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quinta-feira, 2 de julho de 2020

1ª SD de Revisão: o tempo

1ª SD de Revisão: o tempo[1]

Oi pessoal! Hoje falaremos sobre o tempo. 

Não, não vá pensando que iremos falar se irá chover no próximo final de semana. Não se trata do tempo meteorológico. Não é isso. Nós falaremos sobre o tempo cronológico.

Também daremos uma das muitas medidas conhecidas para mensurarmos o tempo cronológico: iremos falar sobre os séculos.

Na porta do seu armário, na porta do seu quarto, na porta da geladeira ou onde você anota os recados: em algum lugar, temos certeza, você tem um calendário. Dia, semana, mês, ano...

E o relógio sobre o criado-mudo registra o horário. “Dia 12 de março, 6:00 horas da manhã!” Você sabe quais as horas e o dia devido ao relógio e o calendário.

Essa é uma forma de calcularmos, medirmos o tempo. E existem tantas outras!

Antes de continuarmos a leitura, vejamos um curioso caso.

Assim como nós, os índios também adotaram unidades de tempo e espaço… Aliás, elas se parecem muito com as nossas!

(...) as unidades de tempo e espaço indígenas foram estabelecidas de acordo com os ciclos dos corpos celestes. Como assim? Bem, há cerca de quatro mil anos, os índios já percebiam que os fenômenos naturais se repetiam: o dia é seguido da noite; o mar sobe e desce constantemente; a época do ano em que faz frio (inverno) é seguida daquela em que as flores nascem (primavera), depois vem a quente e úmida (verão) e o período em que as flores caem (outono), e depois tudo recomeça! Eles observaram que os ciclos são influenciados pelos movimentos aparentes do Sol e da Lua ou pela posição de certas estrelas no céu. E não pararam por aí!

Notaram ainda que tais ciclos influenciam o comportamento dos seres vivos. Isto é, conforme a época do ano, por exemplo, as árvores florescem, os animais procriam e os frutos germinam. A partir dessas observações, os indígenas procuraram definir o melhor momento para plantar e colher alimentos, caçar, pescar e até comemorar datas especiais. Então, criaram objetos com funções parecidas as dos nossos relógio e calendário para organizar tais atividades ao longo de seu ano!

Pode-se dizer que o Sol foi quem mais despertou a atenção dos índios. A maioria das tribos brasileiras mede o tempo a partir do movimento aparente desse astro no céu, com o Relógio Solar. Feito de uma haste cravada verticalmente no chão, ele permite saber as horas pela posição da sombra projetada num terreno horizontal. O instrumento também permite identificar as estações do ano e os pontos cardeais — Norte, Sul, Leste e Oeste — pela posição do nascer e do pôr do sol, que varia ao longo do ano[2].

E como será que os índios mediam o tempo durante a noite? Ah, esse será um dos exercícios de revisão. Você deverá pesquisar sobre o assunto. Mas não agora...

Abaixo, um calendário indígena.

Anos, décadas, séculos...

Você deve saber que um ano possui 12 meses, 365 dias (via de regra[3]). E uma década?

Um conjunto de dez anos forma uma década. Já o conjunto de cem anos, um século. Normalmente, vivemos cerca de seis, sete, até oito décadas. Porém há algumas pessoas que vivem um século! Já imaginou quantas coisas uma pessoa de cem anos já viu, quantas coisas ela tem para contar? Deve ser demais conversar com ela, não é mesmo?

 O calendário cristão está basicamente dividido em séculos, ou seja, conjuntos de cem anos. O primeiro século da Era Cristã vai do nascimento de Cristo (ano 1) até o ano 100. Vale lembrar que não existe ano zero! Para descobrirmos a qual o século pertence um determinado ano podemos fazer duas operações:

1ª operação: se o ano acabar em 00 (por exemplo, 1400), eliminamos os dois últimos algarismos e temos o século. Portanto, 1400 pertence ao século 14 (ou XIV).

2ª operação: quando o ano não terminar em dois zeros, retiramos os dois últimos algarismos e somamos um (+ 1) ao número que sobrar, o que nos leva ao seguinte resultado, caso o ano seja 1488: 1488 = 14 + 1 (século XV ou 15).

Vamos a outros exemplos: 1076 = 10 + 1 = século XI; 1245 = 12 + 1 = século XIII; 1200 = 12 = século XII

Perceba que nosso calendário leva em conta o nascimento de Jesus Cristo. Por isso, o definimos como calendário cristão.

E há inúmeras curiosidades acerca da adoção desse calendário, a começar pelo fato de que estudos recentes indicam que Jesus nasceu no ano 6 a.C., e não em 1 d.C.

Além disso, o calendário cristão só começou a ser adotado no século VI (6) d.C., através da ação do monge Dionísio (470 -544), tornando-se oficial muito, muito tempo depois, lá no século XVI, mais precisamente em 1582, quando o papa Gregório XIII (1502 – 1585) o tornou oficial para todos os rincões católicos. Não à toa, esse papa ficou conhecido como o “homem do calendário”. E, por causa dele, o calendário cristão também ficou conhecido como calendário gregoriano.

Cientes disso, vamos ver exemplos de séculos antes do nascimento de Cristo. Essas datas são contadas tendo como referência o nascimento de Cristo. Portanto, quanto mais distante do nascimento de Jesus Cristo, haverá um maior número de séculos. Veja o esquema abaixo.

Perguntas que você deve estar fazendo...

1) Por que, ao representarmos os séculos, utilizamos os numerais romanos (I, II, III, IV...) ao invés dos números que estamos acostumados a usar (algarismos arábicos)?

Resposta: na verdade não há uma resposta precisa a essa pergunta. A utilização dos algarismos romanos para a representação dos séculos visa facilitar a diferenciação com os anos. Outro fator para a utilização dos algarismos romanos para a representação dos séculos é que essa é uma forma que vem sendo utilizado desde a civilização romana. Por isso, algarismos romanos.

2) Eu vi na frente da loja que vou uma plaquinha com os seguintes algarismos “Fundada em MM”. O que significa isso?

Resposta: calma, você não está vendo coisas... Na verdade, a plaquinha está mostrando que a lojinha foi fundada no ano 2000.

Como dito anteriormente, não se utiliza muito os algarismos romanos para indicar anos, mas sim séculos. Demos esse exemplo só para você entender. Existe uma nomenclatura adotada para indicar a quantidade de séculos. Veja abaixo! Perceba que há alguns séculos que não estão com os seus algarismos romanos.

O primeiro exercício visa completá-los. Para tanto, volte às instruções e acesse o 2º link

Século

Algarismo romano

Século

Algarismo romano

1

I

50

L

2

II

60

LX

3

III

70

4

IV

90

XC

5

V

100

C

6

VI

110

CX

7

VII

150

CL

8

VIII

160

CLX

9

IX

490

XD

10

X

500

D

11

XI

540

15

XV

550

DL

20

XX

560

DLX

30

XXX

990

XM

32

1000

M

40

XL

2050


Agora, vamos ler um pouco mais sobre essa ideia de tempo cronológico!

Além do mais

Meu sobrinho levou um baita susto esses dias. E tudo isso porque o relógio quebrou. Tive que dar suco de maracujá para o menino. O coitado veio correndo me avisar: “tio, o tempo vai parar, o tempo vai parar!”

Expliquei a ele que o relógio serve apenas para marcar o tempo, as horas. E, mesmo que a gente estranhe quando o relógio quebra, o tempo não para. Só o relógio é quem fica “estacionado” naquela hora, naquele minuto. Interessante, não é?

Usamos o relógio de pulso[4] para medir as horas, para ver quanto tempo falta para o intervalo, quanto tempo falta para terminar determinada aula!

Mas outras medidas de tempo já foram muito utilizadas. Para não alongar demais nossa conversa, darei apenas dois exemplos.

Os povos que habitavam a América entre os séculos IV a.C. e III d.C. construíram uma porta que marcava o tempo: a porta do Sol! Isso mesmo: uma porta! Em determinado dia do ano (e só neste dia), o Sol aparecia exatamente no meio da porta. Era o início de uma série de festividades em homenagem ao Sol, e, acreditam os historiadores, de iniciar a colheita ou plantio de determinados gêneros agrícolas. O dia? Hoje sabemos que se trata do dia 24 de junho. Legal, não é?

Olha a “Porta do Sol”! Ela fica na Bolívia, no meio das montanhas, em um lugar chamado Tiwanaku!

Também foi muito utilizada a ampulheta (aliás, você poderia construir uma em casa). Surgiu entre os povos árabes e se tornou uma das medidas de tempo mais populares na Antiguidade. Quanto maior a ampulheta, mais tempo a areia leva para escorrer.

Mesmo explicando isso ao meu sobrinho, não sei se ele se convenceu! Por isso, cantei um trecho da música “Embolada do tempo”, do genial músico brasileiro Alceu Valença: “você querer parar o tempo, mas o tempo não tem parada!”.

Agora você deverá voltar à folha de instruções e acessar a Folha de Respostas. Nela você irá responder três questões.

Qualquer dúvida, releia esse texto.



[1] professor Pedro Henrique Ramos

[2] http://chc.org.br/o-olhar-do-indio-sob-o-ceu-brasileiro/

[3] E seis horas... Por isso, a existência de anos bissextos (6x4 = 24).

[4] um dos responsáveis pela invenção foi um brasileiro, você sabia? O genial Alberto Santos Dumont, o mesmo cara que inventou o avião!

 


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