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quarta-feira, 15 de abril de 2020

Homo sapiens


Homo sapiens
Ao nos referirmos ao Homo sapiens devemos fazer uma clara e importante distinção: não houve apenas uma espécie de Homo sapiens.
Primeiramente, vamos entender a nomenclatura científica.
O porquê dos nomes científicos
Conhecer alguns nomes científicos de espécies de seres vivos, sejam eles aves, mamíferos ou mesmo uma planta a ser estudada é fator crucial para conseguir entender exatamente do que estamos falando. Vamos às explicações.
Quantos idiomas existem no mundo? Inúmeros. E mesmo dentro de um país como o nosso, é muito comum que um animal possua mais do que um, dois, por vezes quase uma dezena de nomes populares. Vamos a um exemplo.
O Puma concolor é a nossa suçuarana, onça-parda. Mas para os moradores dos pampas ela é chamada de leão-baio. Ah... E tem também os que a chamam de puma.
Por isso, nomes científicos, uma padronização internacional que visa facilitar o diálogo entre cientistas e entusiastas de todas as partes.
Assim, para um nome científico temos a seguinte organização:
Nomenclatura científica
Gênero
Epíteto específico
Subespécie
Homo
sapiens
neanderthalensis
Perceba que, ao digitar, todo o nome científico deve estar em itálico. Caso seja manuscrito, deve ser sublinhado, como o exemplo abaixo.

Estudos indicam que o Homo sapiens surgiu entre quatrocentos e trezentos mil anos, nas regiões que hoje compõem a Etiópia, país africano.  
Agora, vamos analisar duas de suas subespécies.
Homo sapiens neanderthalensis[1]

Surgiu por volta de quatrocentos mil anos, tendo a capacidade de usar o fogo (hoje os cientistas acreditam que a espécie também sabia produzi-lo) e caçar com maestria.
A caixa craniana era muito parecida com a nossa. E é fato de que espécimes de neanderthalensis geraram descendentes com indivíduos da nossa espécie. E esse fenômeno foi FUNDAMENTAL para a nossa evolução, como vimos em nosso texto base, lá no início dessa sequência didática.
Homo sapiens sapiens[2]

Surgido há trezentos mil anos, provavelmente em algumas regiões do continente africano, a espécie se espalhou por todo o planeta, tornando-se cosmopolita[3]. A forma arredondada do cérebro fez com toda a estrutura da caixa craniana fosse alterada, quando comparada com os nossos ancestrais.
Perceba que as conquistas de um hominídeo foram herdadas pela espécie que o sucedeu. Somos, portanto, a trajetória de conquistas de nossos antepassados, a começar pelo uso da primeira ferramenta humana, a pedra lascada, elaborada pelo Homo habilis (imagem abaixo[4]).


Homo erectus


Homo erectus[1]
Segundo os pesquisadores, essa é A espécie da evolução humana. Inclusive, há cientistas que afirmam que foi erectus o primeiro hominídeo a desbravar o meio natural de um jeito incrível.

Também chamado de Pithecanthropus, surgiu há cerca de um milhão e novecentos mil anos. Vivendo no Paleolítico, fabricou e utilizou diversos tipos de ferramentas, aprendeu a usar o fogo, expandindo seu ambiente para além do continente africano. Seu desaparecimento ocorreu por volta de cento e cinquenta mil anos.
Uma das provas reais de que o Homo erectus foi a espécie que aprendeu a usar o fogo, sem, no entanto, saber produzi-lo, coletando as chamas de incêndios naturais, está na redução de sua arcada dentária.
Oras, ao cozer os alimentos, o que caçava e coletava, os mesmos ficavam mais moles, facilitando a mastigação. Com o passar dos anos, milhares de anos, os dentes diminuíram de tamanho, bem como as estruturas ósseas e musculares envolvidas. Repare nessas imagens como ocorreu a redução.


Homo habilis


Homo habilis[1]
Surgiu há cerca de dois milhões e quinhentos mil anos.
Tinha a habilidade para fabricar ferramentas de pedra simples (pedra lascada). Tornou-se um dos primeiros membros do gênero Homo (talvez o primeiro). Tinha o rosto maior do que seus ancestrais, desenvolvendo estruturas que possibilitaram o aparecimento da linguagem. Teria desaparecido por volta de 1,5 milhão de anos.
Estudos recentes, publicados na edição de número da Scientific American Brasil[2], lançam a hipótese de que foi o Homo habilis a primeira espécie de hominídeo a povoar outros continentes, além do continente africano, chegando a habitar a Ásia e a Europa[3].


[2] Uma outra jornada para o homem - Pesquisa brasileira faz retroceder a estimativa de saída da África e pode reescrever a evolução do gênero HomoScientific American Brasil, São Paulo, outubro (ano 18), 2019. edição número 200.

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Imagem 3: mesmo assim...


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Leon Pomer, historiador argentino com vastas carreira e publicação no Brasil, traz, em um dos seus livros[1], a informação de que, em "1500, mais de 90% do que um camponês europeu consome encontra-se ao seu alcance num círculo de cinco quilômetros que tem por centro sua casa"[2]. Além disso, na "França dos séculos XIII e XVIII, a comunidade ocupa uma superfície média de 12 km²"[3]. Só para compararmos, São Caetano do Sul, um dos menores municípios brasileiros, possui uma área maior: 15 km².
Desenho: Pedro Henrique Maloso Ramos



[1] Pomer, Leon. O surgimento das nações/ Leon Pomer/ tradução Mirna Pinsky/ - 7ª ed. rev. atual. - São Paulo: Atual, 1994. - (Discutindo a história). 
[2] Pomer, Leon. O surgimento das nações/ Leon Pomer/ tradução Mirna Pinsky/ - 7ª ed. rev. atual. - São Paulo: Atual, 1994. - (Discutindo a história).  p. 26
[3] Pomer, Leon. O surgimento das nações/ Leon Pomer/ tradução Mirna Pinsky/ - 7ª ed. rev. atual. - São Paulo: Atual, 1994. - (Discutindo a história).  p. 26

Imagem 2: novas profissões


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Você já ouviu falar dos prestamistas?
Prestamistas eram pessoas que emprestavam dinheiro com posterior cobrança de juros. Com o renascimento das atividades comerciais, essas pessoas passaram a fazer parte da realidade das cidades europeias, em especial das cidades italianas. As transações normalmente ocorriam sobre um balcão, que, em italiano, é banchi. Se você está associando banchi aos bancos de hoje, correto! As instituições financeiras atuais fazem o que os prestamistas faziam há séculos.
Desenho: Pedro Henrique Maloso Ramos

Imagem 1: vitralista medieval

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O aparecimento das grandes catedrais, a partir do século XII, em virtude do aumento populacional, levou os homens da Idade Média a pensarem em soluções para não deixar esses espaços escuros demais.
Para aproveitar a luz do dia e também tornar o entendimento das passagens bíblicas mais fáceis, foram criados os vitrais. Através dos vitrais, a luz podia chegar até o interior das catedrais, além de representar aquilo que o padre estava lendo nos escritos bíblicos, já que a maior parte da população europeia era analfabeta.
Por essa razão, uma das principais profissões da Baixa Idade Média, no momento em que as cidades começaram a renascer, foi a do artesão de vitrais.
Em cidades como Londres e Paris, por exemplo, os vitralistas eram membros dos grupos mais poderosos e  influentes do período. Com uma hierarquia rígida, os aprendizes ficavam sob a supervisão dos mestres (ou tutores), e só depois de um longo período de aprendizado, se tornavam vitralistas medievais.
Desenho: Pedro Henrique Maloso Ramos