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sábado, 5 de fevereiro de 2022

5º Texto - 6º Ano - 2022: Antes do que imaginávamos

 5º Texto – Antes do que imaginávamos

Existem algumas coisas que sempre devem acompanhar a vida de uma pessoa dedicada aos estudos. A curiosidade e a capacidade de rever ideias e teorias são dois exemplos. Desde que comecei a lecionar aqui na EMEF Leandro Klein diversas teorias e ideias acerca da evolução humana passaram por revisões, sendo que algumas foram abandonadas, outras aprimoradas e novas teorias foram elaboradas.

No mapa abaixo, a área em destaque (dentro do quadro menor) é onde fica a Jordânia. Apesar de ser uma país asiático, está muito próximo da África.

O que foi descoberto?

Até o ano de 2019, xs discentes da EMEF Leandro Klein aprenderam que a primeira espécie de hominídeo a deixar a  África e povoar outros continentes foi o Homo erectus. Mas, os achados na Jordânia indicam que as ferramentas ali presentes datam de 2,5 milhões de anos. Eis o problema.

Vimos que o Homo erectus surgiu há 1,8 milhão de anos. Então, quem teria produzido essas ferramentas? A única resposta plausível é de que seja Homo habilis ou uma espécie anterior[2] - portanto um proto-hominídeo.

Uma das discussões que a nova pesquisa levanta é acerca de espécies de hominídeos – que não estudamos com profundidade em nossas aulas – que parecem ter feito algo que contradiz a lógica da evolução: recuaram.

Conquistas evolutivas permanecem. E uma das que caracterizam a nossa espécie é o aumento do volume da caixa craniana, como já vimos em imagens e textos anteriores. Bem verdade que alguns (poucos) fatores podem fazer com que nos adaptemos, mas não a ponto de voltarmos ao ponto anterior. Explicando...


Uma das espécies de hominídeos que não estudamos com profundidade é o chamado hobbit, o Homo floresiensis, uma espécie de hominídeo que viveu nas ilhas do sudeste asiático. Por viver em ilhas, onde a disponibilidade de recursos é menor, essa espécie teria um tamanho menor. E se possui um tamanho menor, sua caixa craniana é menor  (na imagem ao lado você pode comparar o tamanho do floresiensis com um homem de 1,80 metro e 83 quilos).

O problema é que os pesquisadores consideravam que, do erectus (que provavelmente teria originado o floresiensis) para essa espécie das ilhas, a diminuição da caixa craniana foi muito grande, indicando que parecia faltar uma peça, uma explicação. Agora, a princípio, não falta mais. Provavelmente quem originou o floresiensis foi o habilis. Daí, dá para considerar como aceitável a mudança de tamanho da caixa craniana. Veja a tabela abaixo e entenda as diferenças[3].

Outras descobertas surgiram, ligadas à primeira. Além de uma revisão da expansão dos hominídeos pelos continentes, os cientistas novamente debateram o que definiria um hominídeo, diferenciando de um antropoide. E... Ainda não houve uma exata definição.

Pintaram, no esteio dessa descoberta, novas abordagens. Cientistas levantam agora a possibilidade de que o Homo erectus tenha surgido em regiões também fora do continente africano. E, para outros, até mesmo uma espécie entre o habilis e o erectus possa ter existido nas regiões das escavações...

Quantas perguntas ainda sem respostas. Ciência é arte da dúvida.

Diante de tudo o que aprendemos até agora, chegou a hora de responder algumas questões.

Exercícios de revisão

Independente das novas descobertas, um continente ainda permanece como terra-mãe da humanidade.

1) Qual seria esse continente? 

a) África; b) América; c) Ásia; d) Europa.

2) Em qual dos continentes abaixo listados foram realizadas as pesquisas que possibilitaram as novas descobertas?

a) África; b) América; c) Ásia; d) Europa.

3) Escreva duas características comuns ao gênero Homo




[1] Uma outra jornada para o homem - Pesquisa brasileira faz retroceder a estimativa de saída da África e pode reescrever a evolução do gênero Homo. Scientific American Brasil, São Paulo, outubro (ano 18), 2019. edição número 200.

[2] e aqui já se cria o primeiro ponto ainda NÃO respondido: ferramentas como essas poderiam ter sido fabricados por ancestrais do Homo habilis?

[3] Dados retirados de "Uma outra jornada para o homem - Pesquisa brasileira faz retroceder a estimativa de saída da África e pode reescrever a evolução do gênero Homo." Scientific American Brasil, São Paulo, outubro (ano 18), 2019. edição número 200. pp 24 - 35

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