Os seres humanos na América[1]
Quando os europeus chegaram à América, entre os séculos X e XII, com as
expedições Viking, ou mesmo com as primeiras viagens de caravela, no final do
século XV, os índios habitavam grande parte da América. Assim, podemos nos
perguntar: como as populações indígenas chegaram ao Continente Americano?
Também chegaram à América em caravelas?
Os hominídeos, durante o processo evolutivo, passaram a habitar os mais
variados continentes. Originários da África, a espécie humana, através das conquistas
evolutivas, tornou-se cosmopolita, ou seja, habitante dos mais variados
continentes. A América foi mais uma das etapas dessa expansão dos hominídeos
pelo globo terrestre.
Com um trecho do mar de Bering (entre o nordeste asiático e noroeste
americano) congelado, os hominídeos poderiam chegar ao continente americano. A
ideia de travessias oceânicas, como as que foram feitas pelos portugueses, são
dadas como improváveis na pré-história. Se há quinhentos anos fazer essa viagem
era complicado (um terço dos viajantes morria, segundo dados, às vezes até
mais), imagine há 30 mil, 20 mil anos... Portanto, a teoria de que os primeiros
habitantes da América chegaram aqui em embarcações, depois de atravessar
grandes extensões de água, possui postos difíceis de serem defendidos.
Começando a
concluir
A espécie que passou a habitar
o continente americano foi o Homo sapiens sapiens, ou seja, a
espécie atual. Os homens que aqui chegaram seriam provavelmente caçadores
nômades, ou seja, encaixaríamos o início da migração para o continente
americano no período Paleolítico. A primeira incursão à América ocorreu,
segundo os especialistas, pela região norte, por volta de trinta mil anos. E é
certo que há cerca de treze mil anos a América do Sul (onde se
localiza o Brasil) já era povoada, sendo que esses primeiros “sul-americanos”
se alimentavam de animais da chamada megafauna, como a preguiça gigante.
O que fundamenta que o “Caminho de Bering” fosse uma via utilizada é a análise conjunta das GLACIAÇÕES. Isso mesmo glaciações! Podemos considerar as glaciações como fases em que as temperaturas médias de nosso planeta estão consideravelmente mais baixas, “provocando nas altas latitudes continentais a acumulação de grandes geleiras, e nas zonas tropicais o aumento das chuvas"[ii]. O real motivo para a ocorrência dessas glaciações ainda é, de certo modo, desconhecido. Os pesquisadores consideram que o nosso planeta já passou por quatro glaciações.
Um dos vestígios mais claros dessa primeira aventura humana pelo continente americano são as pinturas rupestres. E é sobre ela que trataremos agora.
As pinturas rupestres
Importantes registros da pré-História humana! Valiosos documentos da
jornada do homem pelos quatro cantos do globo terrestre.
Nas paredes das cavernas desenhavam os antigos hominídeos. Retratavam
muitas coisas, se haviam caçado, se estavam em festa, se corriam perigo. Foi
uma das primeiras formas de manifestação cultural, indicando que os seres
humanos passavam a estabelecer vínculos sociais fundamentais.
Rupestre significa aquilo que é gravado na pedra. E o que na pedra ficou
para a História entrou. As primeiras pinturas teriam entre cem mil e quarenta
mil anos. Homens de Neanderthal, bem como indivíduos da espécie Homo
sapiens, já pintavam.
As tintas eram feitas a partir da trituração de cascas de fruta e
sementes, misturadas com sangue de animal, urina e fezes Aí era usar os
dedinhos e soltar a imaginação. Às vezes era usado um pincel bem rudimentar.
Para enxergar o que faziam, as pessoas acendiam uma fogueira no interior
da caverna e começavam a desenhar. Havia vários tipos de desenho: desde cenas
do cotidiano, como caçadas, até desenhos bem peculiares.
O Brasil possui o local com a maior quantidade de pinturas rupestres!
São milhares de desenhos no Parque Nacional Serra da Capivara (imagem), no
Piauí. Há desenhos de muitas cores, formas e representações. Alguns no teto das
cavernas, a dez metros de altura. Também há pinturas rupestres presentes nas
cavernas do Vale do Peruaçu (Minas Gerais), na Chapada Diamantina (Bahia), no
município de Iguape (São Paulo) e em outra porção de lugares.
[1] professor Pedro Henrique Ramos
[ii] Cardoso, Ciro
Flamarion S. América pré-colombiana – São Paulo: Brasiliense, 2004. p. 17
Nenhum comentário:
Postar um comentário