Mergulhando na República Romana
professor Pedro Henrique Ramos
Roma
agiganta-se durante o período republicano. E isso ocorre das mais diversas formas.
Nos próximos parágrafos você entenderá os porquês do período republicano ser
entendido como um momento grandioso para a Roma Antiga.
A expansão romana
Consideramos
o período republicano como a fase em que a civilização romana está se
expandindo, muito além do que fora feito pelos etruscos durante a Monarquia. E essa
expansão republicana marcou definitivamente a história da civilização romana.
Vimos que Roma
nasceu em meio a outras civilizações, o que a fez adotar, desde o inicio, uma
postura defensiva. Não foi à toa que Sérvio Túlio ergueu os muros ao redor da
cidade. No entanto, por volta de 275 a.C., os romanos já haviam conquistado
todas as regiões da península itálica, passando agora para um desafio bem
maior: conquistar as regiões ao redor do mar Mediterrâneo.
Dessa forma,
Roma passou a desafiar os cartagineses, uma ex-colônia fenícia, localizada no
norte da África. Ficou claro que conquistar Cartago significava, simplesmente, conquistar
o Mediterrâneo ocidental e, portanto, garantir o controle de todo o comércio da
região. Essa conquista ocorreu após o fim da 2ª Guerra Púnica, em 201 a. C.
Mesmo sem
ainda conquistar a cidade de Cartago (o que ocorreria na 3ª Guerra Púnica), os
romanos passaram a ter como objetivo tomar a Grécia Antiga, que estava
profundamente enfraquecida após a morte de Alexandre, o Grande. E assim foi
feito. Em "pouco mais de cinquenta
anos, Roma conseguira transformar o Mediterrâneo inteiro em mar romano e todo o
mundo grego cairá ante as legiões de Roma"[1].
Óbvio que
esse contato com os gregos fez com que a cultura helenística penetrasse
diretamente na sociedade romana. É nesse momento que a cultura grega renasce
dentro da sociedade romana.
Portanto, retomando,
os conflitos entre romanos e cartagineses ficaram conhecidos como guerras púnicas. Conjuntamente a esses conflitos veio o domínio
de Roma sobre a Grécia. Resultado: o mar Mediterrâneo passou a ser chamado
pelos romanos de mare nostrum, nada
mais que “nosso mar”.
Além do que
já apontamos neste e no texto passado, o período republicano trouxe as
seguintes mudanças:
a) Roma se
tornou uma civilização escravista, ou seja, vivendo em grande parte do trabalho
escravo. Os escravos romanos eram povos conquistados.
b) a
civilização romana se tornou mais rica e complexa, com o surgimento de outras
classes sociais, ligadas principalmente aos patrícios, como foi o caso dos
Clientes, pessoas que eram dependentes dos aristocratas.
c) começou a
ocorrer o fenômeno do êxodo rural, ou seja, a saída dos pequenos camponeses do
campo para a cidade, principalmente para Roma, devido em grande parte ao
controle cada vez maior das terras pelos patrícios e também pela enorme vocação
comercial que Roma passou a ter.
Pirâmide
social do período republicano.
Atente para o
fato de que o ponto c
revela-se um problema. Um grave problema, sendo um dos maiores responsáveis
pelo início da crise romana. A cidade de Roma não conseguiu suportar um número
tão grande de novos moradores. E há que se registrar que os novos grupos
sociais passaram a exigir participação política. Era o início da crise
republicana, assunto que veremos agora.
A crise republicana
As mudanças
do período republicano provocaram uma situação ambígua em Roma. Por um lado, os
romanos haviam conquistado todo o mar Mediterrâneo, tornando a civilização
extremamente forte e o território bastante extenso. Por outro, os plebeus
passavam cada vez mais por dificuldades.
Dois tribunos
da plebe, Tibério Graco e Caio Graco (entre 133 e 123 a.C.), foram responsáveis
por levar propostas de leis a favor da plebe para a discussão no senado,
propondo inclusive uma “reforma agrária”. Os patrícios, que lideravam o Senado,
não concordaram, assassinando Tibério em uma discussão. Seu irmão, Caio, tentou
implantar as reformas, porém não obteve grandes sucessos. Em um conflito armado
com a aristocracia, Caio pediu a um escravo que o matasse.
O conflito
estava bem determinado: de um lado, os patrícios querendo manter seus
privilégios. De outro, os plebeus lutando por medidas que permitissem um maior
acesso as terras e as riquezas de Roma. Foram essas disputas entre "os
cidadãos romanos" pelo controle do poder político que aumentaram cada vez
mais a instabilidade da sociedade, marca do final da República romana.
Nesse clima,
o Senado, em 60 a.C., elegeu três grandes líderes políticos ao consulado: Júlio
César, Pompeu e Crasso. Juntos, eles formaram o chamado 1º Triunvirato, e dividiram entre si o poder e os domínios
romanos.
Contudo,
Crasso morreu na Pérsia (54 a.C.), e Pompeu tornou-se cônsul único, recebendo a
tarefa de combater César e destituí-lo do comando militar da Gália. Ao saber
das notícias, César resolveu lutar e dirigiu-se para Roma. Nesse momento, César
assumia o poder romano, derrotando definitivamente Pompeu no ano de 49 a.C.
O domínio de
César foi cada vez maior. Controlando diversas regiões e conflitos, César
chegou a Roma, após destruir as tropas sírias, e foi declarado ditador
vitalício. A nomeação, no entanto, não foi aceita pela maioria dos patrícios.
César, em 44 a.C, foi assassinado.
Após a morte
de César, teve início uma grande revolta popular, que foi habilidosamente
utilizada por Marco Antônio, um dos generais mais próximos de Júlio César.
Junto com Lépido e Otávio (imagem ao lado), Marco Antônio formou o 2º Triunvirato.
O trio, a
princípio, trabalhou em conjunto, “eliminando” os opositores. Porém, depois que
o controle ficou na mão dos três generais, um começou a lutar contra o outro.
O vencedor
foi Otávio, recebendo do Senado o título de “Primeiro Cidadão” (Princeps), primeira escala para atingir
o título de Imperator. Dessa forma, Otávio
foi tornando-se praticamente o "senhor de Roma", coroado pelo recebimento
do título de divino (Augustus), passando a se chamar Otávio Augusto.
Tinha início
o 3º período da Roma Antiga, o período imperial.
Além do mais
Desde pequeno
tinha um sonho. Visitar Roma e conhecer o Coliseu. Quem sabe um dia eu realizo
esse feito. Por enquanto, faço um relato dessa impressionante obra.
O Coliseu foi
construído quando Roma já era um império, durante o governo de Vespasiano (9 d.C.
- 79). As medidas impressionam: suas fundações possuem mais de doze metros de
profundidade e o perímetro da construção é de cerca de quinhentos e quarenta metros.
Achou pouco? Mais de 50 mil pessoas poderiam assistir confortavelmente aos
espetáculos, muitas vezes com gladiadores lutando até morte. Outras vezes,
jaulas surgiam do subterrâneo e os animais eram soltos na arena, perseguindo os
escravos. Espetáculos violentos!
A construção
era feita de cimento natural, com a presença de cinco anéis concêntricos. Uma
maravilha arquitetônica!
Exercícios de revisão
1) Quais
foram os principais motivos que levaram os romanos a iniciar a sua expansão.
2) Em que
período teve início a expansão romana pelo mar Mediterrâneo?
a) período
Clássico; b) período Monárquico; c) período Imperial; d) período Republicano.
Prof, esse OTAVIO, teve algum filho importante para a historia da humanidade?
ResponderExcluir-Victor Benedetti Alexandre