TEXTO-BASE!
Professor Pedro Henrique Maloso Ramos
Olá
Nas aulas
de História você está tendo a oportunidade de conhecer melhor como ocorreu o
processo de formação do primeiro império da humanidade: o Egito Antigo.
E esse é realmente um tema muito, muito interessante. Primeiro porque explica como uma civilização fantástica desenvolveu-se nas áreas do maior deserto do mundo, o deserto do Saara. Segundo que aprendemos também coisas sobre o 2º maior rio do planeta, o rio Nilo (que possui uma extensão de 6650 km. Vale lembrar que o rio Amazonas, o maior rio, possui 6992 km).
E é
justamente com a imagem do Nilo que começamos nosso texto sobre o Egito Antigo.
Dê uma olhada nesse mapa. O Nilo começa no centro-sul africano, percorrendo
milhares de quilômetros até desaguar no mar Mediterrâneo. O legal dessa jornada
do Nilo é que ele transforma áreas desérticas em oásis de vida, com vales e
margens férteis. E foi isso que os egípcios, e tantos outros povos africanos,
souberam aproveitar.
OS REINOS QUE COMPUSERAM O EGITO
ANTIGO
Nas últimas
aulas pude apresentar reinos que iniciaram a formação do Egito Antigo. Esses
reinos, cada um com características diferentes, fizeram com que o Egito ficasse
conhecido como a civilização do Nilo e o primeiro império da humanidade.
Representação mitológica da unificação dos reinos que formaram o Egito Antigo.
Vamos
começar nosso passeio pelo reino mais ao norte, na região onde o rio Nilo
deságua no mar Mediterrâneo.
BAIXO EGITO
Essa região
era conhecida pelos egípcios como Ta-Mehu, a “terra do papiro”. Isso porque as
margens do Nilo, em especial nas planícies e no delta do rio, apresentam
elevada quantidade de papiro, uma planta adaptada à vida em ambientes alagados.
Baixo Egito também
porque a região apresenta menor altitude se comparada com outros reinos que
trataremos nesse texto.
Olha o papiro aí. Sim, a palavra papel está
diretamente associada à planta. Afinal, os egípcios usavam o papiro seco e
aberto para escrever.
Não há dúvidas de que a
região do Baixo Egito já estava sendo ocupada por povos agricultores desde
começo do período Neolítico.
Logo na formação desse
reino, a principal cidade era Mênfis, havendo especial atenção também para
Buto, chamada de “Colina dos Faraós”.
A região apresentava,
justamente pela proximidade com o Mar Mediterrâneo, intensa e rica vida
comercial, com contatos diretos com os fenícios, por exemplo. O clima também
era mais favorável do que o presente no Alto Egito, por exemplo. Havia chuvas
mais abundantes. Mas, é importante destacar, o rio, durante o período de cheias
(entre junho e setembro) tornava-se desafiador, ainda mais na região do seu
delta. Por isso, desde o início, os povos do Baixo Egito precisaram desenvolver
obras para controlar a força do rio.
Uma curiosidade é que os antigos egípcios chamam o Nilo de itéru, que significava "grande rio"
Agora,
iremos tratar do reino que conquistou o Baixo Antigo. Ao lado, um mapa com as
divisões que estamos abordando.
ALTO EGITO
Ainda não abordaremos como
ocorreu esse domínio do Alto Egito sobre o Baixo Egito. Mas, se você prestou
atenção nas aulas, e nos desenhos que o professor Pedro fez na lousa, percebeu
que Núbia e Alto Egito meio que se misturam. Já iremos explicar melhor isso
O Alto Egito é a faixa de terra presente em
ambos os lados do Vale do rio Nilo, ocupando uma área grandiosa, tanto que
alguns livros adotam uma terceira divisão, o Médio Egito, na porção norte do
Alto Egito. Se o Baixo Egito era a “terra do papiro”, o Alto Egito ficou
conhecido como “Ta Shemau”, a
terra de juncos”. Juncos são outras plantas, também adaptadas a vida nas
margens dos rios.
Juncos, muito comuns em brejos e alagados.
No início
da sua História o Alto Egito foi dividido em nomos. Nomos eram pequenas partes do território
egípcio, administrado cada um deles por um monarca. Foi então que, logo no
início da sua História, em 3200 a.C., um governante do Alto Egito, Menés,
iniciou o controle dos nomos que existiam tanto nesse reino quanto no Baixo
Egito, dando início ao Império Egípcio. Ao todo, Menés teria dominado 42 nomos,
sendo 20 só nas terras do Alto Egito.
Mas há mais coisas do Alto Egito que veremos agora. A divindade patrona era a deusa abutre Necbete, e Tebas era o centro do Alto Egito. Havia como símbolos também a coroa branca e a flor de lótus.
Já no Baixo Egito os símbolos eram a coroa vermelha, a abelha e o papiro. A deusa cobra Uto era a divindade patronal do Baixo Egito.
Núbia
Começo
afirmando que o desenvolvimento dessa região esteve profundamente ligado ao
Alto Egito. E as relações
entre a Núbia e o Alto Egito é que fizeram com que essa área ficasse conhecida
pela existência de reinos extraordinários!
De início podemos afirmar que os
territórios da Núbia eram povoados desde 7000 a.C, em especial por criadores de
ovelhas e bois. Em 4000 a.C. essa região deu início ao Reino de Cuxe, que
existiu entre 3000 a.C. e 400 d.C.
Mas o nosso foco será em um período
do Reino de Cuxe, em 2000 a.C. É aqui que as relações com o Egito Antigo
tornaram-se incríveis.
Vamos a um exemplo. Em 2000 a.C. o
reino de Cuxe, através de seus governantes, adotou a cultura egípcia. E essa união
durou mais de 1300 anos, só se encerrando quando os assírios separam o Egito da
Núbia, por volta do século VI a.C. Isso ajuda a explicar o porquê da relação
intensa entre Núbia e Egito Antigo!
Pirâmides egípcias presentes na Núbia.
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