- periecos: eram homens livres, mas que não possuíam nenhum direito político. Não podiam casar com espartanos e trabalhavam nas atividades agrícolas e comerciais, além de pagarem impostos.

- hilotas: eram escravos públicos, pertencentes ao Estado. Os hilotas muitas vezes eram exterminados pelos espartanos.

   General e rei espartano, Leônidas!



[i] Pedro Henrique Maloso Ramos