quarta-feira, 18 de setembro de 2019

24º Texto - Magazine Histórico do 7º Ano - EMEF Leandro Klein


24º Texto: A Expansão Ultramarina em Portugal

Podemos iniciar o nosso texto afirmando que o interesse português pelo continente africano durante a Expansão Ultramarina foi muito grande.
Isso ocorreu devido as intensas e ricas atividades realizadas principalmente na faixa litorânea do continente africano (norte/noroeste), com possíveis centros auríferos no continente, e com o posterior intuito em capturar escravos. Havia também o objetivo em combater os muçulmanos no norte da África, caracterizando uma evidente continuação da Reconquista Cristã, além de tentar reabrir os caminhos para o Oriente, facilitando assim as trocas comerciais. O grande incentivador da expansão ultramarina portuguesa foi D. Henrique (1394 – 1460), infante de Portugal, não à toa denominado de patrono da expansão portuguesa.
Conquistadas as áreas, os portugueses estabeleciam feitorias (entrepostos comerciais) e fortalezas. Tais estruturas asseguravam para os portugueses o controle da região. Das áreas eram comercializados marfim, ouro e escravos.

Imagem representando a expedição de Vasco da Gama
A partir de 1453, com a conquista da cidade de Constantinopla (hoje Istambul) pelos turcos otomanos, as nações europeias passaram a ter significativos problemas para realizar as atividades comerciais com o Oriente, já que os muçulmanos impediram a passagem dos europeus pela região. A descoberta de um novo caminho para as Índias tornou-se essencial para a retomada das atividades comerciais. Com o rei D. João II, Portugal passou a iniciar o processo que levaria as conquistas pelo continente asiático (Índias). Entre 1497 e 1498 Portugal, com Vasco da Gama, consolidou a possibilidade de contornar o continente africano e chegar às Índias, estabelecendo uma importante rota comercial. Vasco chegou à Calicute e o sucesso de sua expedição levou a organização de uma nova viagem para a região. Esta era a expedição comandada pelo capitão-mor Pedro Álvares Cabral, que partiu de Portugal com 1200 homens e 13 embarcações. Seria essa expedição que chegaria às terras brasileiras, no dia 22 de abril de 1500[2].
Você já percebeu como a nação portuguesa estava voltada as atividades marítimas? Acompanhe esse texto de aprofundamento e veja que interessante!
 Portugal e o “Mar Oceano”
Na passagem entre os séculos XIII e XIV, sob o reinado de D. Dinis (1279 – 1325), as técnicas de navegação foram aprimoradas. Seu sucessor, o rei Afonso IV (1325 – 1357), apoiou diretamente as atividades marítimas, em especial a pesca, transformando esse setor em um dos mais importantes da economia portuguesa. Essas atividades que Portugal realizou em águas marítimas propiciaram o aparecimento e o desenvolvimento das cidades litorâneas, possibilitando a ascensão de uma poderosa burguesia.
Sabemos que a opção de Portugal pela realização das atividades marítimas não foi de modo algum aleatória. Cercado por reinos e povos senão inimigos, ao menos com claras intenções de conquistar o reino português, o mar se colocou como a saída mais viável e promissora para a conquista definitiva de uma economia rentável.
Além do mais...

Nos textos sobre o Renascimento você pôde perceber que os homens desse período passaram a buscar retratar em seus quadros elementos que se aproximassem cada vez mais do real, do plano físico.
Foi assim que muitos dos viajantes tiveram que fazer para contar para o pessoal lá da Europa o que estavam vendo, o que haviam encontrado. Desde a curiosa descrição do bicho-preguiça, feita pelo padre jesuíta José de Anchieta - segue a descrição: “mais vagaroso que o caracol. Tem o corpo grande, de cor cinzenta, cara que se assemelha um tanto a rosto de mulher, longos braços munidos de unhas também compridas e recurvadas”[3]-, até o desenho que o renascentista Albrecht Dürer (1471 – 1528) fez de um rinoceronte sem jamais ter visto um. Tudo foi feito a partir de descrições feitas por aqueles que haviam tido contato com o animal. Impressionante, não é mesmo?
Muitas dessas descrições, feitas por navegadores, renascentistas, estudiosos ou intrépidos viajantes tentava aproximar mundos até então muito distantes. Era a experiência da troca e do contato com coisas que abriram os olhos e as mentes europeias.
A seguir, o desenho de Dürer.

Exercícios de revisão
1) Explique o porquê do interesse português pelo continente africano.



[2] Há registros que indicam que Vasco da Gama comentou a possibilidade de existirem  terras abaixo daquelas descobertas por Colombo (em 1492) com Pedro Álvares Cabral. Alguns aventam a possibilidade de que Vasco tenha avistado o arquipélago de Fernando de Noronha, distante cerca de 500 km da costa brasileira.
[3] Minhas Cartas, por José de Anchieta. p. 39

Nenhum comentário:

Postar um comentário