3º Texto - Mergulhando na República Romana
Roma agiganta-se durante o período republicano. E
isso ocorre das mais diversas formas. Nos próximos parágrafos você entenderá os
porquês do período republicano ser entendido como um momento grandioso para a
Roma Antiga.
A expansão romana
Consideramos o período republicano
como a fase em que a civilização romana está se expandindo, muito além do que
fora feito pelos etruscos durante a Monarquia. E essa expansão republicana
marcou definitivamente a história da civilização romana.
Vimos que Roma nasceu em meio a
outras civilizações, o que a fez adotar, desde o inicio, uma postura defensiva.
Não foi à toa que Sérvio Túlio ergueu os muros ao redor da cidade. No entanto,
por volta de 275 a.C., os romanos já haviam conquistado todas as regiões da
península itálica, passando agora para um desafio bem maior: conquistar as
regiões ao redor do mar Mediterrâneo.
Dessa forma, Roma passou a desafiar
os cartagineses, uma ex-colônia fenícia, localizada no norte da África. Ficou
claro que conquistar Cartago significava, simplesmente, conquistar o
Mediterrâneo ocidental e, portanto, garantir o controle de todo o comércio da
região. Essa conquista ocorreu após o fim da 2ª Guerra Púnica, em 201 a. C.
Mesmo sem ainda conquistar a cidade
de Cartago (o que ocorreria na 3ª Guerra Púnica), os romanos passaram a ter
como objetivo tomar a Grécia Antiga, que estava profundamente enfraquecida após
a morte de Alexandre, o Grande. E assim foi feito. Em "pouco mais de
cinquenta anos, Roma conseguira transformar o Mediterrâneo inteiro em mar
romano e todo o mundo grego cairá ante as legiões de Roma"[2].
Óbvio que esse contato com os gregos
fez com que a cultura helenística penetrasse diretamente na sociedade romana. É
nesse momento que a cultura grega renasce dentro da sociedade romana.
Portanto, retomando, os conflitos
entre romanos e cartagineses ficaram conhecidos como guerras
púnicas. Conjuntamente a esses conflitos veio o domínio de Roma
sobre a Grécia. Resultado: o mar Mediterrâneo passou a ser chamado pelos
romanos de mare nostrum, nada mais que “nosso mar”.
Além do que já apontamos neste e em
textos passados, o período republicano trouxe as seguintes mudanças:
a) Roma se tornou uma civilização
escravista, ou seja, vivendo em grande parte do trabalho escravo. Os escravos
romanos eram povos conquistados.
b) a civilização romana se tornou
mais rica e complexa, com o surgimento de outras classes sociais, ligadas
principalmente aos patrícios, como foi o caso dos Clientes, pessoas que eram
dependentes dos aristocratas.
c) começou a ocorrer o fenômeno do
êxodo rural, ou seja, a saída dos pequenos camponeses do campo para a cidade,
principalmente para Roma, devido em grande parte ao controle cada vez maior das
terras pelos patrícios e também pela enorme vocação comercial que Roma passou a
ter.
Pirâmide social do período
republicano.
Atente para o fato de que o ponto
c revela-se um problema. Um grave problema, sendo um dos maiores
responsáveis pelo início da crise romana. A cidade de Roma não conseguiu
suportar um número tão grande de novos moradores. E há que se registrar que os
novos grupos sociais passaram a exigir participação política. Era o início da
crise republicana, assunto que veremos agora.
A crise republicana
As mudanças do período republicano
provocaram uma situação ambígua em Roma. Por um lado, os romanos
haviam conquistado todo o mar Mediterrâneo, tornando a civilização extremamente
forte e o território bastante extenso. Por outro, os plebeus passavam cada vez
mais por dificuldades.
Dois tribunos da plebe, Tibério Graco e Caio Graco (entre 133 e 123 a.C.), foram responsáveis por levar propostas de leis a favor da plebe para a discussão no senado, propondo inclusive uma “reforma agrária”. Os patrícios, que lideravam o Senado, não concordaram, assassinando Tibério em uma discussão. Seu irmão, Caio, tentou implantar as reformas, porém não obteve grandes sucessos. Em um conflito armado com a aristocracia, Caio pediu a um escravo que o matasse.
O conflito estava bem determinado: de
um lado, os patrícios querendo manter seus privilégios. De outro, os plebeus
lutando por medidas que permitissem um maior acesso as terras e as riquezas de
Roma. Foram essas disputas entre "os cidadãos romanos" pelo controle
do poder político que aumentaram cada vez mais a instabilidade da sociedade,
marca do final da República romana.
Nesse clima, o Senado, em 60 a.C.,
elegeu três grandes líderes políticos ao consulado: Júlio César, Pompeu e
Crasso. Juntos, eles formaram o chamado 1º Triunvirato, e dividiram
entre si o poder e os domínios romanos.
Contudo, Crasso morreu na Pérsia (54
a.C.), e Pompeu tornou-se cônsul único, recebendo a tarefa de combater César e
destituí-lo do comando militar da Gália. Ao saber das notícias, César resolveu
lutar e dirigiu-se para Roma. Nesse momento, César assumia o poder romano,
derrotando definitivamente Pompeu no ano de 49 a.C.
O domínio de César foi cada vez
maior. Controlando diversas regiões e conflitos, César chegou a Roma, após
destruir as tropas sírias, e foi declarado ditador vitalício. A nomeação, no
entanto, não foi aceita pela maioria dos patrícios. César, em 44 a.C, foi
assassinado.
Após a morte de César, teve início
uma grande revolta popular, que foi habilidosamente utilizada por Marco
Antônio, um dos generais mais próximos de Júlio César. Junto com Lépido e
Otávio (imagem ao lado), Marco Antônio formou o 2º Triunvirato.
O trio, a princípio, trabalhou em
conjunto, “eliminando” os opositores. Porém, depois que o controle ficou na mão
dos três generais, um começou a lutar contra o outro.
O vencedor foi Otávio, recebendo do
Senado o título de “Primeiro Cidadão” (Princeps), primeira escala para
atingir o título de Imperator. Dessa forma, Otávio foi tornando-se
praticamente o "senhor de Roma", coroado pelo recebimento do título
de divino (Augustus), passando a se chamar Otávio Augusto.
Tinha início o 3º período da Roma
Antiga, o período imperial.
Além do mais
Desde pequeno tinha um sonho. Visitar
Roma e conhecer o Coliseu. Quem sabe um dia eu realizo esse feito. Por
enquanto, faço um relato dessa impressionante obra.
O Coliseu foi construído quando Roma
já era um império, durante o governo de Vespasiano (9 d.C. - 79). As medidas
impressionam: suas fundações possuem mais de doze metros de profundidade e o
perímetro da construção é de cerca de quinhentos e quarenta metros. Achou
pouco? Mais de 50 mil pessoas poderiam assistir confortavelmente aos
espetáculos, muitas vezes com gladiadores lutando até morte. Outras vezes,
jaulas surgiam do subterrâneo e os animais eram soltos na arena, perseguindo os
escravos. Espetáculos violentos!
A construção era feita de cimento
natural, com a presença de cinco anéis concêntricos. Uma maravilha
arquitetônica!
Exercícios de revisão
1) Quais foram os principais motivos
que levaram os romanos a iniciar a sua expansão.
2) Em que período teve início a expansão romana pelo mar Mediterrâneo?
a) período Clássico; b) período
Monárquico; c) período Imperial; d) período Republicano.
[2] Leoni, G. D. “A Literatura de Roma” – 6ª ed. – São Paulo: Livraria Nobel S. A., 1961. p. 31