O Império Romano - com atividade de aprofundamento
professor Pedro Henrique Ramos
A escolha da
frase que abre esse texto não é de forma alguma aleatória. Ainda que a mesma
faça referência ao período republicano (início do século I a.C.), as
consequências para o período imperial foram sérias. O próprio professor Leoni
discorre que a Roma gloriosa desmoronou com o 2º Triunvirato. Mas, antes de
listarmos os mais diversos problemas, vamos compreender os primórdios da vida
imperial romana.
O início do império romano
O primeiro imperador romano, Otávio Augusto, foi
habilidoso para restituir a paz em Roma, tanto interna quanto externamente. “Augusto domina totalmente, dá a Roma mais
esplendor civil e político, consolida o império” [1].
Mas, após
Otávio, a situação desandou de forma impressionante. Em grande parte pelo fato
de que os imperadores que sucederam Otávio Augusto, após a sua morte, em 14
d.C., fizeram coisas que, convenhamos, os colocam como os piores
administradores da História. Tibério (14 – 37)[2],
imagem ao lado, sucessor de Otávio, deu início
a uma época de terror, marcada por espionagens e delações. Resultado: foi
assassinado. O próximo imperador foi Calígula (37 – 41), um das figuras mais
desequilibradas da História. Desde a nomeação de seu cavalo, Incitatus, como cônsul, até o fato de
que promovia rotineiras festas, movidas à sexo, Calígula prostituiu as esposas
dos senadores. Resultado: foi assassinado.
Você acha que
acabou? Não! Apesar da existência de Cláudio (41 – 54), com um governo que
adotou medidas que buscaram retomar uma política mais equilibrada em Roma, seu
sucessor, Nero (54 – 68), governou de maneira desastrosa.
Nero,
sobrinho de Cláudio, apesar de estar sob os cuidados de uma das mentes mais
brilhantes da História, Lúcio Annêo Sêneca[3]
(4 a.C. – 65), o que conferiu ao início do seu governo um período de
grandiosidade, ficou conhecido por mandar matar cristãos, incendiando bairros
romanos onde esses viviam. bem como mandar assassinar a sua mãe, Sêneca se
suicidar...
Tragicômica,
a sua morte é um dos eventos que mostra o quão Nero era destemperado. Ao ver as
tropas de Sérvio Sulpício Galba (68 – 69) se aproximar para retirá-lo do poder,
Nero se mata, soltando a frase: “que artista o mundo perderá!”. Isso porque o
sobrinho de Cláudio considerava-se um excelente cantor. Cada uma...
Depois disso,
dessa hecatombe de tragédias, fica óbvio entender o porquê os historiadores
consideram que, após a morte de Otávio Augusto, Roma ficou marcada por inúmeros
e graves problemas. Além disso, a expansão territorial, realizada pelos romanos,
continuou, porém diminuiu, e a maior preocupação agora era manter as áreas
conquistadas. Assim, a política romana não privilegiava mais as áreas a serem
conquistadas e sim a proteção das áreas que foram conquistadas.
Com isso, os
romanos buscaram melhorar as províncias (as regiões conquistadas), sendo comum
a presença de províncias ricas. No período também se consolidou a economia
romana baseada na escravidão, onde o escravo estava inserido em todas (ou quase
todas) as relações de trabalho na Roma Antiga, o que conferiu a essa sociedade
o título de sociedade escravista. No entanto, os escravos vinham das conquistas
romanas. Como os imperadores diminuíram as conquistas houve, consequentemente,
uma diminuição na oferta de escravos o que fez surgir um problema: como uma
sociedade escravista vive sem escravos? Isso começou a enfraquecer o império.
Justamente
para “contornar” o problema da falta de escravos, outras conquistas foram feitas
até que, após 117 d.C., elas definitivamente acabaram. Nessa época o Império
chegou a sua maior extensão, uma área realmente impressionante. Os romanos
conquistaram regiões em três continentes:
Europa, África e Ásia. Foi no governo de Trajano, entre 98 d.C. e 117 d.C. que
o império atingiu sua maior área.
Frente ao
exposto, já a partir do século II, em 138, após a morte do imperador Adriano,
Roma mergulhou em crises, decadências, começando a perder a sua unidade,
resultado também da penetração dos povos que moravam nas redondezas do Império
Romano.
A formação da crise imperial
A dependência
da economia romana quanto ao trabalho escravo fez surgir um grave problema: uma
sociedade escravista que não possuía a oferta de escravos, fazendo com que o preço
dos escravos que existiam aumentasse muito! Os escravos produziam os alimentos
e como o seu preço estava subindo, o preço dos alimentos subia também!
Assim,
alimentos mais caros impediam que a população pobre se alimentasse
adequadamente. Era a formação de um problema sem aparente solução! E como se
não bastassem essas situações, o século III d.C. (201 – 300) foi marcado por
outros problemas sociais graves, como o inchaço do exército. Vamos explicar.
Como o
império aumentou era necessário cada vez mais soldados para proteger as
fronteiras. Um número maior de soldados significava um aumento nos gastos
(manter um exército é caro!). Assim, mais dinheiro era gasto. Para piorar a
situação existia uma enorme instabilidade política, com disputas de poder e
problemas internos. Era necessário buscar soluções.
Além do mais
O texto que
você acabou de ler deixou bem claro que Roma estava cheia de problemas! Faltava
comida, emprego, moradia... Assim, os plebeus estavam ficando revoltados.
Diante disso,
os imperadores passaram a utilizar a tática do chamado “Pão e Circo”. O que
seria?
No Coliseu,
quase todos os dias, gladiadores lutavam até a morte, divertindo a população. Um
espetáculo circense aterrador! Havia leões, tigres, homens se enfrentando. E,
durante as lutas, refeições eram servidas. A ideia era que, de estômago cheio e
com outras coisas para pensar, os revoltosos se acalmariam, esqueceriam os
problemas.
Exercícios de Revisão
Escolha
um imperador romano e faça uma pesquisa sobre ele. Atenção, a pesquisa pode ser
digitada. Porém, se for mera cópia de texto, o discente perderá uma rodada de
figurinhas e dois pontos na média de ética.
OIA – Atividade de aprofundamento
– as questões devem ser respondidas na folha entregue pelo professor. Atenção:
não se esqueça de colocar o nome na folha de respostas.
Uma das
primeiras coisas que fizemos nas nossas aulas foi assistir a um filme, na
verdade um desenho, feito em 1967.
Foi a
primeira versão em desenho animado para as histórias de dois gauleses, Asterix
e Obelix, e seus amigos, baseado nas histórias em quadrinhos, criadas pelos
fantásticos René Goscinny e Albert Uderzo. As histórias de Asterix e Obelix são tão
populares que se tornaram as mais famosas da França, seu país de origem. Sem
exageros, seria como a Turma da Mônica para os brasileiros.
Bem, voltando ao filme, os acontecimentos teriam ocorrido por
volta de 50 anos a.C., momento turbulento da sociedade romana.
Partindo dessa
primeira informação, assinale a alternativa correta.
1) Roma em 50 anos a.C. era: (2,0)
a) monarquia; b) república; c) império; d) nenhuma das
anteriores.
Na história, um romano resolve se passar por gaulês e ver se
assim descobre a origem de tamanho força dos guerreiros daquela aldeia.
Evitando ser descoberto, o soldado Calígula Minus (favor não confundir com o
imperador Calígula) passou a se chamar Calígulix.
Calígulix dizia ser de uma cidade com um nome estranho:
Lutécia. No início do filme, eu disse a vocês como se chama essa cidade hoje.
2) Assinale o nome da
cidade atualmente: (2,0)
a) Praga; b) Londres; c) Milão; d) Paris.
29 dias caminhando! Fala sério...
E pudemos ler em nosso álbum de figurinha que os legionários
romanos não caminhavam descarregados. Ao contrário. Estudos apontam que só de
equipamento, cada homem carregava mais de trinta quilos.3)
Escreva um pouco mais sobre como eram essas caminhadas e o porquê dos romanos
fazê-las. (3,0)
Agora...
4) Imagine que você é um desses soldados que fez essa longa jornada. Crie uma narrativa sobre. Bote a cabeça para pensar. (3,0)
[2] ATENÇÃO: os períodos
registrados fazem menção ao governo, e não à vida dos imperadores aqui citados.
[3] Caso queira conhecer
esse admirável pensador, acesse: http://respirehistoria.blogspot.com/2015/01/lucioanneo-seneca-4-a.html
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