29º texto - A Contrarreforma (ou reação católica)
Antes
de começarmos a ler este texto vamos fazer a seguinte pergunta: houve uma
Reforma dentro da Igreja Católica? Sim, houve. Mas ela foi muito mais uma
reação do que propriamente uma Reforma. No entanto, não estranhe se você
encontrar em livros de História a definição “Reforma Católica”. É o sinônimo
para Contrarreforma.
Vamos
começar a entender sobre o assunto lendo um fragmento de texto. “O aparecimento das igrejas protestantes no
século XVI provocou a imediata reação da Santa Sé, que somente a partir de
então começou a tomar medidas mais efetivas para reafirmar os princípios
fundamentais da moral católica. O papado reconheceu a Companhia de Jesus (seu Joaquim nos preparou uma coluna sobre essa
tal Companhia de Jesus), fundada nessa época na Espanha, aproveitando-se para
colocá-la a seu serviço na expansão da fé e na obtenção de novos adeptos.
A fim de assegurar a unidade da doutrina católica, o papa Paulo III convocou o Concílio de Trento (imagem ao lado representando a realização do Concílio) que se reuniu em 1545 e encerrou seus trabalhos em 1563. O concílio organizou a Contrarreforma Católica, definindo quatro pontos principais:
1)
Contra os protestantes, que
consideravam as Escrituras como única autoridade, afirmou que a Tradição – ou
seja, as interpretações dos padres da Igreja, papas e concílios – constituía,
junto com as Escrituras, um dos fundamentos da fé (...);
2)
Confirmou e definiu com precisão os
dogmas e práticas rituais católicas, tais como: a presença real de Cristo na
eucaristia, a salvação pela fé e pelas obras, os sete sacramentos (batismo,
crisma, eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio), o
culto à Virgem e aos santos etc.
3)
Procurou corrigir os abusos da Igreja,
adotando as medidas necessárias para assegurar um clero mais instruído e com
moral mais firme, mantendo a proibição do casamento dos padres, criando
seminários para a formação de sacerdotes etc.
4)
Fortaleceu a hierarquia e, portanto, a
unidade da Igreja Católica, ao confirmar a supremacia do papa, 'pastor
universal de toda a Igreja'”[2].
Sabemos também do papel da Santa
Inquisição, “que ficou encarregada de
combater a Reforma. Em 1543, o papa Paulo III mandou redigir o INDEX
– catálogo de livros de leitura proibida aos fiéis, por serem considerados
perniciosos à fé.
Assim, embora de maneira mais repressiva do
que renovadora, a Igreja Católica se equipou para enfrentar os desafios de uma
Europa agora reestruturada sob o impacto da cultura humanista, que apontava
novos caminhos para a relação entre o homem e Deus”[3].
Uma sociedade que vivia ares burgueses
A Companhia de Jesus
A
Companhia de Jesus foi fundada em 1534 por Inácio
de Loyola, sendo reconhecida pelo papa Paulo III, em 1534. Tornou-se a mais
importante ordem contrarreformista, sendo considerada como uma “verdadeira
milícia a serviço do papa”. Os jesuítas passaram a utilizar todos os meios de
ação para ensinar e divulgar os princípios católicos. O resultado de tamanho
esforço foi bastante interessante. Acompanhe:
-
algumas regiões como a Baviera e os domínios da Casa da Áustria, que haviam
aderido ao protestantismo, foram reconquistadas para o catolicismo. Mérito dos
jesuítas;
-
os jesuítas divulgaram o catolicismo para regiões que haviam sido dominadas
pelos europeus: povos asiáticos e americanos se tornaram católicos.
-
sabe São Paulo, capital do estado onde se localiza São Caetano do Sul? Pois
bem, foi fundada a partir da instituição de um colégio jesuíta, no dia 25 de
janeiro de 1554, não à toa, dia de São Paulo.
-
os jesuítas chegaram a agir em regiões do Japão! E as ações foram bem brutais.
Relatos dão conta de extermínios dos japoneses que não aceitavam o catolicismo
– assim como ocorreu no Brasil.
Padre jesuíta em pleno século XXI. A ordem existe até hoje.
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