Estudar Idade Média é muito, muito legal. E nós iremos começar pelos reinos bárbaros.
Um dos reinos bárbaros mais importantes, formado após a queda do
Império Romano do Ocidente, foi o reino franco, definido como Império
Carolíngio. Desde os primórdios de sua formação, quando ainda não havia
recebido a denominação Carolíngio, esse reino só tinha conseguido efetivar sua
união devido ao fato de aderir à Igreja Romana e defender o cristianismo. A
união se deu por motivos religiosos e políticos. A Igreja concedeu ao rei
franco uma espécie de título (major
domus), que remetia à figura do imperador romano (mas que nem de perto
parecia).
Em 732, Carlos Martel, então rei franco, enfrentou e venceu uma
invasão de árabes muçulmanos na Batalha de Poitiers,
fazendo-os recuar. Os árabes haviam tomado toda a península ibérica e caso
vencessem os francos, tomariam toda a Europa. A expansão árabe era resultado da Jihad,
onde aparecia a ideia de expandir o islamismo pelas mais variadas regiões do
mundo. É indiscutível afirmar que, se Martel não tivesse vencido os muçulmanos,
muito provavelmente a maior parte da Europa seria islâmica. Portanto, muitos
historiadores consideram que a Batalha de Poitiers foi
um conflito entre cristãos e muçulmanos.
Após a vitória de Martel, Pepino, o Breve, seu filho, formou uma
aliança muito forte com a Igreja. Pepino doou as terras que formariam o Estado
Pontifício e em 751 iniciou a dinastia Carolíngia. Em troca, a Igreja concedeu
ao filho de Pepino, o Breve, Carlos Magno, o título de imperador.
Fica claro perceber, e inclusive afirmar, a intensa relação entre
os nobres e a Igreja Católica. E essa relação foi a quem deu uma das bases mais
sólidas ao mundo medieval. Ao lado, monges medievais.
Reinos bárbaros podem ser
considerados resultados das migrações (invasões) nas áreas do Império Romano
(atente para o fato de que estamos tratando aqui exclusivamente da parte
ocidental) e também de uma sociedade que se militarizou de maneira
impressionante, sendo que a figura do soldado, do guerreiro, foi muito
valorizada. Conjuntamente, as áreas começavam a se isolar, sendo que as cidades
passaram a desaparecer e os proprietários rurais ficaram cada vez mais
identificados com a figura de chefes militares. Além disso, esses proprietários
passaram a “identificar
o Estado cada vez mais fiscalista e opressor, procurando furtar-se às novas
obrigações que lhes são impostas”[2].
Nesse contexto, emerge uma sociedade profundamente militarizada,
ligada à guerra. Duby apresenta a ideia de que a “civilização
nascida das grandes migrações era uma civilização da guerra e da opressão”[3]. A
questão militar é tão forte que até em situações onde não existia um conflito,
ela estava presente. Dois exemplos básicos ilustram isso: “os
casamentos dos filhos dos reis e de aristocratas pressupõem sempre que um
contingente de guerreiros faça parte do dote da noiva. E qualquer
funcionário leal, quando no exercício de suas funções administrativas, faz-se
sempre acompanhar por uma escolta de guerreiros”[4].
Em nosso próximo texto mergulharemos nos principais conceitos
medievais! Até lá!
Exercícios de Revisão - para
entregar na data:_____/______/_____
Faça uma pesquisa sobre os Vikings, um dos chamados povos bárbaros
medievais. Atenção, a pesquisa pode ser digitada. Porém, se for mera
cópia de texto, de nada valerá.
[2] Rezende Filho, Cyro de Barros. Guerra e guerreiros na Idade
Média/ Cyro de Barrros Rezende Filho. – São Paulo; Contexto, 1996. (Coleção
repensando a história geral). p. 23. (modificado)
[3] Duby, G. Guerreiros e camponeses. Trad., Lisboa: Estampa,
1980. In Rezende
Filho, Cyro de Barros. Guerra e guerreiros na Idade Média/ Cyro de Barros
Rezende Filho. – São Paulo; Contexto, 1996. (Coleção repensando a história
geral). p. 27.
[4] Rezende Filho, Cyro de Barros. Guerra e guerreiros na Idade
Média/ Cyro de Barros Rezende Filho. – São Paulo; Contexto, 1996. (Coleção
repensando a história geral). p. 28. (modificado)
legal gostei
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