25º Texto - Expansão Ultramarina em Portugal
Podemos iniciar esse texto afirmando que o interesse português pelo
continente africano durante a Expansão Ultramarina foi muito grande.
Isso ocorreu devido as intensas e ricas atividades realizadas
principalmente na faixa litorânea do continente africano (norte/noroeste), com
possíveis centros auríferos no continente, e com o posterior intuito em
capturar escravos. Havia também o objetivo em combater os muçulmanos no norte
da África, caracterizando uma evidente continuação da Reconquista Cristã, além
de tentar reabrir os caminhos para o Oriente, facilitando assim as trocas
comerciais. O grande incentivador da expansão ultramarina portuguesa foi
D. Henrique (1394 – 1460), infante de Portugal, não à toa denominado de patrono
da expansão portuguesa.
Conquistadas as áreas, os portugueses estabeleciam feitorias
(entrepostos comerciais) e fortalezas. Tais estruturas asseguravam para os
portugueses o controle da região. Das áreas eram comercializados marfim, ouro e
escravos.
Imagem representando a expedição de Vasco da Gama.
A partir de 1453, com a conquista da cidade de Constantinopla (hoje
Istambul) pelos turcos otomanos, as nações europeias passaram a ter
significativos problemas para realizar as atividades comerciais com o Oriente,
já que os muçulmanos impediram a passagem dos europeus pela região. A
descoberta de um novo caminho para as Índias tornou-se essencial para a
retomada das atividades comerciais. Com o rei D. João II, Portugal passou a
iniciar o processo que levaria as conquistas pelo continente asiático (Índias).
Entre 1497 e 1498 Portugal, com Vasco da Gama, consolidou a possibilidade de
contornar o continente africano e chegar às Índias, estabelecendo uma
importante rota comercial. Vasco chegou à Calicute e o sucesso de sua expedição
levou a organização de uma nova viagem para a região. Esta era a expedição
comandada pelo capitão-mor Pedro Álvares Cabral, que partiu de Portugal com
1200 homens e 13 embarcações. Seria essa expedição que chegaria às terras
brasileiras, no dia 22 de abril de 1500[ii].
Você já percebeu como a nação portuguesa estava voltada as atividades
marítimas? Acompanhe esse texto de aprofundamento e veja que interessante!
Portugal e o “Mar Oceano”
Na passagem entre os séculos XIII e XIV, sob o reinado de D. Dinis
(1279 – 1325), as técnicas de navegação foram aprimoradas. Seu sucessor, o
rei Afonso IV (1325 – 1357), apoiou diretamente as atividades marítimas, em
especial a pesca, transformando esse setor em um dos mais importantes da
economia portuguesa. Essas atividades que Portugal realizou em águas marítimas
propiciaram o aparecimento e o desenvolvimento das cidades litorâneas,
possibilitando a ascensão de uma poderosa burguesia.
Sabemos que a opção de Portugal pela realização das atividades marítimas
não foi de modo algum aleatória. Cercado por reinos e povos senão inimigos, ao
menos com claras intenções de conquistar o reino português, o mar se colocou
como a saída mais viável e promissora para a conquista definitiva de uma
economia rentável.
Além do mais...
Nos textos sobre o Renascimento você pôde perceber que os homens desse
período passaram a buscar retratar em seus quadros elementos que se
aproximassem cada vez mais do real, do plano físico.
Foi assim que muitos dos viajantes tiveram que fazer para contar para o
pessoal lá da Europa o que estavam vendo, o que haviam encontrado. Desde a
curiosa descrição do bicho-preguiça, feita pelo padre jesuíta José de Anchieta
- segue a descrição: “mais vagaroso que o caracol. Tem o corpo grande, de cor
cinzenta, cara que se assemelha um tanto a rosto de mulher, longos braços
munidos de unhas também compridas e recurvadas”[iii] -, até o desenho que o
renascentista Albrecht Dürer (1471 – 1528) fez de um rinoceronte sem jamais ter
visto um. Tudo foi feito a partir de descrições feitas por aqueles que haviam
tido contato com o animal. Impressionante, não é mesmo?
Muitas dessas descrições, feitas por navegadores, renascentistas,
estudiosos ou intrépidos viajantes tentava aproximar mundos até então muito
distantes. Era a experiência da troca e do contato com coisas que abriram os
olhos e as mentes europeias.
A seguir, o desenho de Dürer.
Exercícios de revisão
1) Explique o porquê do interesse
português pelo continente africano.
[ii] Há registros que indicam que Vasco da Gama comentou a possibilidade de existirem terras abaixo daquelas descobertas por Colombo (em 1492) com Pedro Álvares Cabral. Alguns aventam a possibilidade de que Vasco tenha avistado o arquipélago de Fernando de Noronha, distante cerca de 500 km da costa brasileira.
[iii] Minhas Cartas, por José de Anchieta. p. 39
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