quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

6º Texto – 7º Ano - 2022 - As raízes da Idade Média

6º Texto – As raízes da Idade Média

Estudar Idade Média é muito, muito legal.  E nós iremos começar pelos reinos bárbaros.

Um dos reinos bárbaros mais importantes, formado após a queda do Império Romano do Ocidente, foi o reino franco, definido como Império Carolíngio. Desde os primórdios de sua formação, quando ainda não havia recebido a denominação Carolíngio, esse reino só tinha conseguido efetivar sua união devido ao fato de aderir à Igreja Romana e defender o cristianismo. A união se deu por motivos religiosos e políticos. A Igreja concedeu ao rei franco uma espécie de título (major domus), que remetia à figura do imperador romano (mas que nem de perto parecia).

Em 732, Carlos Martel, então rei franco, enfrentou e venceu uma invasão de árabes muçulmanos na Batalha de Poitiers, fazendo-os recuar. Os árabes haviam tomado toda a península ibérica e caso vencessem os francos, tomariam toda a Europa. A expansão árabe era resultado da Jihad, onde aparecia a ideia de expandir o islamismo pelas mais variadas regiões do mundo. É indiscutível afirmar que, se Martel não tivesse vencido os muçulmanos, muito provavelmente a maior parte da Europa seria islâmica. Portanto, muitos historiadores consideram que a Batalha de Poitiers foi um conflito entre cristãos e muçulmanos.

Após a vitória de Martel, Pepino, o Breve, seu filho, formou uma aliança muito forte com a Igreja. Pepino doou as terras que formariam o Estado Pontifício e em 751 iniciou a dinastia Carolíngia. Em troca, a Igreja concedeu ao filho de Pepino, o Breve, Carlos Magno, o título de imperador.

Fica claro perceber, e inclusive afirmar, a intensa relação entre os nobres e a Igreja Católica. E essa relação foi a quem deu uma das bases mais sólidas ao mundo medieval. Ao lado, monges medievais.

Reinos bárbaros podem ser considerados resultados das migrações (invasões) nas áreas do Império Romano (atente para o fato de que estamos tratando aqui exclusivamente da parte ocidental) e também de uma sociedade que se militarizou de maneira impressionante, sendo que a figura do soldado, do guerreiro, foi muito valorizada. Conjuntamente, as áreas começavam a se isolar, sendo que as cidades passaram a desaparecer e os proprietários rurais ficaram cada vez mais identificados com a figura de chefes militares. Além disso, esses proprietários passaram a “identificar o Estado cada vez mais fiscalista e opressor, procurando furtar-se às novas obrigações que lhes são impostas[2].

Nesse contexto, emerge uma sociedade profundamente militarizada, ligada à guerra. Duby apresenta a ideia de que a “civilização nascida das grandes migrações era uma civilização da guerra e da opressão[3].  A questão militar é tão forte que até em situações onde não existia um conflito, ela estava presente. Dois exemplos básicos ilustram isso: “os casamentos dos filhos dos reis e de aristocratas pressupõem sempre que um contingente de guerreiros faça parte do dote da noiva. qualquer funcionário leal, quando no exercício de suas funções administrativas, faz-se sempre acompanhar por uma escolta de guerreiros”[4] 

Em nosso próximo texto mergulharemos nos principais conceitos medievais! Até lá!

Exercícios de Revisão -  para entregar na data:_____/______/_____

Faça uma pesquisa sobre os Vikings, um dos chamados povos bárbaros medievais.  Atenção, a pesquisa pode ser digitada. Porém, se for mera cópia de texto, de nada valerá.


[2] Rezende Filho, Cyro de Barros. Guerra e guerreiros na Idade Média/ Cyro de Barrros Rezende Filho. – São Paulo; Contexto, 1996. (Coleção repensando a história geral). p. 23. (modificado)

 

[3] Duby, G. Guerreiros e camponeses. Trad., Lisboa: Estampa, 1980. In Rezende Filho, Cyro de Barros. Guerra e guerreiros na Idade Média/ Cyro de Barros Rezende Filho. – São Paulo; Contexto, 1996. (Coleção repensando a história geral). p. 27.

[4] Rezende Filho, Cyro de Barros. Guerra e guerreiros na Idade Média/ Cyro de Barros Rezende Filho. – São Paulo; Contexto, 1996. (Coleção repensando a história geral). p. 28. (modificado)

 

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