segunda-feira, 26 de junho de 2023

Egito Antigo

 

TEXTO-BASE!

Professor Pedro Henrique Maloso Ramos

Olá

Nas aulas de História você está tendo a oportunidade de conhecer melhor como ocorreu o processo de formação do primeiro império da humanidade: o Egito Antigo.


E esse é realmente um tema muito, muito interessante. Primeiro porque explica como uma civilização fantástica desenvolveu-se nas áreas do maior deserto do mundo, o deserto do Saara. Segundo que aprendemos também coisas sobre o 2º maior rio do planeta, o rio Nilo (que possui uma extensão de 6650 km. Vale lembrar que o rio Amazonas, o maior rio, possui 6992 km).

E é justamente com a imagem do Nilo que começamos nosso texto sobre o Egito Antigo. Dê uma olhada nesse mapa. O Nilo começa no centro-sul africano, percorrendo milhares de quilômetros até desaguar no mar Mediterrâneo. O legal dessa jornada do Nilo é que ele transforma áreas desérticas em oásis de vida, com vales e margens férteis. E foi isso que os egípcios, e tantos outros povos africanos, souberam aproveitar.

OS REINOS QUE COMPUSERAM O EGITO ANTIGO

Nas últimas aulas pude apresentar reinos que iniciaram a formação do Egito Antigo. Esses reinos, cada um com características diferentes, fizeram com que o Egito ficasse conhecido como a civilização do Nilo e o primeiro império da humanidade.

Representação mitológica da unificação dos reinos que formaram o Egito Antigo.

Vamos começar nosso passeio pelo reino mais ao norte, na região onde o rio Nilo deságua no mar Mediterrâneo.

BAIXO EGITO

Essa região era conhecida pelos egípcios como Ta-Mehu, a “terra do papiro”. Isso porque as margens do Nilo, em especial nas planícies e no delta do rio, apresentam elevada quantidade de papiro, uma planta adaptada à vida em ambientes alagados.

Baixo Egito também porque a região apresenta menor altitude se comparada com outros reinos que trataremos nesse texto.

Olha o papiro aí. Sim, a palavra papel está diretamente associada à planta. Afinal, os egípcios usavam o papiro seco e aberto para escrever.

Não há dúvidas de que a região do Baixo Egito já estava sendo ocupada por povos agricultores desde começo do período Neolítico.

Logo na formação desse reino, a principal cidade era Mênfis, havendo especial atenção também para Buto, chamada de “Colina dos Faraós”.

A região apresentava, justamente pela proximidade com o Mar Mediterrâneo, intensa e rica vida comercial, com contatos diretos com os fenícios, por exemplo. O clima também era mais favorável do que o presente no Alto Egito, por exemplo. Havia chuvas mais abundantes. Mas, é importante destacar, o rio, durante o período de cheias (entre junho e setembro) tornava-se desafiador, ainda mais na região do seu delta. Por isso, desde o início, os povos do Baixo Egito precisaram desenvolver obras para controlar a força do rio.

Uma curiosidade é que os antigos egípcios chamam o Nilo de itéru, que significava "grande rio"

Agora, iremos tratar do reino que conquistou o Baixo Antigo. Ao lado, um mapa com as divisões que estamos abordando.

ALTO EGITO

Ainda não abordaremos como ocorreu esse domínio do Alto Egito sobre o Baixo Egito. Mas, se você prestou atenção nas aulas, e nos desenhos que o professor Pedro fez na lousa, percebeu que Núbia e Alto Egito meio que se misturam. Já iremos explicar melhor isso

O Alto Egito é a faixa de terra presente em ambos os lados do Vale do rio Nilo, ocupando uma área grandiosa, tanto que alguns livros adotam uma terceira divisão, o Médio Egito, na porção norte do Alto Egito. Se o Baixo Egito era a “terra do papiro”, o Alto Egito ficou conhecido como “Ta Shemau”, a terra de juncos”. Juncos são outras plantas, também adaptadas a vida nas margens dos rios.

Juncos, muito comuns em brejos e alagados.

No início da sua História o Alto Egito foi dividido em nomos. Nomos eram pequenas partes do território egípcio, administrado cada um deles por um monarca. Foi então que, logo no início da sua História, em 3200 a.C., um governante do Alto Egito, Menés, iniciou o controle dos nomos que existiam tanto nesse reino quanto no Baixo Egito, dando início ao Império Egípcio. Ao todo, Menés teria dominado 42 nomos, sendo 20 só nas terras do Alto Egito.  

Mas há mais coisas do Alto Egito que veremos agora. A divindade patrona era a deusa abutre Necbete, e Tebas era o centro do Alto Egito. Havia como símbolos também a coroa branca e a flor de lótus.

Já no Baixo Egito os símbolos eram a coroa vermelha, a abelha e o papiro. A deusa cobra Uto era a divindade patronal do Baixo Egito.  

Chegou a hora de falar da Núbia!

Núbia

Começo afirmando que o desenvolvimento dessa região esteve profundamente ligado ao Alto Egito.  E as relações entre a Núbia e o Alto Egito é que fizeram com que essa área ficasse conhecida pela existência de reinos extraordinários!

De início podemos afirmar que os territórios da Núbia eram povoados desde 7000 a.C, em especial por criadores de ovelhas e bois. Em 4000 a.C. essa região deu início ao Reino de Cuxe, que existiu entre 3000 a.C. e 400 d.C.

Mas o nosso foco será em um período do Reino de Cuxe, em 2000 a.C. É aqui que as relações com o Egito Antigo tornaram-se incríveis.

Em uma publicação de fevereiro de 2008, a National Geographic Brasil trazia em sua capa a seguinte matéria: FARAÓS NEGROS. Afirmo que esses faraós tiveram sua origem nas terras da Núbia, na África subsaariana. Isso porque foram os povos nilóticos negros os habitantes das regiões da Núbia. E, durante vários momentos de sua História, os reinos existentes na Núbia fizeram parte do Império Egípcio, a ponto de existirem faraós de origem núbia.

Vamos a um exemplo. Em 2000 a.C. o reino de Cuxe, através de seus governantes, adotou a cultura egípcia. E essa união durou mais de 1300 anos, só se encerrando quando os assírios separam o Egito da Núbia, por volta do século VI a.C. Isso ajuda a explicar o porquê da relação intensa entre Núbia e Egito Antigo!

 
 Pirâmides egípcias presentes na Núbia.

  

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