22º Texto: As escolas humanistas
O
texto que leremos, visando facilitar a compreensão acerca dos assuntos
abordados, está dividido em três partes, cada qual com um título. Vamos
começar?
Os humanistas e as
escolas
Para
definir quem eram os humanistas, faremos uso de um livro, chamado “O Renascimento”,
do professor Nicolau Sevcenko. Vamos a um trecho do livro:
“Os humanistas (...) voltavam-se para o aqui
e o agora, para o mundo concreto dos seres humanos em luta entre si e com a
natureza, a fim de terem um controle maior sobre o próprio destino. (...) A
postura dos humanistas (...) valorizava o que de divino havia em cada homem,
induzindo-o a expandir, a criar e a produzir, agindo sobre o mundo para
transformá-lo de acordo com sua vontade e interesse”[2].
Legal,
né? Agora podemos entender como essa visão foi fator determinante na formação
do pensamento humanista, a partir do século XIV.
Mudar
os conceitos da sociedade medieval levou um tempo realmente considerável e
demonstrou que pioneiros, como Dante e Petrarca, foram fundamentais para que
uma parte da população da Europa começasse a enxergar o mundo de uma forma
diferente a partir do século XV.
O
primeiro sinal foi o aparecimento de bibliotecas e de grandiosas coleções de
livros. E o acesso ao conhecimento começava, mesmo que ainda direcionado para os
grupos mais ricos, a se tornar uma realidade mais acessível. Apareceram as
escolas laicas, principalmente na península Itálica, muitas vezes ligadas aos
poderes municipais (entenda, burgueses) e sob o comando de notáveis humanistas,
entre eles Vittorio da Feltre (1378 – 1446), professor na cidade de Mântua, e
Guarino de Verona (1370 – 1460), professor em Verona.
Dificilmente
pode ser precisado tudo o que era abordado dentro dessas escolas. Mas o trecho
do livro do professor Sevcenko nos dá uma boa ideia. Houve uma fase, o século
XV mais especificamente, que se tornou moda ler e reler os escritos da Grécia
Antiga. E, obviamente, as questões que foram tratadas pelos filósofos gregos da
Antiguidade voltaram a ser debatidas pelos humanistas em suas escolas: ética,
política, cidadania, filologia[3]
etc.
Se
questões religiosas eram debatidas? Obviamente que sim. Muitos dos humanistas
foram fundamentais para o início dos movimentos que vieram a contestar o
domínio da Igreja Católica e a propor reformas e mudanças religiosas.
O livro, fundamental!
Entre
os séculos XII e XIII surgiram as primeiras experiências de impressão na
Europa: desenhos em telas com blocos de madeira talhados em relevo. Era como se
fosse um prensa, onde o que estava gravado na madeira “passava” para a tela. O
uso dessa técnica para a escrita demorou um pouco mais. Primeiro porque o
pergaminho, onde eram escritas as ideias, a frases dos pensadores era
relativamente caro.
Com
o desenvolvimento do papel de trapos no início do XV, os livros começaram a ser
produzidos em maior escala. Um nome fundamental para a popularização do livro
foi o alemão Johannes Gutenberg (1398 – 1468). Ele criou um processo que
consistia em cunhar as letras em matrizes de cobre, com um punção[4]
de aço com letras gravadas em relevo, gerando uma espécie de molde de letras,
que eram finalmente montadas em uma base de chumbo, tintadas e prensadas.
Assim, Gutenberg produziu a primeira Bíblia, impressa em latim, produzindo
cerca de 300 exemplares. O livro passava a ser um objeto mais acessível.
Exercícios de Revisão
1)
Quais eram as principais atividades das escolas humanistas?
[2]
Sevcenko, Nicolau. O Renascimento. 2ª ed. São Paulo, Atual, 1985. p. 16
[3]
consiste no estudo
científico de uma língua
[4]
instrumento que serve
para gravar
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