23º Texto: Conhecendo alguns renascentistas
A seguir, você terá contato com alguns dos
mais importantes nomes do Renascimento. Comecemos pela análise de um
português.
Gil Vicente (1465 -
1536/1540): um
dos maiores nomes do Renascimento português. Com obras críticas e inovadoras,o
trabalho de Gil Vicente foi um marco no desenvolvimento do Renascimento, tendo
em vista que o escritor foi um dos precursores[2] dos estilos que se difundiam e do movimento
na península ibérica. “A Farsa de Inês Pereira”, uma das mais importantes obras
de Gil Vicente, foi representada pela primeira vez em 1523, ao rei português D.
João III.
Nicolau Copérnico
(1473 - 1543):
foi o primeiro na Renascença a formular a teoria heliocêntrica. O que é essa
teoria?
“O cientista, ao dedicar-se minuciosamente ao
Almagesto do astrônomo Ptolomeu, e a outros especuladores celestiais, gregos e
árabes, concluíra que não era a Terra o centro do universo. Era o Sol!”[3]. Considerado um dos
maiores nomes do Renascimento, “referência” para os trabalhos de outros
renascentistas, entre eles o também conhecido Galileu Galilei.
Galileu Galilei
(1564-1642): físico
e astrônomo italiano, foi também professor universitário em Pisa, Florença e
Pádua. Para Galileu, o racionalismo matemático deveria ser a base de todo o
pensamento científico. Sendo assim, foi o criador da ideia moderna da
experiência científica, combinando a indução experimental com o cálculo
dedutivo (podemos afirmar aqui que Galileu teve contato direto com o trabalho
de Bacon).
"Em seus estudos de astronomia, estabeleceu
comparações entre o sistema geocêntrico e o sistema heliocêntrico de Copérnico.
Isso atraiu a atenção do Santo Ofício, que acabou condenando o cientista, em
1633, à prisão domiciliar e à abjuração de suas doutrinas. Suas principais
contribuições foram a invenção do telescópio, do termômetro e estudos sobre a
reflexão e a refração da luz”[4].
Thomas Morus (1475 -
1535): um dos
nomes principais do Renascimento inglês, o renascentista em questão foi o
criador de uma das mais importantes obras do período. Veja abaixo um fragmento
de seu livro “Utopia”, escrito em 1516: “[...]
no caso do ser humano, a razão é a vaidade, a ideia de que se é melhor do que
os outros quando se pode ostentar grandes propriedades e todo o tipo de luxo
supérfluo. Esse tipo de coisa, porém, não acontece em Utopia”.
Morus
descreveu uma sociedade sem ricos e pobres, em uma ilha imaginária. Por
problemas religiosos, acabou sendo preso e foi executado por ordem do rei
inglês Henrique VIII.
Michelangelo (1475 -
1564): além das
diversas informações que já foram apresentadas sobre esse cara, podemos
considerar que este renascentista italiano foi a figura símbolo do Cinquecènto. Para muitos pesquisadores,
Michelangelo conciliou de maneira perfeita os ideais cristãos com as inovações
renascentistas. Muitos estudiosos o consideram como um dos maiores expoentes
das artes plásticas de toda a História. Não à toa. A magistral obra realizada
no alto da capela Sistina foi feita por esse artista.
Foi
o realizador de importantes e maravilhosas esculturas, além da célebre pintura
que aparece a seguir, "A Criação de Adão"!
Erasmo de Rotterdam
(1466 - 1536): abordando
o campo da teologia, o clérigo holandês Erasmo fez um trabalho que serviu de
base ao que seriam as reformas protestantes. Traduziu o Novo Testamento. Fez
contundentes críticas à Igreja, denunciando o afastamento de muitos clérigos
dos princípios da fé. Foi autor da consagrada obra “Elogio da Loucura”,
apontando, a partir de uma interessante narrativa, as origens, causas e
consequências da natureza humana. Inegavelmente, Erasmo foi um humanista.
Talvez um dos maiores.
Além do mais...
Vamos
tratar um pouco sobre as crises do Renascimento.
Nos
últimos textos você pôde observar que a formação dos princípios renascentistas
começou a ocorrer a partir do final da Baixa Média, principalmente no final do
século XIV e início do século XV. Essa formação ocorreu através do surgimento
das ideias humanistas e da consolidação, como definem alguns historiadores, de
um pré-Renascimento, no período denominado Trècento.
Isso fica claro se lembrarmos que o Renascimento começou a ganhar forma aos
poucos, lá na Baixa Idade Média, ligado à ampliação das atividades comerciais e
urbanas.
Contudo,
o Renascimento só se consolidou na Época Moderna, que se iniciou,
cronologicamente, com a queda do Império Bizantino, em 1453 (marco do fim do
período Feudal, ou seja, da Idade Média). Por isso, o Renascimento foi
determinado, em muitos casos, pelas características deste último período. “Os renascentistas gostavam de perceber o Renascimento como um movimento
de brusca ruptura que se opunha à Idade Média. Na realidade, o universo
medieval era tratado por eles como um tempo obscuro, cheio de irracionalidade e
ignorância (a denominada Idade das Trevas). A visão de mundo que começava a
alcançar muita presença no século XV tentava se opor ao mundo medieval,
procurando retomar os princípios greco-romanos para fazer renascer a razão, o
conhecimento e as artes”[5].
Interessante,
não é mesmo? Diante disso, não nos resta dúvidas da importância do Renascimento
na Época Moderna, mas suas origens estão ligadas ao final da Idade Média
(séculos XIV e início do XV).
As
mudanças promovidas pelo Renascimento tiveram seu local de origem na Península
Itálica e se “alastraram” por toda a Europa. Porém, o Renascimento foi perdendo
força devido às guerras ocorridas na península Itálica; e ao enfraquecimento
das atividades comerciais, pelas cidades italianas,. resultante do fim do
controle das rotas de comércio por essas. No entanto, as mudanças promovidas
pelos renascentistas determinariam os rumos da sociedade europeia, e, através
das expansões ultramarinas, determinariam também os rumos do restante do mundo.
Exercícios de revisão
1)
O que causou a crise do Renascimento? Argumente.
2)
Procure o significado da palavra hedonismo e escreva nas linhas abaixo.
[2]
o pioneiro, o que a vem
frente, o que dá início a algo.
[4] Pazzinato, A. L.; Senise, M.
H. V. “História Moderna e Contemporânea”. São Paulo: Ática, 1997. p. 31
[5] Moraes, J. G. Vinci de.
“Caminhos das Civilizações – da Pré-História aos dias atuais” - São Paulo:
Atual, 1993. p. 164.
Nenhum comentário:
Postar um comentário