24º Texto: A Expansão Ultramarina em Portugal
Podemos
iniciar o nosso texto afirmando que o interesse português pelo continente
africano durante a Expansão Ultramarina foi muito grande.
Isso
ocorreu devido as intensas e ricas atividades realizadas principalmente na
faixa litorânea do continente africano (norte/noroeste), com possíveis centros
auríferos no continente, e com o posterior intuito em capturar escravos. Havia
também o objetivo em combater os muçulmanos no norte da África, caracterizando
uma evidente continuação da Reconquista Cristã, além de tentar reabrir os
caminhos para o Oriente, facilitando assim as trocas comerciais. O grande
incentivador da expansão ultramarina
portuguesa foi D. Henrique (1394 – 1460), infante de Portugal, não à toa denominado
de patrono da expansão portuguesa.
Conquistadas
as áreas, os portugueses estabeleciam feitorias (entrepostos comerciais) e
fortalezas. Tais estruturas asseguravam para os portugueses o controle da
região. Das áreas eram comercializados marfim, ouro e escravos.
Imagem
representando a expedição de Vasco da Gama
A
partir de 1453, com a conquista da cidade de Constantinopla (hoje Istambul)
pelos turcos otomanos, as nações europeias passaram a ter significativos
problemas para realizar as atividades comerciais com o Oriente, já que os
muçulmanos impediram a passagem dos europeus pela região. A descoberta de um
novo caminho para as Índias tornou-se essencial para a retomada das atividades
comerciais. Com o rei D. João II, Portugal passou a iniciar o processo que
levaria as conquistas pelo continente asiático (Índias). Entre 1497 e 1498
Portugal, com Vasco da Gama, consolidou a possibilidade de contornar o
continente africano e chegar às Índias, estabelecendo uma importante rota
comercial. Vasco chegou à Calicute e o sucesso de sua expedição levou a
organização de uma nova viagem para a região. Esta era a expedição comandada
pelo capitão-mor Pedro Álvares Cabral, que partiu de Portugal com 1200 homens e
13 embarcações. Seria essa expedição que chegaria às terras brasileiras, no dia
22 de abril de 1500[2].
Você
já percebeu como a nação portuguesa estava voltada as atividades marítimas?
Acompanhe esse texto de aprofundamento e veja que interessante!
Portugal e o “Mar Oceano”
Na
passagem entre os séculos XIII e XIV, sob o reinado de D. Dinis (1279 –
1325), as técnicas de navegação foram aprimoradas. Seu sucessor, o rei Afonso
IV (1325 – 1357), apoiou diretamente as atividades marítimas, em especial a
pesca, transformando esse setor em um dos mais importantes da economia
portuguesa. Essas atividades que Portugal realizou em águas marítimas
propiciaram o aparecimento e o desenvolvimento das cidades litorâneas,
possibilitando a ascensão de uma poderosa burguesia.
Sabemos
que a opção de Portugal pela realização das atividades marítimas não foi de
modo algum aleatória. Cercado por reinos e povos senão inimigos, ao menos com
claras intenções de conquistar o reino português, o mar se colocou como a saída
mais viável e promissora para a conquista definitiva de uma economia rentável.
Além do mais...
Nos
textos sobre o Renascimento você pôde perceber que os homens desse período
passaram a buscar retratar em seus quadros elementos que se aproximassem cada
vez mais do real, do plano físico.
Foi
assim que muitos dos viajantes tiveram que fazer para contar para o pessoal lá
da Europa o que estavam vendo, o que haviam encontrado. Desde a curiosa
descrição do bicho-preguiça, feita pelo padre jesuíta José de Anchieta - segue
a descrição: “mais vagaroso que o caracol. Tem o corpo grande, de cor cinzenta,
cara que se assemelha um tanto a rosto de mulher, longos braços munidos de
unhas também compridas e recurvadas”[3]-,
até o desenho que o renascentista Albrecht Dürer (1471 – 1528) fez de um
rinoceronte sem jamais ter visto um. Tudo foi feito a partir de descrições
feitas por aqueles que haviam tido contato com o animal. Impressionante, não é
mesmo?
Muitas
dessas descrições, feitas por navegadores, renascentistas, estudiosos ou
intrépidos viajantes tentava aproximar mundos até então muito distantes. Era a
experiência da troca e do contato com coisas que abriram os olhos e as mentes
europeias.
A
seguir, o desenho de Dürer.
Exercícios de revisão
1)
Explique o porquê do interesse português pelo continente africano.
[2] Há registros que indicam que Vasco da
Gama comentou a possibilidade de existirem
terras abaixo daquelas descobertas por Colombo (em 1492) com Pedro
Álvares Cabral. Alguns aventam a possibilidade de que Vasco tenha avistado o
arquipélago de Fernando de Noronha, distante cerca de 500 km da costa
brasileira.
[3] Minhas Cartas, por José de Anchieta.
p. 39
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