quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

3º Texto - 7º Ano - 2022 - Mergulhando na República Romana

 3º Texto - Mergulhando na República Romana

Roma agiganta-se durante o período republicano. E isso ocorre das mais diversas formas. Nos próximos parágrafos você entenderá os porquês do período republicano ser entendido como um momento grandioso para a Roma Antiga.

A expansão romana

Consideramos o período republicano como a fase em que a civilização romana está se expandindo, muito além do que fora feito pelos etruscos durante a Monarquia. E essa expansão republicana marcou definitivamente a história da civilização romana.

Vimos que Roma nasceu em meio a outras civilizações, o que a fez adotar, desde o inicio, uma postura defensiva. Não foi à toa que Sérvio Túlio ergueu os muros ao redor da cidade. No entanto, por volta de 275 a.C., os romanos já haviam conquistado todas as regiões da península itálica, passando agora para um desafio bem maior: conquistar as regiões ao redor do mar Mediterrâneo.

Dessa forma, Roma passou a desafiar os cartagineses, uma ex-colônia fenícia, localizada no norte da África. Ficou claro que conquistar Cartago significava, simplesmente, conquistar o Mediterrâneo ocidental e, portanto, garantir o controle de todo o comércio da região. Essa conquista ocorreu após o fim da 2ª Guerra Púnica, em 201 a. C.

Mesmo sem ainda conquistar a cidade de Cartago (o que ocorreria na 3ª Guerra Púnica), os romanos passaram a ter como objetivo tomar a Grécia Antiga, que estava profundamente enfraquecida após a morte de Alexandre, o Grande. E assim foi feito. Em "pouco mais de cinquenta anos, Roma conseguira transformar o Mediterrâneo inteiro em mar romano e todo o mundo grego cairá ante as legiões de Roma"[2].

Óbvio que esse contato com os gregos fez com que a cultura helenística penetrasse diretamente na sociedade romana. É nesse momento que a cultura grega renasce dentro da sociedade romana.

Portanto, retomando, os conflitos entre romanos e cartagineses ficaram conhecidos como guerras púnicas.  Conjuntamente a esses conflitos veio o domínio de Roma sobre a Grécia. Resultado: o mar Mediterrâneo passou a ser chamado pelos romanos de mare nostrum, nada mais que “nosso mar”.

Além do que já apontamos neste e em textos passados, o período republicano trouxe as seguintes mudanças:

a) Roma se tornou uma civilização escravista, ou seja, vivendo em grande parte do trabalho escravo. Os escravos romanos eram povos conquistados.

b) a civilização romana se tornou mais rica e complexa, com o surgimento de outras classes sociais, ligadas principalmente aos patrícios, como foi o caso dos Clientes, pessoas que eram dependentes dos aristocratas.

c) começou a ocorrer o fenômeno do êxodo rural, ou seja, a saída dos pequenos camponeses do campo para a cidade, principalmente para Roma, devido em grande parte ao controle cada vez maior das terras pelos patrícios e também pela enorme vocação comercial que Roma passou a ter.

Pirâmide social do período republicano.

Atente para o fato de que o ponto c revela-se um problema. Um grave problema, sendo um dos maiores responsáveis pelo início da crise romana. A cidade de Roma não conseguiu suportar um número tão grande de novos moradores. E há que se registrar que os novos grupos sociais passaram a exigir participação política. Era o início da crise republicana, assunto que veremos agora.

A crise republicana

As mudanças do período republicano provocaram uma situação ambígua em Roma. Por um lado, os romanos haviam conquistado todo o mar Mediterrâneo, tornando a civilização extremamente forte e o território bastante extenso. Por outro, os plebeus passavam cada vez mais por dificuldades.

Dois tribunos da plebe, Tibério Graco e Caio Graco (entre 133 e 123 a.C.), foram responsáveis por levar propostas de leis a favor da plebe para a discussão no senado, propondo inclusive uma “reforma agrária”. Os patrícios, que lideravam o Senado, não concordaram, assassinando Tibério em uma discussão. Seu irmão, Caio, tentou implantar as reformas, porém não obteve grandes sucessos. Em um conflito armado com a aristocracia, Caio pediu a um escravo que o matasse.

O conflito estava bem determinado: de um lado, os patrícios querendo manter seus privilégios. De outro, os plebeus lutando por medidas que permitissem um maior acesso as terras e as riquezas de Roma. Foram essas disputas entre "os cidadãos romanos" pelo controle do poder político que aumentaram cada vez mais a instabilidade da sociedade, marca do final da República romana.

Nesse clima, o Senado, em 60 a.C., elegeu três grandes líderes políticos ao consulado: Júlio César, Pompeu e Crasso. Juntos, eles formaram o chamado 1º Triunvirato, e dividiram entre si o poder e os domínios romanos.   

Contudo, Crasso morreu na Pérsia (54 a.C.), e Pompeu tornou-se cônsul único, recebendo a tarefa de combater César e destituí-lo do comando militar da Gália. Ao saber das notícias, César resolveu lutar e dirigiu-se para Roma. Nesse momento, César assumia o poder romano, derrotando definitivamente Pompeu no ano de 49 a.C.

O domínio de César foi cada vez maior. Controlando diversas regiões e conflitos, César chegou a Roma, após destruir as tropas sírias, e foi declarado ditador vitalício. A nomeação, no entanto, não foi aceita pela maioria dos patrícios. César, em 44 a.C, foi assassinado.

Após a morte de César, teve início uma grande revolta popular, que foi habilidosamente utilizada por Marco Antônio, um dos generais mais próximos de Júlio César. Junto com Lépido e Otávio (imagem ao lado), Marco Antônio formou o 2º Triunvirato.

O trio, a princípio, trabalhou em conjunto, “eliminando” os opositores. Porém, depois que o controle ficou na mão dos três generais, um começou a lutar contra o outro.

O vencedor foi Otávio, recebendo do Senado o título de “Primeiro Cidadão” (Princeps), primeira escala para atingir o título de Imperator. Dessa forma, Otávio foi tornando-se praticamente o "senhor de Roma", coroado pelo recebimento do título de divino (Augustus), passando a se chamar Otávio Augusto.

Tinha início o 3º período da Roma Antiga, o período imperial.

Além do mais

Desde pequeno tinha um sonho. Visitar Roma e conhecer o Coliseu. Quem sabe um dia eu realizo esse feito. Por enquanto, faço um relato dessa impressionante obra.

O Coliseu foi construído quando Roma já era um império, durante o governo de Vespasiano (9 d.C. - 79). As medidas impressionam: suas fundações possuem mais de doze metros de profundidade e o perímetro da construção é de cerca de quinhentos e quarenta metros. Achou pouco? Mais de 50 mil pessoas poderiam assistir confortavelmente aos espetáculos, muitas vezes com gladiadores lutando até morte. Outras vezes, jaulas surgiam do subterrâneo e os animais eram soltos na arena, perseguindo os escravos. Espetáculos violentos!

A construção era feita de cimento natural, com a presença de cinco anéis concêntricos. Uma maravilha arquitetônica!

Exercícios de revisão

1) Quais foram os principais motivos que levaram os romanos a iniciar a sua expansão.

2) Em que período teve início a expansão romana pelo mar Mediterrâneo?

a) período Clássico; b) período Monárquico; c) período Imperial; d) período Republicano.

[2] Leoni, G. D. “A Literatura de Roma” – 6ª ed. – São Paulo: Livraria Nobel S. A., 1961. p. 31

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