5º Texto – Antes do que imaginávamos
Existem algumas coisas que sempre devem acompanhar a vida de uma
pessoa dedicada aos estudos. A curiosidade e a capacidade de rever ideias e
teorias são dois exemplos. Desde que comecei a lecionar aqui na EMEF Leandro
Klein diversas teorias e ideias acerca da evolução humana passaram por
revisões, sendo que algumas foram abandonadas, outras aprimoradas e novas
teorias foram elaboradas.
No mapa abaixo, a área em destaque (dentro do quadro menor) é onde fica a Jordânia. Apesar de ser uma país asiático, está muito próximo da África.
O que foi descoberto?
Até o ano de 2019, xs discentes da EMEF Leandro Klein aprenderam
que a primeira espécie de hominídeo a deixar a África e povoar
outros continentes foi o Homo
erectus. Mas, os achados na Jordânia indicam que as ferramentas ali
presentes datam de 2,5 milhões de anos. Eis o problema.
Vimos que o Homo
erectus surgiu há 1,8 milhão de anos. Então, quem teria produzido
essas ferramentas? A única resposta plausível é de que seja Homo
habilis ou uma espécie anterior[2] -
portanto um proto-hominídeo.
Uma das discussões que a nova pesquisa levanta é acerca de
espécies de hominídeos – que não estudamos com profundidade em nossas aulas –
que parecem ter feito algo que contradiz a lógica da evolução: recuaram.
Conquistas evolutivas permanecem. E uma das que caracterizam a nossa espécie é o aumento do volume da caixa craniana, como já vimos em imagens e textos anteriores. Bem verdade que alguns (poucos) fatores podem fazer com que nos adaptemos, mas não a ponto de voltarmos ao ponto anterior. Explicando...
Uma das espécies de
hominídeos que não estudamos com profundidade é o chamado hobbit,
o Homo
floresiensis, uma espécie de hominídeo que viveu nas ilhas do sudeste
asiático. Por viver em ilhas, onde a disponibilidade de recursos é menor, essa
espécie teria um tamanho menor. E se possui um tamanho menor, sua caixa
craniana é menor (na imagem ao lado você pode comparar o tamanho do floresiensis com
um homem de 1,80 metro e 83 quilos).
O problema é que os pesquisadores consideravam que, do erectus (que
provavelmente teria originado o floresiensis)
para essa espécie das ilhas, a diminuição da caixa craniana foi muito grande,
indicando que parecia faltar uma peça, uma explicação. Agora, a princípio, não
falta mais. Provavelmente quem originou o floresiensis foi
o habilis.
Daí, dá para considerar como aceitável a mudança de tamanho da caixa craniana.
Veja a tabela abaixo e entenda as diferenças[3].
Outras descobertas surgiram, ligadas à primeira. Além de uma
revisão da expansão dos hominídeos pelos continentes, os cientistas novamente
debateram o que definiria um hominídeo, diferenciando de um antropoide. E...
Ainda não houve uma exata definição.
Pintaram, no esteio dessa descoberta, novas abordagens. Cientistas
levantam agora a possibilidade de que o Homo
erectus tenha surgido em regiões também fora do continente africano.
E, para outros, até mesmo uma espécie entre o habilis e
o erectus possa
ter existido nas regiões das escavações...
Quantas perguntas ainda sem respostas. Ciência é arte da dúvida.
Diante de tudo o que aprendemos até agora, chegou a hora de
responder algumas questões.
Exercícios de revisão
Independente das novas descobertas, um continente ainda permanece como terra-mãe da humanidade.
1) Qual seria esse continente?
a) África; b) América; c) Ásia; d) Europa.
2) Em qual dos continentes abaixo listados foram realizadas as
pesquisas que possibilitaram as novas descobertas?
a) África; b) América; c) Ásia; d) Europa.
3) Escreva duas características comuns ao gênero Homo.
[1] Uma outra jornada para o homem - Pesquisa brasileira faz retroceder a estimativa de saída da África e pode reescrever a evolução do gênero Homo. Scientific American Brasil, São Paulo, outubro (ano 18), 2019. edição número 200.
[2] e aqui já se cria o primeiro ponto ainda NÃO respondido: ferramentas como essas poderiam ter sido fabricados por ancestrais do Homo habilis?
[3] Dados retirados de "Uma outra jornada para o homem - Pesquisa brasileira faz retroceder a estimativa de saída da África e pode reescrever a evolução do gênero Homo." Scientific American Brasil, São Paulo, outubro (ano 18), 2019. edição número 200. pp 24 - 35
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