19º Texto - O período Clássico
professor Pedro Henrique Ramos
Vamos começar nosso 19º
texto com uma afirmação:
"na Grécia Antiga jamais tivemos a existência de um
império"
Pensa em uma frase importante para entendermos o terceiro
período! Pois bem, a frase acima tem esse papel!
E ela é fruto de uma
observação importante!
Muitos dos povos que
formaram a Grécia Antiga eram inimigos! Inimigos mesmo! Isso fez com que na
Grécia Antiga jamais houvesse um império. E quando os gregos se uniam era para
lutar contra um inimigo em comum. Depois, cada um ia para o seu lado, para o
seu país, sua nação, seu Estado Nacional. Por isso, cidade-estado! (lembre-se
que lemos um texto sobre o assunto).
Isso nos faz lembrar que se
um espartano se declarasse grego certamente não gostaria de ouvir “grego como
um ateniense”. E a recíproca é verdadeira.
O terceiro período vai
confirmar tudo isso que você acabou de ler. Vamos começar!
Como sabemos, o período
Clássico (VI - IV a.C.) foi o 3º período da Grécia Antiga. Nesse momento, a
cultura grega se desenvolveu muito, havendo uma enorme importância da
cidade-estado de Atenas. Tal período também ficou marcado pelas guerras entre
gregos e persas, as chamadas "Guerras Médicas" e pelos conflitos
entre as cidades-estados gregas. Atenas e Esparta tornaram-se grandes inimigas.
Para que possamos
compreender melhor o terceiro período da Grécia Antiga é preciso aprender um
pouco sobre o império Persa.
Os persas eram povos de
origem indo-europeia, caracterizados por uma sociedade seminômade que, por
volta de 2.000 a .C
havia se estabelecido na região que hoje compõe o atual território do Irã.
Chefiados, em 559 a .C.,
por Ciro, os persas combateram e venceram os medos, outro povo de origem
indo-europeia, e iniciaram uma grande expansão. Formaram, assim, um enorme
império, atingindo as regiões da Ásia Menor, do Egito, Fenícia, Mesopotâmia,
além de algumas áreas da Grécia.
Perceba que os persas
ocuparam áreas em três continentes: África, Ásia e Europa!
Com a subida de Dário ao
poder (521 – 484 a .C.)
os persas passaram a ressaltar ainda mais a política expansionista. Foi Dário I
quem começou a realizar as guerras contra os gregos. Tais guerras tiveram
início quando a cidade de Mileto (que se localizava na Ásia Menor) começou uma
revolta contra o domínio persa e buscou apoio dos atenienses, que aceitaram
ajudar.
Dário I, então rei persa,
entendeu o fato como uma afronta dos atenienses e iniciou a primeira guerra
médica. A guerra em questão foi vencida por Atenas na batalha de Maratona,
realizada em 490 a .C.,
sob a liderança de Milcíades.
No entanto, em 480 a .C., agora com Xerxes,
filho de Dário I, os persas voltaram a atacar os atenienses. No primeiro ataque
de Xerxes, nova derrota persa; na segunda tentativa, os persas venceram e
destruíram parte de Atenas. Os gregos, então com medo de Xerxes iniciar uma
grande invasão persa (o que de fato ocorreu), se uniram, e sob a liderança de
Esparta, derrotaram os persas antes que estes deixassem a Grécia.
O medo de um novo ataque
persa fez com que Atenas organizasse uma confederação das cidades gregas, a
chamada Confederação de Delos.
Nessa Confederação estava determinado que as cidades-estados manteriam sua
independência e autonomia, mas se comprometeriam a auxiliar umas as outras caso
ocorresse um ataque a qualquer uma delas. Graças a essa Confederação, os persas
foram expulsos da Ásia Menor. E é indiscutível que tal aliança ajudou muito a
cidade de Atenas a se tornar a mais importante da Grécia Antiga.
O domínio ateniense
ocorreu durante o século V a.C., durante o governo de Péricles, fase também
conhecida pelo aumento considerável da escravidão. Péricles buscou reformas que
ampliassem a democracia ateniense, permitindo que os cidadãos participassem
mais da vida política e social de Atenas. O grande feito externo de Péricles
foi ter conseguido um “tratado de paz” com os persas.
Assim, Atenas despontou
de maneira impressionante! Tanto que conhecemos a cidade-estado de Atenas no
século V a.C. pelo seu esplendor cultural e arquitetônico, o que deu a este
século a denominação de “idade de ouro”.
No entanto, a hegemonia
ateniense incomodava muito outras cidades-estados gregas, principalmente
Esparta, que se opôs a Confederação de Delos, fundando a Liga do Peloponeso, tendo como único propósito impedir esse
domínio ateniense. Reunindo algumas cidades, os espartanos iniciaram a Guerra
do Peloponeso, entre 431 e 404
a .C., ou seja, mais de vinte anos de conflitos entre
atenienses e espartanos.
Foram realizadas inúmeras batalhas até que em 404 a .C. os espartanos saíram
vitoriosos, invadindo e destruindo a cidade de Atenas. A partir desse momento
quem liderava a Grécia Antiga era Esparta, domínio que, no entanto, durou muito
pouco.
Tebas, outra
cidade-estado grega, entrou em conflito com os espartanos e os venceu, tomando
assim o poder. Em 362 a.C. uma nova reviravolta: Atenas e Esparta, junto com
outras cidades-estados, tomaram Tebas, conquistando o poder. Com tantas
disputas os gregos se enfraqueceram, o que fez com a Grécia Antiga passasse a
ser conquistada pelos macedônicos, a partir de 338 a.C., através do rei da
Macedônia, Filipe II.
Além do mais
A cidade-estado de
Esparta, fundada pelos dórios, também possuiu enorme destaque dentro da Grécia
Antiga. Localizada na planície da Lacônia, basicamente estava organizada como
as outras cidades-estados, mas também possuía algumas características bem
específicas, sendo uma sociedade dividida nas seguintes classes:
- espartanos: formavam a aristocracia
espartana, proprietária de terras e detentora dos direitos políticos. Eram os
únicos cidadãos e dedicavam sua vida as atividades militares. Essa dedicação
ocorria desde o início da vida do indivíduo. As crianças espartanas eram
educadas para formar um exército forte e poderoso. E foi devido a esse exército
que Esparta foi uma cidade-estado expansionista. Só havia um meio de se tornar
espartano: nascer em uma família aristocrática;
- periecos: eram homens livres, mas
que não possuíam nenhum direito político. Não podiam casar com espartanos e
trabalhavam nas atividades agrícolas e comerciais, além de pagarem impostos.
- hilotas: eram escravos públicos,
pertencentes ao Estado. Os hilotas muitas vezes eram exterminados pelos
espartanos.
General e rei espartano, Leônidas!
Exercícios de revisão
1) Faça um resumo sobre o
período Clássico.
Bibliografia básica (10º ao 19º Textos)
Boulos Júnior, Alfredo.
História: sociedade & cidadania/ Alfredo Boulos Júnior – 1ª. Ed. – São
Paulo: FTD, 2006. – (Coleção História: Sociedade & Cidadania).
Cabrini, Conceição.
História temática: tempos e culturas, 5ª. Série/ Cabrini, Catelli, Montellato.
– São Paulo: Scipione, 2004. (Coleção história temática).
Florenzano, Maria
Beatriz. Nascer, viver e morrer na Grécia Antiga/ Maria Beatriz Florenzano;
coordenação Maria Lígia Prado, Maria Helena Capelato. - São Paulo: Atual, 1996.
- (Discutindo a história)
Pinsky, Jaime. As
Primeiras Civilizações. São Paulo: Editora Contexto, 2001.
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