domingo, 22 de março de 2015

Uma análise histórica sobre a Astronomia – 3ª parte

Uma análise histórica sobre a Astronomia – a astronomia na Roma Antiga e na Idade Média – 3ª parte[1]
Olá! Em nosso terceiro texto da série “Uma análise histórica sobre a Astronomia” iremos conhecer melhor como a Astronomia se desenvolveu entre os séculos II d.C. até o despertar da Renascença, sem no entanto entrar na análise do Renascimento, o que será feito no 4º texto da nossa série. Porém, antes de começarmos a nos debruçar sobre o que foi proposto, retomemos sobre o que foi visto nos textos anteriores.
Se existe um período histórico mal compreendido, esse período é a Idade Média. Vamos ter a oportunidade nesse texto de entender um pouco melhor o que ocorreu entre os séculos V d.C. – XV d.C. [2]
 Até então...
Comecemos a nossa breve revisão do que foi visto com uma citação muito interessante. “No pensamento de Empédocles[3], física, mística e teologia formam uma unidade compacta. Para ele, são divinas as quatro ‘raízes’, ou seja, a água, o ar, a terra e o fogo: são as forças da Amizade e da Discórdia; Deus e o Esfero; as almas são demônios, almas que, como todo resto, são constituídas pelos elementos e pelas forças cósmicas” [4].
Foi a física aristotélica quem legitimou esse matrimônio, “casando” o campo da física com o campo místico, concretizando pela principal instituição da Idade Média, a Igreja cristã, como sendo todos veiculados e subordinados ao teocentrismo, como veremos a seguir. Vimos no texto anterior que a física desenvolvida por Aristóteles (384 – 322 a.C.) se constitui a partir da chamada teoria dos quatro elementos, criada por Empédocles, e trabalhada pelo preceptor de Aristóteles, Platão (424 – 347 a.C.).
Partindo da física aristotélica, na Natureza cada corpo ocupa um lugar específico, um espaço específico. “Cada elemento da natureza (Terra, Água, Ar e Fogo) possui um lugar natural na seguinte ordem: primeiro, abaixo de todos, a Terra, em cima dela, a Água, em cima, o Ar e em cima dele, o Fogo. O movimento ocorre sempre que o corpo busca o seu lugar”[5], consolidando a chamada Teoria do Lugar Natural. Exemplificando, quando pegamos um objeto sólido e o soltamos, o mesmo cai no chão porque é esse o seu lugar natural, já que o mesmo é feito de terra, e não de ar. E para justificar porque os corpos celestes não caem sobre a Terra, Aristóteles logo buscou explicar o seguinte: “apesar de não podermos ver, existem abobadas (círculos) de cristais transparentes que os impede de cair (...)” [6].
Frente ao que foi postulado, Aristóteles, bem como seus discípulos, acreditava que a Lua e os demais corpos celestes não apresentariam saliências, ângulos ou curvas por serem considerados perfeitos. E, ainda visando justificar porque a Lua não cairia, Aristóteles formulou a ideia de que as leis que regem a esfera celeste não seriam as mesmas que regem as forças presentes na Terra.  “Aristóteles sentenciou que o que valia para o céu não valeria para a Terra. Logo, os fenômenos se diferenciavam” [7].
Vale lembrar ainda que Aristóteles fundamentou a ideia de que a Terra estaria parada no espaço (geostatismo). E a explicação poderia ser comprovada por fenômenos e fatos do cotidiano. “Caso ela (aTerra) se movesse, as nuvens, os pássaros no ar ou os objetos em queda livre seriam deixados para trás”[8]. Por fim, Aristóteles consolidou o modelo geocêntrico (Geo/cêntrico – Terra no centro).  E antes que você considere Aristóteles um tolo completo, leia essas considerações feitas por João Régis: “Você quer coisa mais evidente do que a constatação que fazemos cotidianamente de que a Terra está parada? Olhe a seu redor. Você vê o chão se mover? Aristóteles pretendia, inclusive, fazer uma demonstração experimental dessa ideia. Dizia que se a Terra estivesse se movendo, uma pessoa não cairia no mesmo lugar depois de dar um salto para o alto, pois a Terra teria se movido sob seus pés enquanto estivesse no ar. Quer coisa mais evidente do que a constatação de que a Terra é plana? Ou de que é o Sol que se move ao nosso redor enquanto permanecemos imóveis? Não é essa a nossa experiência diária? Vemos, imóveis, o Sol nascer em um canto do céu e morrer em outro depois de tê-lo atravessado sobre nossas cabeças” [9]
O interessante da análise aristotélica é a constante retomada da ideia de que o movimento inicial dos eventos celestiais que verificamos partia de uma ação divina, o chamado Primeiro Motor Imóvel. “O movimento da última esfera é determinado pelo primeiro (Deus), que é a esfera das estrelas fixas. Esse movimento é transmitido por atrito às esferas contíguas, até a Lua, na última esfera interna” [10].
A figura de Ptolomeu
Cláudio Ptolomeu (90 – 160 d.C.) foi um importante astrônomo, geógrafo e matemático. Nascido em Alexandria, no Egito, cidade formada a partir da invasão macedônica sobre as áreas ao redor do mar Mediterrâneo, Ptolomeu sintetizou muito bem a atmosfera do período. Alexandria exalava cultura, era um centro cultural e intelectual por excelência[11]!  Além disso, Ptolomeu deixou muito claro a ideia de que no período em que realizou as suas pesquisas a diferença entre astronomia e astrologia era algo sutil, inexistente, para ser mais exato. Havia uma mescla constante entre ciência e misticismo, astronomia e astrologia.
Considerado um pensador grego, Ptolomeu, na verdade, viveu em terras que estavam sob o domínio romano, consequência de um processo expansionista iniciado no século III a.C. Roma controlava todas as regiões ao redor do mar Mediterrâneo, definindo-o inclusive como mare nostrum (nosso mar). Foi Ptolomeu o primeiro a formular o sistema planetário geocêntrico. Na primeira versão do seu modelo, admitia que quanto mais distantes estivessem os astros da Terra, mais tempo levariam para dar uma volta em torno dela. E visando sanar o problema que aparecia quando se constatava que alguns corpos celestes parecem ter a sua trajetória freada em determinados momentos, Ptolomeu propôs a teoria das semiórbitas, chamadas de epiciclos, retomando uma ideia trabalhada por Hiparco[12]. Em resumo, epiciclos seriam pequenos círculos formados por um astro ao redor de um ponto imaginário, descrevendo, a partir desse novo ponto, outro círculo.
A ideia dos epiciclos[13].
“De acordo com esse sistema, cada planeta se move num círculo pequeno (epiciclo), cujo centro se move ao redor da Terra, a qual é estacionária e está no centro do Universo. Como Mercúrio e Vênus são vistos sempre perto do Sol, Ptolomeu colocou o centro de seus epiciclos sobre uma linha entre a Terra e o Sol, com o centro dos epiciclos movendo-se ao redor da Terra, num ciclo condutor (deferente)” [14].
O Universo ptolomaico![15]
 
Fato é que o triunfo ptolomaico, pelo menos para o período, esteve associado a ideia de que o pensador de Alexandria utilizou os princípios e dogmas daquele que era definido como o maior nome até então, Aristóteles (justificando assim a nossa análise do mesmo antes de falarmos de Ptolomeu). Partindo das observações aristotélicas, Ptolomeu desenvolveu um sistema geométrico-numérico, partindo também das observações feitas pelos mesopotâmicos, para descrever os movimentos celestes. E Ptolomeu só conseguiu ter acesso a tal gama de informações porque era em Alexandria que se reuniam obras e escritos vindos do Oriente e de outras partes do mundo conhecido até então.
“Na construção de seu sistema, Ptolomeu deu continuidade aos primeiros modelos astronômicos propostos por filósofos gregos, dentre esses Tales de Mileto, Anaximandro e Aristarco. A maioria desses modelos tinha em comum o geocentrismo. Os gregos imaginavam a Terra imóvel no centro da esfera celeste (Universo). Geralmente esses modelos eram difíceis de ser compreendidos pelos leigos porque as explicações afirmavam que o funcionamento do universo era composto por esferas concêntricas (possuíam centro comum) e transparentes. O modelo de Aristarco[16] foi o único que fugia ao geocentrismo e propunha um funcionamento diferente do universo. Suas ideias caminham na direção do modelo heliocêntrico”[17].
O que Cláudio Ptolomeu fizera foi sistematizar em um único sistema todo o conhecimento astronômico que havia sido formulado até então. E, diante disso, obviamente retomou algumas ideias presentes no período. Entre elas estão a de que a Terra estaria imóvel no centro do universo e de que a mesma estaria envolvida por muitas esferas transparentes.
Como vimos, Ptolomeu também explicou que os movimentos dos astros se devia à esfera correspondente. E que tais esferas estariam organizadas, como já vimos, a partir da Terra no centro, seguindo a ordem: esfera da Lua, de Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno, vindo logo em seguida a esfera das estrelas fixas. “Nesse sistema todos os movimentos aparentes (vistos da Terra) eram explicados com base em círculos, esferas e movimentos uniformes sem necessidade de nenhuma comprovação prática” [18].
A ideia do círculo como a expressão máxima da perfeição (redundante isso!) encontrou campo por toda a História Antiga, bem como nos períodos vindouros. O desenho feito por Leonardo da Vinci (1452 - 1519), chamado Homem Virtuviano, é uma clara alusão às ideias do arquiteto romano, Vitruvius Pollio (século I d.C.), um dos homens da Antiguidade Clássica que mais buscou estruturar suas ideias a partir das relações de simetria e perfeição. Para Vitruvius o círculo guardava essas duas qualidades.
“Homem Vitruviano”, de Leonardo da Vinci[19].   

Sendo assim, concluímos que, partindo das observações de Ptolomeu, o funcionamento do universo poderia ser explicado a partir de dois princípios básicos. Seriam eles: a esfericidade dos céus e da Terra, o chamado geocentrismo, e o geostatismo, teoria que defendia a ideia de que a Terra permanecia imóvel. Ptolomeu também se utilizou da ideia de que os corpos celestes seriam formados por uma substância desconhecida, o chamado éter.
A grande obra de Ptolomeu foi o famoso “Almagesto”, que significa “a grande coleção”, ou grande síntese. Essa obra era composta por treze volumes, sendo conhecida no Ocidente a partir de uma versão em árabe.
Ptolomeu criou uma eficiente explicação para o movimento retrógrado dos planetas no modelo geocêntrico[20].
 A maior parte dos trabalhos ptolomaicos estava associada ao campo da geografia, inclusive com a confecção de mapas[21] [22]. Reconstruções de mapas com as observações de Ptolomeu.
 

























A Astronomia na Idade Média
Criou-se e popularizou-se nos mais diversos meios de divulgação a ideia de que a Idade Média foi um período marcado pela ignorância, pela obscuridade, o abandono do uso da razão e outras coisas do tipo. Tanto que a Idade Média recebeu o sugestivo termo de “Era das Trevas”. Curioso é pensarmos que o Renascimento começou a se desenvolver justamente na Idade Média, estando ligado às indagações que o homem medieval fazia acerca das coisas do mundo. Portanto, a definição de Idade Média, se adotada de forma literal, cai em erros consideráveis.
É fato que o desenvolvimento científico durante o período medieval esteve nas mãos do que determinava as teorias religiosas. “Durante a Idade Média a Igreja Católica foi gradativamente construindo a autoridade intelectual fundamentada na teologia. Essa autoridade dominou quase toda a Europa durante séculos” [23]. Consequência disso foi o fato de que “a relação entre ciência e técnica praticamente inexistiu. Não havia aplicação prática para o saber científico” [24]. Daí, o cometer erros, a prática de se formular teorias que beiram o absurdo se torna mais fáceis de ocorrer.
Posto isso, antes de começarmos a analisarmos o desenvolvimento da Astronomia nesse período, façamos uma distinção. Iremos falar de Astronomia Medieval dividindo a mesma em dois momentos: antes (que será tratado nesse texto) e durante a Renascença, entendendo o Renascimento como um movimento profundamente e cronologicamente ligado à Idade Média. Vamos começar
O Teocentrismo fundamentando a Astronomia.
A sociedade feudal tinha como uma das principais características a cultura teocêntrica, ou seja, “todo o poder político girava em torno da autoridade religiosa, da fé” [25]. Assim, o clero possuía um enorme poder. Dentro dos feudos era muito comum a presença de pequenas capelas e os membros do clero tinham trânsito livre por essas regiões (nos feudos mais ricos existiam grandes construções religiosas). Só para se ter uma ideia, o historiador brasileiro Hilário Franco Júnior faz a análise de que a Igreja era quem mais possuía terras em uma sociedade que vivia a partir da atividade agrária.
Sendo assim, o principal nome científico no campo da Astronomia antes da Renascença foi um clérigo do século XII: Tomás de Aquino (1225 – 1274). O frade da Ordem dos Pregadores (dominicano) nasceu na península Itálica, em Roccasecca, tendo desenvolvido extenso trabalho nos campos da teologia e da filosofia, partindo das análises feitas por Aristóteles, se referindo inclusive ao grego como “o Filósofo”.
O grande legado de Tomás de Aquino foi a promoção de uma simbiose entre a ciência grega e a fé católica, confirmando o que a pouco afirmamos. Conciliou a razão natural com a teologia especulativa, ajudando a fazer permanecer as ideias geocêntricas e geostáticas pelos séculos seguintes.
Tomás de Aquino. A simbiose entre a concepção aristotélica do Universo e as afirmações encontradas em documentos sagrados (Antigo Testamento) foi definida como filosofia escolástica[26].

No entanto, além de Tomás de Aquino, há outras observações sobre a Astronomia no decorrer da Idade Média, todas elas diretamente influenciadas pelas ideias aristotélicas e ptolomaicas. As maiores contribuições para o desenvolvimento da ciência como Astronomia, no entanto, não vieram dos povos da Europa, nem daqueles que viveram nos séculos anteriores à Era Cristã. Vieram do Oriente. Árabes e chineses carregam conhecimento considerável sobre os fenômenos celestes. E, através dos contatos mais frequentes entre esses povos e os europeus a partir da Baixa Idade Média (XII – XV), a Europa começou a assistir um insistente movimento de se repensar a ciência a partir de outros vieses. É nesse contexto que vemos emergir Giordano Bruno, Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Johannes Kepler. Mas esses pensadores serão tema para o nosso próximo texto. Aguarde!
Para você ter uma ideia de como as observações realizadas pelos povos orientais eram muito mais complexas do que as verificadas na Europa Medieval, leia essa narrativa: “Em 1504, os astrônomos chineses saudaram a aparição de uma nova estrela no Céu, tão brilhante que era visível à luz do dia. Ela desapareceu alguns meses depois. Sem saber, haviam observado uma explosão ocorrida milhares de anos antes. Essas estrelas que explodem são chamadas de supernovas”[27].  
Uma supernova[28].




[1] RAMOS, Pedro Henrique Maloso.
[2] Imagem extraída do sítio http://www.historytoday.com/alan-b-cobban/student-power-middle-ages
[3] Empédocles (490 – 430 a.C.) foi um filósofo e pensador grego anterior ao desenvolvido da filosofia socrática (por isso definido como pré-socrático). Cidadão da cidade Agrigento, localizada na região da Sicília, a chamada Magna Grécia, ficou conhecido por ser o criador da teoria cosmogênica dos quatro elementos clássicos que influenciou o pensamento ocidental de uma forma ou de outra, até quase meados do século 18. Tal teoria foi trabalhada em nosso texto anterior dessa série, mas façamos aqui uma breve revisão. 
Segundo Empédocles, fogo, ar, água e terra, os ditos quatro elementos, fazem toda estrutura do mundo. Os chamou de raízes, sendo que o termo elemento só foi utilizado por Platão. Ainda segundo Empédocles, tais elementos se encontram combinados em proporções diferentes, sendo os mesmos indestrutíveis e imutáveis. o que caracterizaria a presença de estruturas diferentes. Seria no processo de agregação e segregação dos elementos que resultariam os processos de crescimento, aumento ou diminuição das estruturas presentes em nosso planeta. Tais raízes seriam, segundo as palavras de Empédocles, “raízes de todas as coisas”. “Nada de novo vem ou pode vir a ser, a única mudança que pode ocorrer é uma mudança na justaposição de elemento com elemento. Essa teoria dos quatro elementos tornou-se o padrão dogma nos dois mil anos seguintes” (http://pt.wikipedia.org/wiki/Emp%C3%A9docles).
[4] REALE & ANTISERI, volume 1, 1990: 61 – 62 in Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 110.
[5] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 110.
[6] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 111.
[7] http://respirehistoria.blogspot.com.br/2015/03/uma-analise-historica-sobre-astronomia.html
[8] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 111.
[9] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 96.
[10] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 111.
[11] Para uma melhor compreensão sobre a importância da cidade de Alexandria para o período, vide http://respirehistoria.blogspot.com.br/2015/01/arquimedes-de-siracusa-2-parte.html
[12] Para conhecer quem foi Hiparco, leia http://respirehistoria.blogspot.com.br/2015/03/uma-analise-historica-sobre-astronomia.html
[13] Imagem extraída do sítio http://pt.wikipedia.org/wiki/Epiciclo#/media/File:Ptolemaic_elements.svg
[14] http://www.fis.unb.br/observatorio/notasdeaula/aula2.pdf
[15] Imagem extraída do sítio http://www.fis.unb.br/observatorio/notasdeaula/aula2.pdf
[16] Trabalhado por nós no texto http://respirehistoria.blogspot.com.br/2015/03/uma-analise-historica-sobre-astronomia.html
[17] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 109. Adaptado.
[18] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. pp. 109 -110.
[19] Imagem extraída do sítio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vitr%C3%BAvio#/media/File:Da_Vinci_Vitruve_Luc_Viatour.jpg
[20] Imagem extraída do sítio http://pt.wikipedia.org/wiki/Ptolemeu
[21] Imagem extraída do sítio http://espacoastrologico.org/o-tetrabiblos-de-ptolomeu/
[22] Imagem extraída do sítio http://pt.wikipedia.org/wiki/Ptolemeu#/media/File:PtolemyWorldMap.jpg
[23] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 108.
[24] Filosofia e modernidade: reflexão sobre o conhecimento / organização de Daniel Pansarelli, Suze Piza. São Bernardo do Campo: Universidade Metodista de São Paulo, 2008. p. 107.
[25] PAZZINATO, A L.; SENISE, M. H. V. - História Moderna e Contemporânea. 6a. Edição. - São Paulo: Editora Ática, 1997. p. 8.
[26] Imagem extraída do sítio
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tom%C3%A1s_de_Aquino#/media/File:Filippino_Lippi,_Carafa_Chapel,_Triumph_of_St_Thomas_Aquinas_over_the_Heretics_07.jpg
[27] A Criação do Mundo – mitos e lendas RAGACHE, Claude-Catherine. Marcel Laverdet (ilustrações); Tradução de Ana Maria Machado. São Paulo: Ática, 1994. p. 44.
[28] Imagem extraída do sítio http://blogs.scientificamerican.com/observations/2013/02/19/fermi-satellite-tracks-cosmic-ray-origins-back-to-supernova-remnants/

domingo, 1 de março de 2015

Uma análise histórica sobre a astronomia – 2ª parte - A astronomia na Grécia Antiga

Uma análise histórica sobre a astronomia – 2ª parte[1]
A astronomia na Grécia Antiga
No primeiro texto dessa série analisamos como a astronomia esteve presente naquilo que se convencionou chamar de pré-História, bem como na Mesopotâmia e Egito Antigo, consideradas as primeiras civilizações a surgir[2].
No segundo texto dessa série analisaremos a astronomia dentro da Grécia Antiga, bem como conheceremos importantes pensadores gregos que abriram campo para o desenvolvimento da astronomia. Para tanto, nos ambientaremos com a Grécia Antiga no momento em que emergem as primeiras referências astronômicas nessa civilização. Vamos começar
A filosofia como vetor para o despertar da Astronomia
O surgimento da filosofia na Grécia Antiga foi fator fundamental para o desenvolvimento da astronomia. Não que antes os gregos não olhassem com admiração para o espaço sideral. Ao contrário. Basta lembrarmos que a principal divindade da Grécia Antiga, presente em todas as cidades-Estado gregas, era uma personagem mitológica profundamente atrelada aos eventos e fatos astronômicos, seja de forma direta ou indireta. Estamos falando de Zeus.
Zeus. Considerado como a divindade suprema da Grécia Antiga, chamado de “pai dos deuses e dos homens”, simbolizava o universo da razão. Após destronar seu pai, o titã Cronos, do poder, transformou-se então no novo senhor supremo do cosmo, que governava da morada dos deuses, no cume do Monte Olimpo. Era comum Zeus assumir a forma de animais, ou de nuvem, chuva etc[3].

 Também tivemos no período anterior ao que definimos como àquele que viu o nascer da filosofia a figura de um importante e genial pensador. Vivendo em uma região que tinha como característica a possibilidade de contato entre as culturas do Mediterrâneo, fortemente influenciada pelas culturas orientais, entre elas a dos povos formadores da Mesopotâmia, Tales, da cidade de Mileto, por isso chamado Tales de Mileto (624 – 546 a.C.), buscou elaborar as primeiras teorias acerca do que seria a Terra, bem como tudo o que a cercava. A Jônia (hoje atual Turquia) era uma das regiões da Grécia Antiga a ver aparecer os estudos matemáticos com um fôlego e importância respeitáveis. Mais uma vez, influenciados pelos povos orientais.
Segundo Tales[4], a Terra era esférica (!), flutuando sobre as águas. Tales também postulou que essas esferas seriam “exalações nebulosas do material cristalino da abóboda celeste” [5].
 No entanto, até o século VII a.C., os gregos explicavam os acontecimentos a partir de mitos. Tudo o que os cercava possuía um embasamento mitológico. Assim, o trabalho do genial Tales de Mileto pouco adentrou no campo que buscava desvencilhar-se da visão mitológica para a compreensão do que realmente seria a astronomia. Foi durante o século VI a.C. que essa situação começou a mudar. Os gregos passaram a ver “as relações humanas de forma mais realista e reflexiva”[6]. Essa forma de pensar auxiliou muito no desenvolvimento daquilo que posteriormente foi chamado de filosofia na Grécia Antiga. No entanto, o grande passo foi dado no século VI a.C., através dos sofistas.
Os sofistas não formaram nenhuma escola filosófica, mas partiram de uma orientação geral. Os mais importantes princípios para os sofistas eram os seguintes: o conhecimento deve se concentrar nos problemas do homem, partir das questões humanas. Nesse ponto é muito importante enfatizar o trabalho do sofista Protágoras de Abdera, que assim disse: “o homem é a medida de todas as coisas”; partiram da ideia de relativizar as noções do que é bom, justo, moral, verdade, e para isso se utilizavam da retórica, que nada mais é do que arte de se expressar de forma convincente, apresentando argumentos concretos e plausíveis. Viviam como “professores”, divulgando aquilo que poderíamos chamar de sofismo.
Protágoras de Abdera (480 – 411 a.C.)[7].
 
   Pitágoras (571? – 490 a.C.?), famoso matemático grego, viveu esse período de maneira bastante intensa, esse momento de passagem tão importante para o desenvolvimento da humanidade. Cabe dizer, no entanto, que pouco se tem de concreto sobre a vida desse importante pensador. Nascido nas regiões da Ásia Menor, em Samos, novamente retomando a importância dos povos orientais, em especial os árabes, para o despertar da razão,  Pitágoras se lançou a divulgar ideias, no mínimo, muito inovadoras para o período. Com 18 anos de idade, Pitágoras já conhecia e dominava muitos conhecimentos matemáticos e filosóficos da época. Através dos estudos astronômicos, “afirmava que o planeta Terra esférico e suspenso no Espaço (ideia pouco conhecida na época)” [8]. Começou a dar o embasamento para o que seria chamado de teoria geocêntrica, defendendo a ideia de que o Sol e a Lua, bem como os planetas, giravam ao redor da Terra. Foi direta e profundamente influenciado por Tales de Mileto.
   Tales de Mileto, famoso pelos avanços conseguidos no campo da matemática[9].
   Outro pensador pré-socrático que se debruçou sobre as questões que envolviam a análise do universo foi Filolau de Crotona (470 – 385 a.C.). Vivendo já no século V a.C., momento de considerável efervescência cultural e científica grega[10], Filolau teria exposto em texto escrito a doutrina pitagórica,  doutrina essa que influenciou outros pensadores, como Platão (427 – 347 a.C.).
  “Pelo que se sabe, Filolau foi o primeiro pensador a atribuir movimento à Terra. Ele propôs um sistema no qual a Terra girava em torno de um fogo central, que não era o Sol e que não podia ser visto porque ficava sempre do lado oposto ao lado habitado da Terra. O fogo era considerado pelos pitagóricos o elemento mais puro. Entre o fogo central e a Terra existia um outro planeta, invisível, que Filolau chamou de antiterra. Os nove corpos celestes[11] e a antiterra, como décimo corpo celeste, se movia em órbitas circulares em torno do fogo central”[12].
    O modelo proposto por Filolau[13]. Filolau estruturou o pensamento pitagórico em uma curiosa sentença: “e todas as coisas que podemos conhecer contêm número, pois sem ele nada pode ser concebido nem conhecido”[14]. 

Graças a essas primeiras sementes plantadas pelos sofistas, bem como por pensadores como Tales de Mileto, Pitágoras, entre outros, durante o século V a.C. a Grécia Antiga viu surgir grandes pensadores, que acabaram se tornando os maiores filósofos dessa civilização, sendo tão importantes que até os dias de hoje utilizamos os mesmos no pensamento racionalista. E alguns desses homens passaram a estudar com mais ênfase o espaço! O Universo!
Não que esse despertar da razão não tenha causado problemas aos que iniciavam a possibilidade de se pensar o mundo, o universo a sua volta de outra maneira. Sócrates (470 – 399 a.C.), por exemplo, foi condenado a se matar tomando cicuta, justamente pelas ideias que começa a divulgar. Foi um grande questionador, partindo da ideia de que somente a curiosidade (o questionar) leva ao conhecimento. Era assim que Sócrates enxergava as suas ações, partindo de um conhecimento e investigação permanentes. Ou seja, não bastava apenas crer. A lógica começava a se alterar, de certa forma, mesmo que de maneira muito amadora. Agora, era necessário conhecer, entender.
Sócrates sendo obrigado a tomar cicuta[15]. O filósofo “nada escreveu, mas transmitiu os ensinamentos aos seus discípulos. Acusado de corromper a juventude e renegar os deuses, foi julgado e condenado à morte. Platão transcreveu a defesa de Sócrates diante do tribunal, criando mais um clássico da filosofia grega” [16]. 

Aristóteles e outros pensadores gregos frente às descobertas no campo da Astronomia.
O século V a.C., como falamos anteriormente, foi um divisor de águas na Grécia Antiga. Muitos avanços ocorreram. E tal situação não foi diferente para os pensadores que se propunham a entender os eventos ligados à astronomia. Enormes esforços ocorreram para conhecer o Cosmos.
Platão, considerado o melhor “aluno” de Sócrates, escreveu e fundou uma escola fixa, a Escola de Atenas, local que recebeu pensadores de toda a civilização grega, entre eles Aristóteles. Para Platão existiam noções e ideias perfeitas que dirigiam todas as coisas do universo. E essas ideias não poderiam ser atingidas para a maioria dos homens, mas deveriam ser buscadas incessantemente pelos filósofos. Para Platão, a figura perfeita que representaria o universo seria o círculo. E vimos que essa figura geométrica já havia despertado o interesse e a curiosidade de babilônios e egípcios quando esses iniciaram os estudos astronômicos.
Mas talvez um dos maiores e mais significativos ganhos ocorridos no período foi o fato de que os pensadores gregos começaram a pensar na Astronomia sem a interferência da mitologia e dos ditames religiosos. Os gregos também começavam a enxergar cada vez mais o universo formado por inúmeras esferas (cascas esféricas, lembrando, de certa forma, uma cebola cortada ao meio[17]). A casca mais externa continha as estrelas, como havia mostrado Filolau. Havia a ideia do universo como algo finito, onde não existia nada além da esfera das estrelas.
 Aluno da Escola de Atenas (um dos melhores, por sinal), Aristóteles (384 – 322 a.C.) também buscou pensar sobre o Cosmos.  Aliás, o trabalho aristotélico é vasto, abrangendo as mais diversas áreas do conhecimento: lógica, política, estética, ciências naturais e, lógico, filosofia. Aristóteles, com base nas observações que fez da natureza, partiu da ideia de que a natureza estava em constante movimento, alternando entre destruição e transformação. Para Aristóteles tudo partiu do plano concreto, do material – pensamento contrário ao de Platão, que partia do abstrato para explicar as coisas. Defendeu a ideia do modelo geocêntrico, onde a Terra estava no centro, e os corpos celestes giravam ao seu redor. E lançou um dos princípios que Galileu Galilei (1564 – 1642) demonstrou, lá no século XVI, estar errado: a ideia de que a queda de um corpo mais pesado será mais rápida do que a de um corpo mais leve[18].
Mesmo discordando de Platão quanto ao campo das abstrações, Aristóteles desenvolveu uma teoria que demonstrava enorme influência das ideias platônicas sobre a sua maneira de enxergar as coisas. Trata-se da teoria do Éter.
Para o pensador, o éter era o elemento sutil e leve que compunha o céu, chamado de mundo supralunar, do qual eram feitas as estrelas. Portanto, o mundo supralunar seriam as esferas com os planetas. O éter seria a quintessência, diferenciando-se dos outros quatro elementos conhecidos (a saber, terra, água, ar e fogo), cujos movimentos seriam retilíneos. O éter preencheria todo o espaço vazio existente no universo. Essa diferença entre os dois mundos faria com que Aristóteles fosse além em suas proposições. Partindo do que constatara, Aristóteles sentenciou que o que valia para o céu não valeria para a Terra. Logo, os fenômenos se diferenciavam.
Representação do modelo geocêntrico[19].

Antes de partirmos para a análise de outros importantes “astrônomos” gregos, vamos analisar outro princípio aristotélico, no mínimo curioso. Buscando explicar porque as coisas eram atraídas para o chão, Aristóteles formulou o que seria a teoria do lugar natural. O raciocínio era simples: por que uma pedra cai quando solta do alto? Simples! Porque seu lugar natural é no chão. Obviamente que Aristóteles estava buscando compreender uma força física que só muitos séculos depois seria descoberta: a gravidade! A seu tempo, foi a explicação que encontrou. E, talvez, não tivesse consciência de quão importante é essa força nos fenômenos astronômicos!
Para além, e conjuntamente com Aristóteles, existiram outros geniais pensadores, alguns que formularam teorias que só se provariam corretas muitos anos depois (em alguns casos, mais de 1500 anos após).
Um desses gênios gregos foi Aristarco de Samos (310 – 230 a.C.). Foi o primeiro a formular um modelo heliocêntrico para o universo (!), onde o Sol passava a ocupar o centro, sendo rodeado pela Terra, Lua e outros corpos celestes. Simplesmente genial!
Profundamente ligado à matemática, confirmando a importância dessa ciência para os mais diversos estudos, também se tornou célebre por sua tentativa pioneira em determinar os tamanhos e as distâncias da Terra até o Sol e a Lua. Não à toa, é chamado de Copérnico da época[20]. Seu papel para a astronomia é tão notável que uma das crateras da Lua recebeu o seu nome. Uma justa homenagem!
 “Suas conclusões sobre a organização do Sistema Solar, mesmo que simples, são admiradas até hoje pela coerência que apresentam. (...) Afirmou que os movimentos de todos os corpos celestes poderiam ser mais facilmente descritos caso se admitisse que todos os planetas, incluindo a Terra, giravam em torno do Sol. Esse modelo heliocêntrico do universo foi, no entanto, considerado ousado demais e seu autor chegou a ser acusado de insulto religioso. Mesmo assim, a reação contra ele não chegou a ser tão agressiva quanto a que atemorizaria, quase 2000 anos mais tarde, Copérnico, Kepler e Galileu” [21]. Interessante, não é mesmo?
A cratera Aristarco[22]. Aristarco procurou determinar a distância da Terra a Lua a partir da relação da distância da Terra ao Sol, “considerando o triângulo formado por esses três corpos celestes no início do quarto crescente”[23].
Lamentavelmente, parte dos escritos de Aristarco se perdeu, e caso não fosse outro pensador grego, Arquimedes de Siracusa (287 - 212 a.C.)[24], pouco do que elaborou o pensador de Samos teria chegado até nós. 
Outro pensador, contemporâneo a Aristarco foi o genial Erastóstenes de Cirene (276 – 194 a.C.). Assim como os demais pensadores da Grécia Antiga atuou nos mais diversos campos do conhecimento. Da gramática à astronomia, ficou conhecido por suas geniais invenções. Basta lembrarmos que chegou a medir o raio e o volume do planeta Terra.
O pensador grego “sabia que no vigésimo primeiro dia de junho aconteceria o Solstício de verão[25] na cidade de Siena, e precisamente ao meio dia o Sol brilharia direto dentro de um poço em Siena, e iluminaria seu fundo sem que nenhuma sombra se projetasse em suas paredes. Porém, em Alexandria, exatamente na mesma hora, haveria sombras sendo projetadas. 
Partindo disso, para calcular a circunferência da Terra utilizou a seguinte relação trigonométrica:
(S/C)= (θ/ 2pi), onde:
S é a distância entre Siena e Alexandria;
θ é o ângulo formado das cidades de Siena e Alexandria;
C é a circunferência da Terra;
Ou seja, a razão entre a distância das cidades (S) e a circunferência da Terra (C) é igual à razão do ângulo formado pelas cidades e o ângulo total da circunferência da Terra.
A distância entre as cidades foi obtida multiplicando o número de passos dados de Siena até Alexandria, o comprimento de cada passo tem, supostamente, o mesmo tamanho. A informação que temos é que a distância encontrada é de 5000 estádios”[26].
No século XIX foi reconstruído o mapa do mundo feito por Eratóstenes. A geografia foi uma das principais áreas de atuação do pensador grego[27].
Hiparco e o astrolábio
Encerramos a nossa viagem astronômica pela Grécia Antiga com outro genial pensador. Hiparco (190 – 120 a.C.), astrônomo grego, já vivia em uma sociedade grega muito diferente daquela onde viveram Sócrates, Platão e Aristóteles. Era a Grécia do período Helenístico, sendo conhecida pela decadência das cidades-Estado e o domínio da Macedônia e, posteriormente, de Roma sobre os gregos.
No período, a influência macedônica sobre a Grécia Antiga era enorme. O período Helenístico também ficou muito conhecido por sua cultura. Os contatos e relações da cultura grega com os diversos povos do Oriente produziram uma rica e produtiva união cultural que denominamos cultura helenística. O farol de Alexandria e a Vênus de Milo são exemplos das preciosidades construídas no período. A matemática também se desenvolveu muito durante o helenismo, com as contribuições de importantes historiadores, entre eles Arquimedes, citado há pouco. Hiparco foi resultado desse processo.
A Vênus de Milo, uma das esculturas do período Helenístico[28].
Hiparco foi o criador do astrolábio, usado para medir as alturas dos astros a partir da linha do horizonte. O equipamento foi tão importante para o desenvolvimento do campo da astronomia, que basta lembrarmos que o navegante genovês, Cristóvão Colombo (1451 – 1506), usou o equipamento para chegar ao Novo Mundo em 1492.
No famoso filme “1492 – A conquista do Paraíso”, vemos Colombo usando um astrolábio para se orientar.




[1] RAMOS, Pedro Henrique Maloso.
[2] http://respirehistoria.blogspot.com.br/2015/02/uma-analise-historica-sobre-astronomia.html
[3] Imagem extraída do sítio http://www.giantbomb.com/zeus/3005-1101/images/
[4] Imagem extraída do sítio http://www.iep.utm.edu/thales/
[6] MORAES, J. G. V. Caminhos das Civilizações – São Paulo: Atual, 1993. p.  65
[7] Imagem extraída do sítio http://aletheiamuip.com/2012/02/01/protagoras-ya-no-cree-en-los-dioses/protagoras-de-abdera/
[8] http://www.suapesquisa.com/pesquisa/pitagoras.htm
[9] Imagem extraída do sítio http://www.jornallivre.com.br/193950/biografia-de-pitagoras.html
[10] Haja visto o fato de que a cidade-Estado de Atenas vivia o “século de Péricles”, também conhecido como a “Idade de Ouro de Atenas”, ou o período Clássico da civilização grega. Houve enorme desenvolvimento da cidade de Atenas, sendo que essa polis se tornou a principal da Grécia Antiga. Os avanços atingiram os campos da Política, arquitetura, filosofia entre outros.
[11] Na época, os corpos celestes conhecidos eram o Sol, Mercúrio, Vênus, a Terra, Lua, Marte, Júpiter, Urano e Saturno.
[14] http://pt.wikipedia.org/wiki/Filolau_de_Crotona
[15] Imagem extraída do sítio http://genius.com/2695709/Martin-luther-king-jr-letter-from-birmingham-jail-harvardx/To-a-degree-academic-freedom-is-a-reality-today-because-socrates-practiced-civil-disobedience
[16] MORAES, J. G. V. Caminhos das Civilizações – São Paulo: Atual, 1993. p.  65

[17] Imagem extraída do sítio http://marciocallegaro.blogspot.com.br/2012_08_01_archive.html
[18] A seu tempo, trataremos dessa sentença física importante.
[19] Imagem extraída do sítio http://en.wikipedia.org/wiki/Geocentric_model
[20] Alusão ao genial astrônomo Nicolau Copérnico (1473 – 1543), um dos maiores nomes do Renascimento.
[22] Imagem extraída do sítio http://astronomia.forumeiros.com/t261-foto-da-lua-em-cores-em-ccd
[25] momento em que o Sol, durante seu aparente movimento na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da Linha do Equador. No hemisfério norte, o Solstício de verão ocorre no dia 21 de junho (http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio).