1ª SD de Revisão: o tempo[1]
Oi pessoal! Hoje falaremos sobre o tempo.
Não, não vá pensando que iremos falar se irá chover no próximo final de
semana. Não se trata do tempo meteorológico. Não é isso. Nós falaremos sobre o
tempo cronológico.
Também daremos uma das muitas medidas conhecidas para mensurarmos o
tempo cronológico: iremos falar sobre os séculos.
Na porta do seu armário, na porta do seu quarto, na porta da geladeira
ou onde você anota os recados: em algum lugar, temos certeza, você tem um
calendário. Dia, semana, mês, ano...
E o relógio sobre o criado-mudo registra o horário. “Dia 12 de março,
6:00 horas da manhã!” Você sabe quais as horas e o dia devido ao
relógio e o calendário.
Essa é uma forma de calcularmos, medirmos o tempo. E existem tantas
outras!
Antes de continuarmos a leitura, vejamos um curioso caso.
“Assim como nós, os índios também adotaram unidades de tempo e
espaço… Aliás, elas se parecem muito com as nossas!
(...) as unidades de tempo e espaço indígenas foram estabelecidas de
acordo com os ciclos dos corpos celestes. Como assim? Bem, há cerca de quatro
mil anos, os índios já percebiam que os fenômenos naturais se repetiam: o dia é
seguido da noite; o mar sobe e desce constantemente; a época do ano em que faz
frio (inverno) é seguida daquela em que as flores nascem (primavera), depois
vem a quente e úmida (verão) e o período em que as flores caem (outono), e
depois tudo recomeça! Eles observaram que os ciclos são influenciados pelos
movimentos aparentes do Sol e da Lua ou pela posição de certas estrelas no céu.
E não pararam por aí!
Notaram ainda que tais ciclos influenciam o comportamento dos seres
vivos. Isto é, conforme a época do ano, por exemplo, as árvores florescem, os
animais procriam e os frutos germinam. A partir dessas observações, os
indígenas procuraram definir o melhor momento para plantar e colher alimentos,
caçar, pescar e até comemorar datas especiais. Então, criaram objetos com
funções parecidas as dos nossos relógio e calendário para organizar tais
atividades ao longo de seu ano!
Pode-se dizer que o Sol foi quem mais despertou a atenção dos índios. A
maioria das tribos brasileiras mede o tempo a partir do movimento aparente
desse astro no céu, com o Relógio Solar. Feito de uma haste cravada
verticalmente no chão, ele permite saber as horas pela posição da sombra
projetada num terreno horizontal. O instrumento também permite identificar as
estações do ano e os pontos cardeais — Norte, Sul, Leste e Oeste — pela posição
do nascer e do pôr do sol, que varia ao longo do ano”[2].
E como será que os índios mediam o tempo durante a noite? Ah, esse será
um dos exercícios de revisão. Você deverá pesquisar sobre o assunto. Mas não
agora...
Abaixo, um calendário indígena.
Anos, décadas, séculos...
Você deve saber que um ano possui 12 meses, 365 dias (via de regra[3]). E uma década?
Um conjunto de dez anos forma uma década. Já o conjunto de cem anos, um
século. Normalmente, vivemos cerca de seis, sete, até oito décadas. Porém há
algumas pessoas que vivem um século! Já imaginou quantas coisas uma pessoa de
cem anos já viu, quantas coisas ela tem para contar? Deve ser demais conversar
com ela, não é mesmo?
O calendário cristão está basicamente dividido em séculos, ou seja,
conjuntos de cem anos. O primeiro século da Era Cristã vai do nascimento de
Cristo (ano 1) até o ano 100. Vale lembrar que não existe ano zero! Para
descobrirmos a qual o século pertence um determinado ano podemos fazer duas
operações:
1ª operação: se o ano acabar em 00 (por exemplo, 1400), eliminamos os
dois últimos algarismos e temos o século. Portanto, 1400 pertence ao século 14
(ou XIV).
2ª operação: quando o ano não terminar em dois zeros,
retiramos os dois últimos algarismos e somamos um (+ 1) ao número que sobrar, o
que nos leva ao seguinte resultado, caso o ano seja 1488: 1488 = 14 + 1 (século
XV ou 15).
Vamos a outros exemplos: 1076 = 10 + 1 = século XI; 1245 = 12 + 1 =
século XIII; 1200 = 12 = século XII
Perceba que nosso calendário leva em conta o nascimento de Jesus Cristo.
Por isso, o definimos como calendário cristão.
E há inúmeras curiosidades acerca da adoção desse calendário, a começar
pelo fato de que estudos recentes indicam que Jesus nasceu no ano 6 a.C., e não
em 1 d.C.
Além disso, o calendário cristão só começou a ser adotado no século VI
(6) d.C., através da ação do monge Dionísio (470 -544), tornando-se oficial
muito, muito tempo depois, lá no século XVI, mais precisamente em 1582, quando
o papa Gregório XIII (1502 – 1585) o tornou oficial para todos os rincões
católicos. Não à toa, esse papa ficou conhecido como o “homem do calendário”.
E, por causa dele, o calendário cristão também ficou conhecido como calendário
gregoriano.
Cientes disso, vamos ver exemplos de séculos antes do nascimento de
Cristo. Essas datas são contadas tendo como referência o nascimento de Cristo.
Portanto, quanto mais distante do nascimento de Jesus Cristo, haverá um maior
número de séculos. Veja o esquema abaixo.
Perguntas que você deve estar fazendo...
1) Por que, ao representarmos
os séculos, utilizamos os numerais romanos (I, II, III, IV...) ao invés dos
números que estamos acostumados a usar (algarismos arábicos)?
Resposta: na verdade não há
uma resposta precisa a essa pergunta. A utilização dos algarismos romanos para
a representação dos séculos visa facilitar a diferenciação com os anos. Outro
fator para a utilização dos algarismos romanos para a representação dos séculos
é que essa é uma forma que vem sendo utilizado desde a civilização romana. Por
isso, algarismos romanos.
2) Eu vi na frente da loja que
vou uma plaquinha com os seguintes algarismos “Fundada em MM”. O que significa
isso?
Resposta: calma, você não está
vendo coisas... Na verdade, a plaquinha está mostrando que a lojinha foi
fundada no ano 2000.
Como dito anteriormente, não
se utiliza muito os algarismos romanos para indicar anos, mas sim séculos.
Demos esse exemplo só para você entender. Existe uma nomenclatura adotada para
indicar a quantidade de séculos. Veja abaixo! Perceba que há alguns séculos que
não estão com os seus algarismos romanos.
O primeiro exercício visa
completá-los. Para tanto, volte às instruções e acesse o 2º link
Século |
Algarismo romano |
Século |
Algarismo romano |
1 |
I |
50 |
L |
2 |
II |
60 |
LX |
3 |
III |
70 |
|
4 |
IV |
90 |
XC |
5 |
V |
100 |
C |
6 |
VI |
110 |
CX |
7 |
VII |
150 |
CL |
8 |
VIII |
160 |
CLX |
9 |
IX |
490 |
XD |
10 |
X |
500 |
D |
11 |
XI |
540 |
|
15 |
XV |
550 |
DL |
20 |
XX |
560 |
DLX |
30 |
XXX |
990 |
XM |
32 |
1000 |
M |
|
40 |
XL |
2050 |
Agora, vamos ler um pouco mais sobre essa ideia de tempo cronológico!
Além do mais
Meu sobrinho levou um baita susto esses dias. E tudo isso porque o
relógio quebrou. Tive que dar suco de maracujá para o menino. O coitado veio
correndo me avisar: “tio, o tempo vai parar, o tempo vai parar!”
Expliquei a ele que o relógio serve apenas para marcar o tempo, as
horas. E, mesmo que a gente estranhe quando o relógio quebra, o tempo não para.
Só o relógio é quem fica “estacionado” naquela hora, naquele minuto.
Interessante, não é?
Usamos o relógio de pulso[4] para medir as horas,
para ver quanto tempo falta para o intervalo, quanto tempo falta para terminar
determinada aula!
Mas outras medidas de tempo já foram muito utilizadas. Para não alongar
demais nossa conversa, darei apenas dois exemplos.
Os povos que habitavam a América entre os séculos IV a.C. e III d.C.
construíram uma porta que marcava o tempo: a porta do Sol! Isso
mesmo: uma porta! Em determinado dia do ano (e só neste dia), o Sol aparecia
exatamente no meio da porta. Era o início de uma série de festividades em
homenagem ao Sol, e, acreditam os historiadores, de iniciar a colheita ou
plantio de determinados gêneros agrícolas. O dia? Hoje sabemos que se trata do
dia 24 de junho. Legal, não é?
Olha a “Porta do Sol”! Ela fica na Bolívia, no meio das montanhas, em um
lugar chamado Tiwanaku!
Também foi muito utilizada a ampulheta (aliás, você poderia construir
uma em casa). Surgiu entre os povos árabes e se tornou uma das medidas de tempo
mais populares na Antiguidade. Quanto maior a ampulheta, mais tempo a areia
leva para escorrer.
Mesmo explicando isso ao meu sobrinho, não sei se ele se convenceu! Por
isso, cantei um trecho da música “Embolada do tempo”, do genial músico
brasileiro Alceu Valença: “você querer parar o tempo, mas o tempo não tem
parada!”.
Agora você deverá voltar à folha de instruções e acessar a Folha de Respostas.
Nela você irá responder três questões.
Qualquer dúvida, releia esse texto.
[1] professor Pedro Henrique Ramos
[2] http://chc.org.br/o-olhar-do-indio-sob-o-ceu-brasileiro/
[3] E seis horas... Por isso, a existência de anos bissextos (6x4 = 24).
[4] um dos responsáveis pela invenção foi
um brasileiro, você sabia? O genial Alberto Santos Dumont, o mesmo cara que
inventou o avião!
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